A primeira novela a criticar a política
Escrita por Dias Gomes, a novela O Bem-Amado, exibida em 1973 pela Globo, foi um grande marco na TV brasileira. Foi a primeira novela exibida em cores no país.
Assinada por Dias Gomes, a trama teve 178 capítulos, sob direção de Régis Cardoso com supervisão de Daniel Filho, e foi exibida no horário das 22h.
Paulo Gracindo viveu Odorico Paraguaçu, prefeito de Sucupira, papel agora interpretado no filme de Guel Arraes por Marco Nanini. O político era idolatrado pelas irmãs Cajazeiras: Dorotéia (Ida Gomes), Dulcinéia (Dorinha Durval) e Judicéia (Dirce Migliaccio). A trama ainda tinha Lima Duarte no papel do matador Zeca Diabo, e Sandra Bréa como a mocinha Telma, filha do prefeito.
O Bem-Amado trouxe inovações ao jeito de se contar uma história na TV, sobretudo ao usar muito da ironia.
Até então a telenovela brasileira era muito séria. O Bem-Amado incorporou o sorriso, a ironia e o escracho a essa arte.
A importância foi a crítica social feita pelo autor, que criou o retrato do Brasil por meio de uma obra.
O Bem-Amado foi a primeira novela a criticar a política e, por isso, foi bastante perseguido pela censura.
As palavras coronel e capitão foram proibidas de serem usadas no texto, porque passavam imagens negativas a esses cargos militares, já que nessa época as Forças Armadas comandavam o país.
(Fonte: entretenimento.r7.com – famosos-e-tv – Miguel Arcanjo Prado, do R7 – publicado em 23/07/2010)