Embaixador André Guimarães dedicou 40 anos da vida ao Itamaraty, atuou em nove países
André Guimarães, embaixador que dedicou 40 anos de sua vida à diplomacia brasileira, em nove diferentes países.
Marcado pela atuação na área de promoção comercial, Guimarães era filho do embaixador Mário da Costa Guimarães, o bacharel em Direito trilhou a carreira do pai e começou na diplomacia em 1955, como cônsul de terceira classe. Em 1961, foi promovido a segundo secretário e partiu para a sua primeira missão no exterior, na embaixada brasileira em Washington, nos Estados Unidos. Três anos depois, seguiu para Lisboa, em Portugal, como segundo secretário e chefe interino do Setor de Promoção Comercial. Depois, voltou ao Brasil, promovido a primeiro secretário, e trabalhou como oficial de gabinete do então ministro das Relações Exteriores, Juraci Magalhães.
André Guimarães foi enviado em 1966 a Montevidéu, no Uruguai, como encarregado de negócios na Associação Latino-Americana de Livre Comércio, atual Aladi. Na capital uruguaia, chefiou o Setor de Promoção Comercial da embaixada brasileira. Em seguida, foi transferido a Milão, na Itália, como cônsul-adjunto. Por lá, também liderou o setor comercial da embaixada.
Em 1973, retornou ao Brasil e afastou-se da diplomacia. Dois anos depois, assumiu a chefia do cerimonial do governo do recém-criado estado do Rio de Janeiro.
Um ano após voltar ao Itamaraty, foi transferido como cônsul-geral em Santiago, no Chile, em 1979. Três anos depois, no Brasil, atuou como consultor de assuntos internacionais do Estado-Maior das Forças Armadas (EMFA). Ele chefiava a Divisão Especial de Acompanhamento Orçamentário e Execução Financeira quando foi designado, em 1986, embaixador do Brasil na Indonésia. Antes de se aposentar, em 1997, ele representou o país como embaixador na Bolívia e na Hungria. André Guimarães então seguiu para a iniciativa privada e tornou-se curador do Banco da Providência, ligado à Cúria Metropolitana do Rio de Janeiro. Em 2009, dirigiu a Câmara de Comércio Brasil-Paraguai.
André Guimarães faleceu, aos 86 anos. André Guimarães, lutava contra um câncer. Ele teve a morte declarada na madrugada da última quarta-feira e foi enterrado no dia seguinte, no Cemitério de São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio de Janeiro.
Na visão de Maria Lucia, o marido teve uma carreira “muito produtiva”. Ela recorda o papel de liderança do marido nas negociações para levar a novela Escrava Isaura, da TV Globo, à Indonésia, onde foi sucesso de público e abriu caminho para outros folhetins, e a influência na continuidade das negociações do gasoduto Brasil-Bolívia, inaugurado em 1999. Para a viúva, fica a lembrança de uma carreira diversificada e de uma vida familiar amorosa.
— Ele foi um diplomata excepcional. Um pai fantástico, com os netos também. Uma pessoa que tinha sempre uma palavra carinhosa. Um homem que defendeu o Brasil em reuniões comerciais de maneira fantástica. Estou recebendo e-mails de colegas dele que me emocionam, porque falam o quanto ele representou para o Itamaraty — ressalta.
(Fonte: https://oglobo.globo.com/mundo – MUNDO / Por O Globo – 05/01/2019)