Alfredo Ribeiro Daudt (1922-2007), natural de Porto Alegre, capital, estudou no Instituto Porto Alegre, no Colégio Rosário e no Colégio Militar. Coronel reformado da Força Aérea Brasileira. Trabalhista histórico. Foi na Campanha da Legalidade, liderada pelo ex-governador Leonel Brizola em 1961, que Daudt iniciou uma trajetória que lhe renderia a prisão anos depois.
Defensor do presidente João Goulart, teve os direitos políticos suspensos por 10 anos, a partir de 1964. Desde 1988, Daudt brigava por indenização pelo tempo em que foi impedido pelo governo de exercer a profissão de piloto.
Após a perseguição política no Brasil, Daudt buscou exílio no Uruguai. Com a anistia, em 1979, tornou-se um dos fundadores do PDT, legenda liderada por Brizola. As duas famílias eram unidas pelo casamento de José Vicente Brizola, filho do ex-governador, e de Nereida Daudt Brizola, filha de Daudt. Nos anos 80, o ex-piloto trabalhou em uma revendedora de automóveis Volkswagen até se aposentar. Desde 2004, Daudt se encontrava abatido, sem conseguir falar nem caminhar. Destacou-se nos esportes, como natação e atletismo, em clubes como União e o Cruzeiro. Também se dedicou ao automobilismo, disputando corridas profissionais.
A carreira militar do trabalhista começou cedo. Durante a II Guerra Mundial fez, com outros sete colegas gaúchos, um curso de piloto naval nos Estados Unidos. Acabou sendo integrado à reserva da marinha americana.
De volta ao Brasil, cursou a Academia da Força Aérea Brasileira, onde se formou oficial aviador. Morreu no dia 14 de março de 2007, aos 84 anos, vítima de insuficiência respiratória, no Hospital da Aeronáutica de Canoas. Ele lutava contra o mal de Alzheimer havia 10 anos. O ex-piloto deixa a mulher Dóris Hartz Daudt, e dois filhos.
(Fonte: Zero Hora Porto Alegre, Sexta-feira, 16 de março de 2007 Ano 43 N° 15.175 Política Gente – Pág; 26)