Adolfo Aizen (nasceu em Ekaterinoslav, Rússia, em 10 de junho de 1907 – faleceu no Rio de Janeiro, em 10 de maio de 1991), foi pioneiro na publicação de histórias em quadrinhos no Brasil. Em 1934, trouxe para o país personagens que já faziam sucesso nos Estados Unidos, como Flash Gordon, Mandrake e Tarzã.
Foi também um dos lançadores da obra de Walt Disney no Brasil, na década de 40. No ano de 1945, fundou a Editora Brasil-América (Ebal), que chegou a lançar mais de 400 títulos de histórias em quadrinhos por mês.
Considerado o pai dos quadrinhos do Brasil, o jornalista e editor russo naturalizado brasileiro Adolfo Aizen (1904-1991), colaborador dos jornais do Grupo Globo, viajou em 1931 para os Estados Unidos. Ali, encantou-se com uma novidade: suplementos de jornais, cadernos dedicados especificamente a temas policiais, esportivos, femininos e infantis.
“Entre eles, os suplementos infantis eram um dos mais promissores”, afirma o cartunista e biblioteconomista Richardson Santos de Freitas, o Ric. “Quando voltou, Aizen tentou convencer [o proprietário do grupo, o jornalista e empresário Roberto]Marinho (1904-2003) a implantar isso no jornal O Globo.”
Inicialmente, seu projeto foi recusado. O empresário avaliou que a ideia era de alto risco financeiro.
“Aizen então buscou outra parceria e, em 1934, lançou o Suplemento Infantil pela editora do jornal A Nação”, conta Freitas.
Ao que parece, o tino comercial de Marinho estava equivocado. As vendas do jornal triplicavam nos dias de veiculação do caderno especial de Aizen. Mesmo assim, o editor de A Nação não gostou: acreditava que esse tipo de material tirava a credibilidade de sua publicação.
O jornalista russo-brasileiro então criou sua própria editora, chamada de Grande Consórcio Suplementos Nacionais. “O sucesso de vendas de seu ex-funcionário fez Marinho reavaliar e se aventurar no segmento promissor”, detalha Freitas. “Chegou a convidar Aizen para uma conversa e lhe propor uma parceria, que foi recusada.”
“Os dois grandes magnatas do Brasil, Roberto Marinho e Adolfo Aizen, eram concorrentes ferrenhos e cada um lançava algo diferente em seus jornais para vender mais”, explica a pioneira na pesquisa de quadrinhos no Brasil, a jornalista Sonia M. Bibe Luyten, autora de, entre outros livros, Histórias em Quadrinhos: Leitura Crítica.
Adolfo Aizen faleceu em 10 de maio de 1991, aos 83 anos, de enfarte, no Rio de Janeiro.
(Créditos autorais: https://g1.globo.com/pop-arte/noticia/2024/04/14 – G1 Pop e Arte Cinema/ POP & ARTE/ NOTÍCIA/ Por BBC NEWS –
(Fonte: Revista Veja, 22 de maio de 1991 – Ano 24 – N° 21 – Edição 1183 – DATAS – Pág: 75)