Produtor de sucessos da bossa nova
Midani era obsessivo por juventude com talento
Músico e produtor foi um dos mais importantes executivos da indústria fonográfica, contribuiu para o desenvolvimento da música no Brasil e descobriu grandes cantores.
André Haidar Midani (Damasco, Síria, 25 de setembro de 1932 – Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro, 13 de junho de 2019), produtor e músico, empresário da indústria fonográfica, impulsionou diferentes momentos da música no Brasil. Um dos maiores ícones da indústria fonográfica, ele foi decisivo para lançamento da bossa nova no Brasil e descobriu grandes cantores.
O produtor foi fundamental para a criação e a promoção da Bossa Nova, do Tropicalismo e do rock brasileiro. O músico nasceu em setembro de 1932, na Síria, e se mudou para a França quando tinha 3 anos. Morou na França e chegou no Brasil em 1955, em virtude da guerra na Argélia.
Foi no país europeu que começou a carreira na indústria fonográfica. Chegou ao Brasil em 1955 e deu continuidade ao trabalho com a música. Fundou em 1977 a filial brasileira da gravadora Warner, depois de ter trabalhado para a Odeon, para criar o selo Capitol Records por aqui, e Philips (atual Universal Music). Na década de 1990, tornou-se o presidente da Warner para a América Latina e se mudou para Nova York, onde ficava o escritório da gravadora.
Midani era um dos principais nomes da indústria fonográfica, tendo sido fundamental para a criação e promoção da Bossa Nova nos anos 50, para o tropicalismo na década seguinte e para o rock nos anos 80.
Trabalhou com músicos como Elis Regina, Tom Jobim, João Gilberto, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tim Maia, Nara Leão, e bandas como Titãs, Kid Abelha, Barão Vermelho e Os Mutantes.
No final da década de 1950, trabalhou na gravadora Odeon (hoje EMI). Foi nos anos 1960 e 1970, quando estava no comando da filial brasileira do conglomerado multinacional Phonogram / Philips, que Midani marcou a música brasileira.
“A bossa nova está impregnada na música brasileira, só que cada vez mais de maneira mais sutil, o que é péssimo. Agora, o grande legado cultural da bossa nova foi ela ter ganho o mundo. Os Estados Unidos, o Japão, a França, a Itália, porque eles, até hoje, escutam e trabalham a bossa nova”, destacou Midani em entrevista em 2018.
Na década de 80, ele apostou em nomes do rock brasileiro como Lulu Santos, Titãs e Kid Abelha.
Midani voltou ao Brasil no começo dos anos 2000. Em 2005, ele foi condecorado pelo governo francês.
Refletindo sobre a importância da música na vida das pessoas em entrevista concedida em 2018, Midani decretou: “Música boa é aquela que toca aqui (aponta para o coração). Música é emoção”.
André Midani faleceu em 13 de junho de 2019, aos 86 anos. Midani tinha câncer e estava internado na Casa de Saúde São Vicente, na Gávea, na Zona Sul do Rio de Janeiro.
“Mais do que um executivo visionário, Midani sabia ser conciliador. Entendia a alma sensível dos artistas, talvez porque ele mesmo – vaidoso e de temperamento forte – tivesse uma alma de artista. Por isso, foi tão querido por todos esses artistas”, escreve o colunista do G1 Mauro Ferreira.
(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2019/06/14 – POP & ARTE / MÚSICA / RIO DE JANEIRO / Por G1 Rio – 14/06/2019)