Mensageiro da alegria
Albino Pinheiro (Rio de Janeiro, 1934 Rio de Janeiro, 24 de junho de 1999), crítico, jornalista, pesquisador da MPB, especialmente do Samba e do Carnaval, um dos fundadores da Banda de Ipanema (1965), conhecido como o “general da banda”, o “festeiro-mor”, foi um dos mais célebres personagens da música e da vida boêmia do Rio de Janeiro.
Formado em Direito, Albino tinha grande interesse no movimento cultural carioca. Procurador aposentado, podia ser encontrado quase todos os dias tomando chope em algum bar tradicional e era um dos mais conhecidos agitadores culturais da cidade. Carioca do bairro da Saúde, ele levou para Ipanema e toda a Zona Sul as tradições de boêmia da Lapa, das gafieiras e do Carnaval de rua do subúrbio.
Foi um dos responsáveis pela transformação de Ipanema no bairro da moda na década de 60. Em 1965, vendo o desaparecimento dos blocos e festas populares da Zona Sul, Albino e alguns amigos criaram a Banda de Ipanema, que ajudou a revitalizar o Carnaval de rua.
Albino era responsável por um programa, Só para Lembrar, exibido pela TVE, que homenageava nomes famosos da MPB. Há dois anos, ele soube que sofria de câncer na medula óssea.
Albino Pinheiro morreu na quinta-feira passada, vítima de infarto, aos 65 anos. Pinheiro costumava dizer que no Rio de Janeiro jamais morreria sozinho. Dito e feito. Cantando, dançando e chorando, a Banda de Ipanema o acompanhou ao cemitério São João Batista.
(Fonte: Veja, 30 de junho de 1999 – ANO 32 – Nº 26 – Edição nº 1604 DATAS/LUPA Pág; 144/145)