Abdurrahman Wahid, ex-presidente considerado como a voz da tolerância religiosa e pró-democrática.

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Abdurrahman Wahid, o primeiro Presidente indonésio a visitar Timor independente

 

Wahid, um defensor do islão tolerante, era tratado por Gus Dur pelos compatriotas

 

Abdurrahman Wahid (Jombang, 7 de setembro de 1940 – Jacarta, 30 de dezembro de 2009), ex-presidente da Indonésia.

 

O antigo Presidente da Indonésia Abdurrahman Wahid – mais conhecido por Gus Dur -, que passou anos na oposição antes de suceder a Suharto em 1999, foi uma influente figura na política do país.

 

 

Religioso muçulmano a quem era reconhecido um particular sentido de humor, Wahid chegou ao poder à cabeça de uma vaga de optimismo no país e foi o primeiro chefe de Estado na Indonésia a vencer umas eleições genuinamente disputadas: deixou então para trás Megawati Sukarnoputri, filha do primeiro Presidente do país, Sukarno (no poder entre 1945 e 1967). Ainda na oposição, Gus Dur tornou-se num poderoso apoiante da causa independentista de Timor-Leste, reunindo-se várias vezes com Xanana Gusmão na prisão de Cipinang, em Jacarta. Depois da independência, Wahid foi o primeiro Presidente indonésio a visitar a jovem nação.

 

 

Pouco após assumir o poder do quarto mais populoso país do mundo viu-se porém em dificuldades para gerir uma economia de rastos e mais ainda para consolidar o instável e fragmentado sistema político do país que exigia um pulso firme de governação. A sua presidência entrou em colapso depois de ter declarado o estado de emergência no país e foi interinamente substituído, em 2001, pela candidata que derrotara nas eleições.

 

Era um férreo defensor do Islão moderado e acreditava na via secular na política. Fora líder do poderoso Nahdlatul Ulama, um grupo islâmico com mais de 40 milhões de membros e sempre defendeu publicamente as minorias cristã e chinesa da Indonésia.

 

 

Governou de 1999 até 2001. Considerado desde 1984 como a voz da tolerância religiosa e pró-democrática da Indonésia, Wahid dirigiu durante 15 anos a organização religiosa Nahdlatul Ulma, a maior do país, com cerca de 40 milhões de seguidores.

 

 

O veterano líder chegou à Presidência nas eleições de 1999, onde suas limitações físicas, provocadas por duas embolias, não o impediram de ganhar a confiança dos outros partidos e arrebatar, assim, a Presidência de Megawati Sukarnoputri, cujo partido tinha obtido uma grande maioria.

 

 

O princípio do fim do mandato de Gus Dur começou quando propôs um estreitamento das ligações diplomáticas entre a Indonésia e Israel, o que provocou a fúria de todos os principais líderes muçulmanos. Também ganhou como inimigos os três principais partidos políticos do país depois de demitir vários dos seus membros do governo.

 

 

Em seus dois anos de mandato, Wahid – com problemas de visão e de mobilidade – não conseguiu manter o apoio de um amplo setor indonésio que o apoiou nas eleições.

 

 

As suas promessas de reforçar a democracia, lutar contra a corrupção e solucionar os problemas religiosos e separatistas também não se materializaram em medidas concretas, o que levou à sua destituição por votação da Assembleia Consultiva do Povo em 2001.

 

Wahid morreu em 30 de dezembro de 2009, aos 69 anos, em um hospital de Jacarta, onde estava internado por causa de problemas renais e cardiovasculares.

 

(Fonte: https://www.publico.pt/2009/12/31/jornal – 31 de Dezembro de 2009)

(Fonte: Zero Hora – MEMÓRIA – 31/12/2009)

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