Em decisão histórica, França designa 1ª mulher como chefe de agência nacional de inteligência
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Céline Berthon, uma policial francesa conhecida por ser “leal” e “competente”, teve uma ascensão meteórica e foi nomeada Diretora Geral de Segurança Interna (DGSI) na quarta-feira (20), tornando-se a primeira mulher a ocupar esse cargo na França. A decisão foi considerada histórica.
“Policial com uma carreira notável”, ela “terá que liderar uma das administrações mais sensíveis de nosso país”, escreveu Gérald Darmanin, ministro do Interior da França, na rede social X.
Céline, 47 anos, ocupava o segundo cargo mais importante da Diretoria Geral da Polícia Nacional (DGPN) desde abril. Muitos pensaram que ela assumiria a chefia da polícia nacional, sucedendo Frédéric Veaux, cujo mandato deve terminar em setembro de 2024, após as Olimpíadas.
“Eu havia pedido a ela que se juntasse a mim quando assumisse o cargo em 2020”, diz Veaux. “Eu a conhecia por suas habilidades, seu conhecimento da área e sua rede de contatos”.
Segundo ele, suas “qualidades e habilidades são reconhecidas por todos”, acrescentou. “Ela sabe como unir as equipes ao seu redor e é alguém por quem tenho muita estima e confiança”, acrescentou.
Primeira mulher a ser chefe de gabinete da DGPN em 2021, ela também foi a primeira mulher a ser nomeada chefe da Diretoria Central de Segurança Pública (DCSP) no mesmo ano, em um momento em que a Place Beauvau está buscando feminizar seus cargos de gerência.
Ela é “brilhante, leal, íntegra e intelectualmente notável”, diz um de seus colegas policiais mais próximos. Ela tem uma “visão do que a polícia deve ser, incluindo o que ela deve ao público”, acrescenta ele.
Céline Berthon cresceu na região de Paris, filha de um policial do serviço de inteligência e de uma agente administrativa do setor privado. Depois de se formar na escola das das Forças Armadas francesas em 2000, ela iniciou sua carreira em segurança pública na região parisiense de Yvelines, gerenciando várias delegacias de polícia.
“Direta e franca”
Em 2005, ela entrou para a equipe do DCSP, que supervisiona todas as delegacias de polícia da França. Em seguida, trabalhou por dois anos na Subdiretoria de Informações Gerais (SDIG, antiga Inteligência Territorial), onde era responsável por “monitorar a vida econômica e social e suas consequências em termos de ordem pública”, de acordo com o ministério.
Nomeada chefe do poderoso sindicato dos comissários (SCPN) em 2014, “ela sabia como ser combativa quando necessário”, de acordo com seu colega próximo. “Ela é direta e franca”, mas “sem nunca esgotar o diálogo”, acrescentou Grégory Joron, chefe do sindicato Unité Police-FO. “Tínhamos nossas diferenças e, mesmo que nem sempre conseguíssemos o que queríamos, ela ainda era uma boa ouvinte, especialmente quando estava no escritório da DGPN”, acrescentou ele.
Em 2018, o atual chefe da polícia de Paris, Laurent Nuñez, na época diretor da DGSI, levou-a para o serviço de inteligência interna. Ela assumiu um cargo de adjunta na subdiretoria de contraterrorismo. “Confiei a ela a tarefa de explicar aos gerentes da “casa da reforma” do DGSI, que havia sido designado como a principal agência na luta contra o terrorismo. Ela me ajudou a convencê-los”, disse Nuñez.
“Ela combina grandes qualidades humanas com grandes qualidades profissionais”, continuou ele. Céline Berthon também trabalhou com Nicolas Lerner, seu antecessor, que foi nomeado chefe da DGSE na quarta-feira (21).
(Direitos autorais: https://www.msn.com/pt-br/noticias/mundo – RFI/ NOTÍCIAS/ MUNDO/ História por RFI – (Com AFP) 21/12/2023)