Alberico de Sousa Cruz, ex-diretor da Globo
O jornalista entrou para a Globo em 1980, como diretor de jornalismo de Minas Gerais. Foi diretor da Central Globo de Jornalismo, de 1990 a 1995, quando deixou a emissora.
Alberico de Sousa Cruz (Abaeté, 6 de maio de 1938 – 10 de maio de 2022), jornalista foi diretor do jornalismo e esportes da TV Globo de 1990 a 1995. Ele foi diretor da então Central Globo de Jornalismo nos anos 90, e esteve envolvido na polêmica edição do debate entre Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Collor, em 1989.
Apesar de ser visto como um dos responsáveis diretos pela eleição de Fernando Collor para assumir a presidência do Brasil em 1990, ele acredita que fez bem o seu papel. “Foi uma época riquíssima, talvez seja uma das melhores coberturas que nós já fizemos. O Brasil estava muito dividido naquele momento, e você tinha uma presença muito grande de participação política dentro das redações”, contou, para o Memória Globo, em 2021.
O profissional iniciou a carreira na década de 1950 e, participou de importantes coberturas jornalísticas como a das eleições de 1982, a cobertura da campanha pelas Diretas Já e a da morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1984 e 1985, e da morte de Ayrton Senna, em 1994.
Alberico de Sousa Cruz se criou na fazenda dos pais, em Minas Gerais. O mineiro de Abaeté, de olhar apertadinho e sorriso largo, era, na verdade um homem do mundo.
Aprendeu com a terra e se aperfeiçoou com os livros. Se formou em direito, mas seguiu outro caminho. Contar e fazer história era o que se lia no destino daquele jovem.
O nome Alberico de Souza Cruz seria conhecido pelo Brasil como um dos jornalistas mais atuantes do país.
Passou por algumas escolas, como o Jornal da Cidade, o Binômio e a sucursal mineira da Última Hora.
“Na última hora, eu aprendi a fazer o pouco que sei em termos de jornalismo, com Celso Japiassu, Roberto Drummond, uma equipe muito boa. Eu era repórter de polícia, e meu chefe era uma figura admirável, o Fernando Gabeira”, disse em entrevista.
Ainda trabalhou no Jornal do Brasil, na Revista Manchete, Na Última Hora, em Brasília, na Revista Veja. e O Jornal, dos Diários Associados.
Coberturas marcantes na Globo
Alberico chegou à Globo em 1980, convidado por Armando Nogueira para ser o diretor de Jornalismo da emissora em Minas Gerais.
Dois anos depois, tornou-se diretor de Telejornais Comunitários da Central Globo de Jornalismo, no Rio de Janeiro.
Participou de algumas das mais importantes coberturas jornalísticas, como a morte do presidente eleito Tancredo Neves, em 1985.
O jornalista assumiu o cargo de diretor de Telejornais de Rede, em 1987. Em abril de 1990, Alberico de Sousa Cruz substituiu Armando Nogueira na direção da Central Globo de Jornalismo.
Um dos destaques da época foi a cobertura da Guerra do Golfo, em 1991, com repórteres em Israel, Jordânia, Iraque e Estados Unidos.
“Cobrimos a guerra como qualquer televisão americana estava cobrindo. Foi um sucesso”, disse ao Memória Globo.
As eleições presidenciais americanas de 1992, ancoradas pelo Jornal Nacional, de Nova York , e a Conferência do Clima, a Eco 92, no Rio de Janeiro, um acontecimento planetário, com a participação de 102 chefes de estado, foram algumas das coberturas especiais comandadas por Alberico.
Ficou na Globo até 1995. Depois, tornou-se sócio de um canal de TV a cabo regional e comandou o jornalismo da Rede TV até se aposentar, em 2002.
“Adoro fazenda, gado. E vou à praia. Eu consegui ser sertanejo e homem do mar. Quer dizer, consegui o que queria na vida.”
Primeiro à frente dos telejornais de rede, de 1987 a 1990, depois como diretor da CGJ, Alberico de Sousa Cruz participou de um período decisivo para o país. Foram anos intensos para o Jornalismo, que ganhava mais peso frente aos desafios da abertura democrática e econômica. Além disso, conflitos e mudanças globais mobilizavam os correspondentes da emissora ao redor do mundo. Tendo vindo da mídia impressa, apaixonou-se pela televisão.
Início da carreira
Entrou para a faculdade de direito, mas, logo em seguida, trocou-a pelo jornalismo. Ainda em Belo Horizonte, começou a trabalhar como repórter no Jornal da Cidade, que tinha o escritor Roberto Drummond como editor. “O Roberto me deu uma missão que quase que acabou com a minha carreira, que era entrevistar um técnico de futebol chamado Yustrich [Dorival Knipel], que não gostava de jornalista. Com aquela missão, fui até o Yustrich e tentei três, quatro dias. Ele me tratava mal, foi uma coisa meio complicada que quase me desviou da profissão. Mas finalmente consegui. O Yustrich disse: Vou dar a entrevista porque se não você não me larga.”
Em seguida, trabalhou no jornal Binômio, dirigido por José Maria Rabelo e Euro Arantes, e na sucursal mineira da Última Hora – ambos os jornais seriam fechados logo após o golpe militar de 1964. “Na Última Hora, eu aprendi a fazer o pouco que sei em termos de jornalismo, com Celso Japiassu, Roberto Drummond, uma equipe muito boa. Eu era repórter de polícia, e meu chefe era uma figura admirável, o Fernando Gabeira”.
Ainda na capital mineira, trabalhou nas sucursais do Jornal do Brasil e da revista Manchete. Em meados dos anos de 1960, participou da implantação da sucursal do jornal Última Hora em Brasília. Em 1966, foi convidado pelo jornalista Henrique Caban para participar da implementação da revista Veja. Chegou a se mudar para São Paulo a fim de participar do projeto, mas logo retornou a Belo Horizonte, onde assumiu a chefia da sucursal da revista. “Fiz parte da primeira equipe da revista Veja, mas em posição absolutamente secundária. Eu participava do grupo, mas não do comando. Eu era o chefe em Minas, nada mais”, analisa. Em 1972, mudou-se para o Rio de Janeiro para dirigir O Jornal, dos Diários Associados. Em seguida, trabalhou no Jornal do Brasil.
Entrada na Globo
Em abril de 1990, a cúpula da Central Globo de Jornalismo foi reestruturada. Alberico de Sousa Cruz substituiu Armando Nogueira na diretoria da CGJ até 1995, quando deixou a emissora. Desta época, destaca a cobertura da Guerra do Golfo (1991): “Resolvemos investir na Guerra do Golfo. Mandei gente pra tudo quanto é lado, cobrimos a guerra como qualquer televisão americana estava cobrindo. Foi um sucesso. Tinha o [Carlos] Dornelles em Tel Aviv; o [Pedro] Bial [do Iraque], Silio Boccanera [de Amã, na Jordânia], Paulo Henrique Amorim [De Nova York]. Todo mundo participando da cobertura.”
A primeira mulher no Jornal Nacional
(Fonte: https://www.metropoles.com/entretenimento/televisao – ENTRETENIMENTO / TELEVISÃO / por Vinícius Veloso – 10/05/2022)
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2022/05/10 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por GloboNews – 10/05/2022)
(Fonte: https://memoriaglobo.globo.com/perfil/alberico-de-sousa-cruz/noticia – PERFIL / NOTÍCIA / Por Memória Globo – 29/10/2021)