Antropóloga Alba Zaluar era uma das mais importantes pesquisadoras da antropologia urbana e da violência no Brasil.
Alba Maria Zaluar (Rio de Janeiro, 2 de junho de 1942 – Rio de Janeiro, 19 de dezembro de 2019), antropóloga e estudiosa, que era pesquisadora associada do Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), foi uma das mais importantes pesquisadoras da antropologia urbana e da violência no Brasil.
A antropóloga, professora e doutora Alba Zaluar, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), se formou em ciências sociais na UFRJ em 1965. Fez pós-graduação na Inglaterra, depois, de volta ao Brasil, se dedicou ao mestrado e ao doutorado em Antropologia, em 1984. Era professora da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e da Uerj, onde coordenou o Núcleo de Pesquisa em Violências (Nupevi), com diversas pesquisas quantitativas e qualitativas no tema das violências doméstica, policial, urbana e vinculada ao tráfico de drogas.
Começou a escrever sobre o assunto no começo dos anos 80, quando foi pesquisar a vida comunitária na Cidade de Deus, na Zona Oeste da cidade.
No conjunto habitacional que começava a se transformar em favela, Alba Zaluar encontrou o que definiu ser uma nova forma de organização: uma quadrilha de traficantes, em guerra.
Ao longo da carreira acadêmica, Alba publicou dezenas de artigos, livros e estudos sobre a violência no Brasil. Entre seus principais trabalhos estão pesquisas sobre a violência na Cidade de Deus, favela na zona oeste do Rio de Janeiro, iniciados ainda na década de 1980, época em que desenvolveu sua tese de doutorado.
A pesquisadora também era uma referência no estudo sobre quadrilhas de traficantes do Rio de Janeiro. Em 2017, em parceria com o psicanalista Luiz Alberto Pinheiro de Freitas, publicou uma biografia de Ailton Batata, famoso traficante da Cidade de Deus.
Alba publicou centenas de artigos e livros que se tornaram referência no estudo da violência urbana. Em 1999 recebeu o prêmio Jabuti, um dos mais importantes da nossa literatura, pela publicação de “A Máquina e a Revolta”.
A antropóloga se aposentou em 2012, mas continuava atuando como professora visitante no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (Iesp), da Uerj.
(Fonte: https://www.terra.com.br/noticias/brasil/cidades – NOTÍCIAS / BRASIL / CIDADES / RIO DE JANEIRO / Por Marcio Dolzan – 19 DEZ 2019)