Invenção do telefone mostra importância de patentes
Três cientistas foram decisivos para criar o aparelho que revolucionou as comunicações, mas Graham Bell teve mais agilidade e recursos para patenteá-lo
Alexander Graham Bell (Edimburgo, 3 de março de 1847 – Nova Escócia, 2 de agosto de 1922), inventor escocês do final do século 19, conhecido como o pai do telefone, que juntamente com outros dois, o americano Elisha Gray (1835-1901) e o italiano Antonio Meucci (1808-1889) desenvolveram um sistema de comunicação à distância.
Bell sabia que, na segunda metade do século 19, vários cientistas estavam trabalhando em um dispositivo semelhante ao seu: uma espécie de telégrafo falante, que transmitiria sons com ajuda da eletricidade. Embora tivesse perfil mais acadêmico (foi responsável por inúmeras pesquisas ligadas à surdez e projetos educacionais nessa área), avaliou que havia urgência em registrar seu invento assim que obtivesse sucesso.
Gray e Meucci também consideravam a patente importante, mas faltou agilidade ao primeiro e dinheiro ao segundo. Meucci desenvolveu um sistema de comunicação à distância alguns anos antes de Bell. Chegou a registrar um protótipo de telefone em 1871, mas, com pouca saúde e poucos recursos, não renovou o documento. Uma resolução aprovada pelo Congresso norte-americano em 2002 afirma que “o trabalho [de Meucci]na invenção do telefone tem de ser reconhecido”, o que foi interpretado por alguns como reconhecimento de que o italiano é que é o pai do telefone.
Morando desde 1871 nos Estados Unidos, Bell, filho de um importante estudioso de problemas auditivos e neto de um professor de locução, registrou a patente pouco depois de conseguir se comunicar com seu assistente, que estava numa sala distante. O livro “Historical First Patents”, de Travis Brown, conta que a papelada do escocês foi a quinta a dar entrada no Escritório de Patentes dos EUA em 14 de fevereiro de 1876. Gray fez o mesmo no mesmo dia, mas algumas horas mais tarde: seu pedido foi o 39º a ingressar naquela data. A resolução do Congresso norte-americano não revogou a patente do escocês.
O senso de oportunidade de Bell, porém, não se resumiu a documentar seu invento. Ele também o promoveu. Criou uma empresa para lidar com o achado, a Bell Telephone Company, embora seus sócios (entre eles o sogro e o assistente que ouviu sua primeira chamada telefônica) é que de fato tocassem o negócio. Mostrou a invenção na Exposição Universal da Filadélfia, em 1876, e em outros eventos públicos.
Um dos visitantes da exposição da Filadélfia que mais se entusiasmaram com a novidade foi D. Pedro 2º. O imperador brasileiro teria dito a frase que daria grande estímulo para Graham Bell prosseguir seu trabalho: “Grande Deus, isso fala!”.
(Fonte: http://economia.terra.com.br/vida-de-empresario/invencao-do-telefone-mostra-importancia-de-patentes,772805f2d3b3a410VgnVCM3000009af154d0RCRD – ECONOMIA – CARREIRA – VIDA DE EMPRESÁRIO – 12 de dezembro de 2014)