Alysson Paolinelli, engenheiro-agrônomo e professor universitário, é apontado por muitos como um dos maiores nomes por trás do desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira, foi ministro da Agricultura no governo de Ernesto Geisel, ficou conhecido por sua defesa da segurança alimentar mundial, bandeira que o fez ser indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2021

0
Powered by Rock Convert

Alysson Paolinelli, nome fundamental na revolução do agronegócio brasileiro

Líder da revolução agrícola tropical sustentável e quase Nobel da Paz

Ex-ministro da Agricultura Alysson Paolinelli — (Foto: Rede Paolinelli/Divulgação)

 

Alysson Paolinelli (nasceu no dia 10 de julho de 1936, em Bambuí, MG – faleceu em 29 de junho de 2023 em Belo Horizonte), professor e ex-ministro da Agricultura foi um dos nomes mais importantes na transformação do agronegócio brasileiro em um dos mais importantes do mundo, que teve papel fundamental na estruturação da Embrapa na década de 1970.

Engenheiro agrônomo é considerado líder da revolução agrícola tropical sustentável, que transformou o Brasil em potência agroalimentar e teve duas indicações ao Nobel da Paz.

Paolinelli foi um visionário e um dos principais responsáveis pelo desenvolvimento da agricultura brasileira. Ele foi líder da revolução agrícola tropical sustentável, que transformou o país em potência agroalimentar e criou horizontes para a segurança alimentar mundial.

Alysson Paolinelli foi indicado ao Prêmio Nobel da Paz em 2021 e 2022, sendo criada, inclusive a Rede Paolinelli, que reuniu instituições do mundo acadêmico e do agronegócio com o propósito de coordenar e estimular o engajamento na indicação do ex-ministro da Agricultura ao prêmio.

Engenheiro-agrônomo e professor universitário, Alysson Paolinelli é apontado por muitos como um dos maiores nomes por trás do desenvolvimento sustentável da agricultura brasileira. Ele é um dos principais responsáveis pela introdução da tecnologia e da pesquisa na produção agrícola, o que se consolidou em boa parte  com a criação da Embrapa. Com isso, contribuiu para que o Brasil se tornasse uma potência no setor. Nos últimos anos, Paolinelli ficou conhecido por sua defesa da segurança alimentar mundial. Essa sua bandeira o fez ser indicado ao prêmio Nobel da Paz em 2021.

Mineiro de Bambuí, engenheiro agrônomo formado pela Universidade Federal de Lavras, Paolinelli é apontado como responsável pela revolução da agricultura brasileira nas últimas décadas. Ele foi ministro da Agricultura no governo de Ernesto Geisel, de 15 de março de 1974 a 15 de março de 1979. Anteriormente, em 1971, foi secretário de Agricultura de Minas Gerais e é considerado um dos responsáveis pela liderança no Estado na produção cafeeira. De 1987 a 1991, foi deputado constituinte por Minas Gerais.

Trajetória de Paolinelli

Alysson Paolinelli nasceu no dia 10 de julho de 1936, em Bambuí, MG. Segundo informações da Rede Paolinelli, que reúne detalhes da história do ex-ministro, ele percebeu muito cedo a importância da atuação do setor público no desenvolvimento agropecuário e na evolução da vida e renda da população, pois o pai dele foi engenheiro agrônomo e responsável pelo posto agropecuário da cidade.

Paolinelli deixou a cidade natal aos 15 anos para estudar em Lavras, no Sul de Minas. Em 1959, ele se formou engenheiro-agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla). No mesmo ano tornou-se professor na instituição, na qual mais tarde ocuparia o cargo de diretor.

No início da década de 70, Paolinelli foi secretário de Agricultura de Minas Gerais, assumindo com o desafio de implantar uma nova matriz produtiva no estado, baseada em incorporação de tecnologia e políticas de crédito estimuladoras de modernização. Seus programas de colonização agrícola do Cerrado Mineiro chamaram a atenção do Governo Federal que o convidou a ser ministro da agricultura em 1974.

Apoiador da ciência e tecnologia, Alysson Paolinelli liderou a estruturação da Embrapa, na primeira década da estatal. Por meio de um ousado projeto de pós-graduação, promoveu bolsas de mestrado e doutorado para que os pesquisadores da Empresa se especializassem nas melhores universidades do mundo. Em sua gestão, foi criado o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), com novos mecanismos de política agrícola e levando infraestrutura e tecnologia para produzir alimentos na região. As ações no bioma induziram à criação da Embrapa Cerrados, em Planaltina (DF).

