A VOZ DE PORTUGAL
Amália: rainha do fado
Cantora tida como a maior fadista de todos os tempos; estreou na vida artística cantando no Retiro da Severa (Lisboa).
Amália Rodrigues (Lisboa, 1º de julho de 1920 - Lisboa, 6 de outubro de 1999), cantora, considerada uma das figuras mais importantes da história do fado, tendo atingido o estatus de “ícone” nacional. O fado é um gênero musical que enfatiza a nostalgia e o amor infeliz. A morte da cantora Amália deixou o fado ainda mais triste. Durante mais de cinquenta anos, ela foi sua voz mais representativa.
Amália Rodrigues foi a maior cantora de fados de todos os tempos. Símbolo da música folclórica portuguesa em todo o mundo, Amália cantou em público pela última vez na exposição universal de Lisboa, em 1998, depois de ter sofrido uma cirurgia cardíaca que a afastara dos palcos. Nascida em 1920, ela começou a cantar ainda na adolescência nas docas do rio Tejo, enquanto vendia frutas com a mãe e a irmã. “Eu não canto o fado, ele canta em mim”, afirmou certa vez.
Amália da Piedade Rebordão Rodrigues nasceu em Lisboa em dia incerto no mês de julho de 1920. Moça pobre, começou a ser conhecida, ainda adolescente, por cantar tangos enquanto vendia frutas no Porto de Alcântara. Lançou-se profissionalmente aos 19 anos, depois de passar no teste para cantar no Retiro da Severa, a mais conhecida casa de fados de Lisboa. Tornou-se conhecida mundialmente como a Rainha do Fado e, por consequência, devido ao simbolismo que este genero musical tem na cultura portuguesa, foi considerada por muitos como uma das melhores embaixadora do pais.
Aparecia em vários programas de televisão pelo mundo fora, onde não só cantava fados e outras musicas de tradição popular portuguesa, como música de outras origens (por exemplo, música espanhola).
Sua fama ganhou o mundo nos anos 50, ao excursionar pela França, Estados Unidos, Japão e União Soviética. Esteve muitas vezes no Brasil, com o qual tinha uma ligação especial. Foi casada por 36 anos com o empresário brasileiro César Seabra, morto em 1997. Em 1974, com a Revolução dos Cravos, que derrubou a ditadura salazarista, Amália foi acusada de simpatizar com o antigo regime e viveu maus momentos.
Dois anos depois, quando voltou a se apresentar em público, foi recebida com aplausos carinhosos. Amália carregava consigo uma tristeza declarada – talvez por isso tenha sido a intérprete ideal do fado. “Eu não canto o fado, o fado é que me canta”, declarou certa vez. Ela cantou pela última vez na abertura da Expo 98, em Lisboa. Portugal perdeu sua voz mais expressiva.
Amália morreu no dia 6 de outubro de 1999, aos 79 anos, em Lisboa.
(Fonte: Veja, 13 de outubro de 1999 - ANO 32 - N° 41 – Edição 1619 - DATAS – Pág; 119)
(Fonte: http://www.terra.com.br/istoegente/10/tributo – TRIBUTO – 13 de outubro de 1999)