Alexander von Humboldt, geógrafo, naturalista, explorador e paisagista.

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Alexander von Humboldt: o pesquisador que “redescobriu” a América Latina

Diplomata e aventureiro, o naturalista alemão Alexander von Humboldt é considerado um dos cientistas mais importantes do século 19. Os relatos de Humboldt sobre a expedição pela América Latina mudaram a visão europeia sobre o “novo” continente de forma duradoura.

Alexander von Humboldt (Berlim, 14 de setembro de 1769 – Berlim, 6 de maio de 1859), geógrafo, naturalista, explorador e reconhecido como um dos “pais” da Geografia moderna.

Humboldt foi o grande inspirador de boa parte da exposição montada no Museu Nacional de Belas-Artes do Rio de Janeiro e em São Paulo, no Museu de Arte de São Paulo em abril de 1980, depois da edição dos trinta volumes de sua “Viagem de Humboldt e Bonpland”. Além de tudo, ele era também um artista e talvez por isso acreditasse na aliança fecunda da arte e da ciência.

Seu título foi “Pintores e Naturalistas Alemães do Século XIX Ilustram um Continente” e ela deu esse testemunho da redescoberta da América Latina. Ao contrário dos testemunhos anteriores, especialmente dos mais remotos em que a realidade se confunde com o mito, este, ao contrário, refletindo a época em que se deu, inspirou-se numa deliberada objetividade: seu ponto de partida foi a ciência.

Em 1800, o então governador do Pará recebeu ordens expressas da corte de Lisboa “para não deixar entrar no país, um tal de barão de Umboldt, que pretendia explorar a Amazônia”. Na época, o geógrafo e naturalista Alexander von Humboldt ainda estava iniciando na Venezuela sua viagem científica com o botânico Aimé Bonpland (1773-1858) e tentavam descobrir um rio que ligasse as bacias do Orenoco e do Amazonas.

Ao chegar ao Amazonas, os dois foram presos, mapas e pesquisas confiscados e só voltaram à liberdade com a condição de não voltar às colônias portuguesas. Mesmo assim, foi esta longa viagem, incluindo os Andes, a Amazônia e o México, que desencadeou na Europa o interesse pela América tropical.

Em seu entender, a natureza americana poderia possibilitar à pintura paisag´sitica europeia um novo esplendor. Isso não ocorreu, evidentemente. Os colaboradores e seguidores de Humboldt não eram grandes artistas e o tipo de engajamento a que se entregaram não era propício às inovações estilísticas. Mesmo assim o interesse europeu por essas paisagens inéditas, pelo exotismo latino-americano foi um fato concreto.

(Fonte: Veja, 19 de março de 1980 – Edição 602 – ARTE/ Por Ferreira Gullar – Pág: 125/126)

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