Em 2006, Alysson Paolinelli foi premiado com o World Food Prize pelo incentivo à agricultura tropical brasileira na evolução da oferta de alimentos no mundo. Em 2012, ele fundou o Instituto Fórum do Futuro, voltado ao debate sobre o desenvolvimento sustentável, com foco em inovação, tecnologia e pesquisa. No Fórum, ele estava à frente do Projeto Biomas Tropicais, que oferece um novo caminho para a produção alimentar, preconizando a precedência da ciência na definição dos limites de uso sustentável dos recursos de cada bioma, antes do seu uso econômico.

Alysson Paolinelli também foi presidente da Confederação Nacional da Agricultura (CNA). Desde 2022, era presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

Saiu de Bambuí ainda adolescente

Alysson Paolinelli nasceu no dia 10 de julho de 1936, em Bambuí. Segundo informações da Rede Paolinelli, que reúne detalhes da história do ex-ministro, ele percebeu muito cedo a importância da atuação do setor público no desenvolvimento agropecuário e na evolução da vida e renda da população, pois o pai dele foi engenheiro agrônomo e responsável pelo posto agropecuário da cidade.

Paolinelli deixou a cidade natal aos 15 anos para estudar em Lavras, no Sul de Minas. Em 1959, ele se formou engenheiro agrônomo pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), atual Universidade Federal de Lavras (Ufla). No mesmo ano tornou-se professor na instituição, onde mais tarde ocuparia o cargo de diretor.

Desafio na Secretaria Estadual de Agricultura

No início da década de 70, Alysson Paolinelli foi convidado para a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, assumindo com o desafio de implantar uma nova matriz produtiva no estado, baseada em incorporação de tecnologia e políticas de crédito estimuladoras de modernização.

Criou então o Programa de Crédito Integrado (PCI), visando implantar projetos de colonização orientados por assistência técnica, uma política inovadora no Brasil rural daquela época.

Um outro projeto deu destaque à atuação de Paolinelli em Minas Gerais: o Programa de Assentamento Dirigido do Alto Paranaíba (PADAP), em parceria com a Cooperativa Agrícola de Cotia (CAC), que se tornaria modelo para a criação de outros projetos de colonização agrícola no cerrado brasileiro.

O trabalho que impulsionou a agricultura nacional

Após se destacar em Minas Gerais, em 1974, Alysson Paolinelli tornou-se ministro da Agricultura. Ele priorizou a ciência, a tecnologia e estruturou a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Implantou um ousado programa de bolsas de estudo para Mestrado e Doutorado, nas melhores universidades de ciências agrárias do mundo.

Criou o Programa de Desenvolvimento dos Cerrados (Polocentro), com novos mecanismos de política agrícola e levando infraestrutura e tecnologia para produzir alimentos na região.

Para apoiar o Polocentro com pesquisa agrícola específica, implantou a Embrapa Cerrados, impulsionando o grande salto da agricultura brasileira.

Estava na presidência da Abramilho

Desde 2022, Alysson Paolinelli estava como presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho).

Em 2012, ele fundou o Instituto Fórum do Futuro, voltado ao debate sobre o desenvolvimento sustentável, com foco em inovação, tecnologia e pesquisa. No Fórum, ele estava à frente do Projeto Biomas Tropicais, que oferece um novo caminho para a produção alimentar, preconizando a precedência da ciência na definição dos limites de uso sustentável dos recursos de cada bioma, antes do seu uso econômico.

Em 2006, Alysson Paolinelli foi premiado com o World Food Prize pelo incentivo à agricultura tropical brasileira na evolução da oferta de alimentos no mundo.

Paolinelli também já foi presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA).

Alysson Paolinelli faleceu na quinta-feira (29/06), aos 86 anos em Belo Horizonte.

“É inegável a liderança de Paolinelli na agricultura brasileira. Ele sempre acompanhou de perto e apoiou a Embrapa. Nossos gestores e empregados se solidarizam com a família e com todos os atores do agro nacional que têm em Alysson Paolinelli essa referência do setor”, declarou a presidente da Embrapa, Silvia Massruhá.

(Direitos autorais: https://www.embrapa.br/busca-de-noticias/-/noticia – NOTÍCIA/ Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) – 29/06/23)

(Direitos autorais: https://g1.globo.com/mg/centro-oeste/noticia/2023/06/29 – Globo Notícias/ CENTRO OESTE/ NOTÍCIA/ Por g1 Centro-Oeste de Minas — Bambuí – 29/06/2023)

© Copyright 2000-2023 Globo Comunicação e Participações S.A.

Powered by Rock Convert
Share.