Alinor Azevedo, reconhecido e valorizado pela historiografia clássica do cinema brasileiro.

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Alinor Azevedo (Rio de Janeiro, 1914 – Rio de Janeiro, 20 de janeiro de 1974), roteirista, argumentista, cineasta brasileiro, autor de roteiros e diálogos cinematográficos, destacando-se nos filmes “Moleque Tião” e “O Assalto ao Trem Pagador”.

Contribuiu ao cinema brasileiro nos anos 1940 e 1950. Parte-se da constatação de que Alinor Azevedo foi o único roteirista a ter seu trabalho reconhecido e valorizado pela historiografia clássica do cinema brasileiro, especialmente por autores como Alex Viany, Glauber Rocha e Paulo Emílio Salles Gomes. Aos 23 anos, Alinor Azevedo ingressou na Agência Meridional dos Diários Associados, passando, em seguida por outros diários como O Jornal e chegando, bem mais tarde, a trabalhar como redator nas TVs Tupi e Globo.

Sua primeira experiência em cinema foi com o documentário Cais em revista, trabalho que realizou com a indenização com a sua saída da Agência Meridional. Em seguida, na organização da Atlândida, redige, com Arnaldo Farias, o célebre manifesto que lançaria a nova empresa. Nela, sua principal atividade nos dois primeiros anos foi a edição do cinejornal Atualidades Atlândida, além da preparação do seu maior sucesso, dois anos depois, o roteiro do longa-metragem “Moleque Tião”.

Baseado em uma reportagem biográfica sobre Grande Otelo, publicada por Samuel Wainer na revista Diretrizes com o título “Otelo não tem culpa”, o filme, dirigido por José Carlos Burle, dava forma e conteúdo às propostas do grupo fundador da companhia carioca. Ao participar da criação da Atlândida, Alinor Azevedo, ex-membro do Partido Comunista Brasileiro (PCB), pensava em dar ao cinema brasileiro uma estrutura sólida, sustentada por um trabalho criterioso e sério, sempre preocupado com a linha temática que o identificaria mais tarde com, por exemplo, Nelson Pereira dos Santos, de Rio, 40 graus (1955).

Em Moleque Tião, o filme que introduziu Cacilda Becker no cinema brasileiro, fazia referência a outras mazelas da sociedade brasileira, como o câmbio negro e os racionamentos. Era dessa forma que Alinor Albuquerque Azevedo pensava no desenvolvimento de um cinema carioca popular e socialmente comprometido. Sempre contrário ao rumo tomado pela Atlândida ao privilegiar as chanchadas, Azevedo passou a influenciar o então incipiente cinema brasileiro escrevendo diálogos em que as falas repletas de termos eruditos ou pseudo-eruditos eram substituídas pela linguagem cotidiana. Alinor Azevedo faleceu no dia 20 de janeiro de 1974, aos 61 anos, de doença cerebral, no Rio de Janeiro.

(Fonte: Veja, 30 de janeiro de 1974 – Edição n.º 282 – DATAS – Pág; 12 – www.biblioteca.universia.net/ Por Luís Alberto Rocha Melo)
(Fonte: Enciclopédia do Cinema Brasileiro/ Por Fernão Ramos/ Luiz Felipe Miranda – Senac 2ª Edição)

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