A HISTÓRIA DOS CRUZEIROS
Novo capítulo da navegação
Ideia surgida da necessidade
A ideia de Albert Ballin, de enviar o Augusta Victoria num cruzeiro de lazer em climas mais quentes, era simplesmente genial. De outra forma, o maior navio de passageiros então existente, com 144 metros, teria passado todo o inverno ancorado. Durante a estação fria, a demanda pela passagem transatlântica usual se reduzia bastante, pois o Atlântico Norte era perigoso demais para se navegar.
Nascem os cruzeiros de férias
Com esse cruzeiro mediterrâneo de férias em 1891, Ballin, então diretor da companhia de navegação Hapag, encontrou uma excelente oportunidade de negócios. Havia clientes interessados em destinos ensolarados, como Constantinopla ou Nápoles. E, em vez de migrantes desesperados, os passageiros eram industriais ricos. Essa sacada de mercado colocou a Hapag na dianteira da concorrência.
Sem luxo nem diversão
Até meados do século 19, as viagens oceânicas eram tudo, menos diversão. No convés inferior, onde passageiros da terceira classe tomavam o lugar da carga vinda da América, as condições eram cruéis. Epidemias se alastravam e a comida era escassa. O pior de tudo: o tempo que uma embarcação levaria para atravessar o Atlântico era desconhecido e variável.
Jornada com fim incerto
Milhões de pessoas deixaram a Alemanha depois de 1850, fugindo do desemprego e da fome. Mesmo contando com a benevolência dos mares, o trajeto até a América levava cerca de seis semanas. Se as condições meteorológicas fossem ruins, muitos sucumbiam à inanição a bordo ou afundavam nos navios de carga, de difícil manobra. Na época, a chance de completar a viagem não passava de 50%.
Vapores promissores
A situação melhorou a partir de 1889, quando entrou em serviço o Teutonic, o primeiro transoceânico a vapor sem velas. Ele pertencia à britânica White Star Line, que competia com outras companhias marítimas pelo controle do mercado atlântico. Sua meta era sempre continuar se aprimorando em velocidade e conforto – pelo menos para a primeira classe. Na foto, o salão das senhoras do Augusta Victoria.
Titanic, um golpe fatídico
Ao começar a navegar, em 1912, o Titanic era o maior navio em funcionamento do mundo. Seus operadores pretendiam estabelecer novos padrões de luxo em termos de recursos e serviços. No entanto, em sua viagem inaugural entre Southampton e Nova York, ele colidiu com um iceberg, indo a pique. Num dos desastres marítimos mais fatídicos da história moderna, 1.514 dos 2.200 passageiros morreram.
Cruzeiros de massa
Apesar do golpe representado pelo Titanic, de lá para cá o número dos navios-cruzeiros e de passageiros só tem aumentado. Em 2015, cerca de 22 milhões de pessoas viajaram em cruzeiros, cujos preços foram baixando à medida que se transformaram em negócio de massa. Hoje, uma viagem transatlântica a partir da Alemanha gira em torno de 1.500 euros – 30% menos do que cinco anos atrás.
Palácios flutuantes
Em vez da biblioteca a bordo, hoje se aposta em simuladores de surfe, cinemas Imax e tobogãs de dez andares. Ervas são cultivadas em estufas nos próprios navios, e robôs preparam coquetéis no bar. Em 2016, 11 novos cruzeiros da classe superluxo serão lançados em diversas partes do mundo. Eles ostentam suítes de até 360 metros quadrados – por bem mais de 1.500 euros por pessoa, é claro.
(Fonte: Deutsche Welle – NOTÍCIAS / CULTURA / A HISTÓRIA DOS CRUZEIROS / Por Autoria: Tankred Gugisch / Susan Bonney-Cox (av) – 10.08.2019)
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