Ela era casada com o também físico Ernst Hamburger.
A física e divulgadora da ciência
Amélia Império Hamburger (São Paulo, 12 de julho de 1932 – São Paulo, 1º de abril de 2011), física, cientista, pesquisadora e professora da USP, participou da criação da Sociedade Brasileira de Física.
De ascendência italiana, Amélia viveu na capital paulistana com os pais (Domingos e Helena) e o irmão Flávio Império (1935-1985) – figura expressiva no domínio da arquitetura e cenografia –, até ingressar na Universidade de São Paulo (USP), no início da década de 1950.
Na USP, formou-se em física e conheceu Ernst Wolfgang Hamburger, com que foi casada por mais de meio século.
Amélia e Ernesto – versão abrasileirada e mais usada de seu nome – não conheceram a época de construção do departamento de física da universidade paulista realizada por Gleb Watgahin (1899-1986) entre 1934 e 1948. Ainda assim, os anos em que lá passaram foram significativos, pois correspondem à instalação e ao início do funcionamento de máquinas usadas em física nuclear.
Além disso, estudaram e interagiram com Mário Schenberg (1916-1990), David Bohm (1917-1992), Guido Beck (1903-1988), Marcelo Damy de Souza Santos (1914-2009), Oscar Sala (1922-2010) e José Goldemberg, entre outros.
Foi num desses laboratórios – o que abrigava o Van der Graaf – que Amélia começou uma carreira experimental em física nuclear. Com o passar dos anos, à física nuclear, Amélia acrescentou outras áreas de interesse: história da ciência, ensino de ciências, filosofia da ciência e arte. Não deve ser esquecida a sua preocupação em organizar o arquivo do Instituto de Física (IF) da USP e dos papéis de Schenberg, tarefas as quais se dedicou em fins do século 20.
Na década de 1960, a cientista teve atuação importante na fundação da Sociedade Brasileira de Física, cujo estatuto ajudou a redigir. Ao longo dos anos, fez parte da diretoria e do conselho em várias oportunidades.
Graduada em física pela USP – universidade na qual veio a lecionar por mais de 40 anos – em 1954, Hamburger fez mestrado e pós-doutorado nos EUA na década de 1960. Dedicou sua pesquisa a áreas como história, epistemologia e o ensino da física. Organizou o livro “Fapesp 40 anos – Abrindo Fronteiras” e ganhou um prêmio Jabuti por um texto que continha a primeira parte de um projeto de edição do livro “Obra científica de Mario Schönberg”.
Ela era casada com o também físico Ernst Hamburger e deixa cinco filhos – entre eles o cineasta Cao Hamburger, diretor de “O ano em que meus pais saíram de férias”.
Amélia que estava com 78 anos, morreu em 1º de abril de 2011, em São Paulo.
(Fonte: http://g1.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2011/04 – Ciência e Saúde – Do G1, em São Paulo – 01/04/2011)
(Fonte: http://cienciahoje.uol.com.br/blogues/bussola/2011/04/amelia-imperio-hamburger-1932-2011 – BÚSSOLA – 08/04/2011)