Powered by Rock ConvertÁlvaro de Moya, jornalista pioneiro da divulgação dos quadrinhos no Brasil
Pioneiro da televisão, maior teórico brasileiro de quadrinhos, ajudou a organizar, em 1951, a Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos
O autor, pesquisador e professor Álvaro de Moya, autor de “Shazam!” (1970), um dos primeiros livros teóricos sobre HQs (Foto: Claudio Belli/ Valor)
Álvaro de Moya (São Paulo, 1930 – São Paulo, 14 de agosto de 2017), autor, professor e pesquisador, tido como um dos principais pesquisadores de histórias em quadrinhos do país, foi o primeiro a abraçar o segmento, quando pais, professores e psicólogos consideravam o gênero prejudicial a formação das crianças.
Acreditava no potencial do gênero em expressar emoção, sentimento, e no campo teórico Moya foi autor do clássico “Shazam!” (1970), primeiro livro brasileiro inteiramente dedicado à análise de HQs. Em vez de discutir só aspectos práticos dos quadrinhos, a obra também debate as influências pedagógicas do gênero e defende que as HQs devem ser levadas mais a sério pela academia.
Álvaro de Moya, jornalista pioneiro da divulgação dos quadrinhos no Brasil (Foto: Pipoca e Nanquim/ Divulgação)
Jornalista, escritor, ilustrador e especialista em quadrinhos, foi um dos pioneiros da televisão, com passagens pela Excelsior, Tupi, Bandeirantes e Cultura, Moya também foi uma figura reconhecida mundialmente pelas histórias em quadrinhos.
O profissional era considerado o maior especialista de Histórias em Quadrinhos do país, uma inspiração para muitos, e atuava na área desde o final dos anos 1940. Trabalhou como desenhista de HQs e como ilustrador de livros para várias editoras e tinha ainda uma rica história em outros segmentos, como jornalista, escritor de livros e realizador de mostras, exposições e eventos culturais.
Um dos pioneiros em atuar em prol dos quadrinhos no Brasil, ele foi um dos responsáveis pela organização da Primeira Exposição Internacional de Histórias em Quadrinhos, que aconteceu em São Paulo, no ano de 1951. E organizou também uma das obras de referência sobre o assunto, “Shazam!”, reunião de textos com participação de nomes como Jô Soares e Umberto Eco.
Graças ao seu empenho, no dia 18 de junho de 1951, foi inaugurada uma exposição de quadrinhos no Centro Cultura e Progresso, clube da juventude judaica no bairro do Bom Retiro. No espaço, pela primeira vez os quadrinhos foram apresentados ao público como Arte, em uma época em que começavam a sofrer repressão por parte de pais, educadores, psicólogos e autoridades.
Também participou da primeira geração de profissionais da televisão brasileira, tendo trabalhado como produtor na TV Excelsior. Desenhou capas das revistas de personagens Disney para a editora Abril.
Ele trabalhou na linha Disney da Editora Abril, publicou adaptações de romances na Ebal, fez charges, ilustrações e matérias sobre quadrinhos para vários jornais, desenhou para livros infantis, foi professor na USP – Universidade de São Paulo, foi representante de autores internacionais no Brasil.
Moya e Waldomiro Vergueiro, professor da USP foram responsáveis por fundar o Observatório de Histórias em Quadrinhos da USP.
É autor de Shazam, O Mundo de Disney, História da História em Quadrinhos, Vapt Vupt, além de ter participado com artigos em diversos outros livros sobre o assunto. O mais recente, da Editora Criativo, celebrava seus 70 anos de carreira e sua amizade com Will Eisner (1917-2005) e foi lançado em agosto de 2017: Eisner / Moya – Memórias de Dois Grandes Nomes da Arte Sequencial.
Álvaro de Moya morreu em 14 de agosto de 2017, em São Paulo, aos 87 anos. Ele estava internado desde o último dia 5 de agosto no Hospital São Paulo, quando sofreu, em casa, um Acidente Vascular Cerebral.
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/08 – ILUSTRADA/ Por Amanda Ribeiro / De São Paulo – 14/08/2017)
(Fonte: http://www.universohq.com/noticias – UNIVERSO HQ/ Por Marcelo Naranjo – 14 agosto, 2017)
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