Anne Rice, autora de ‘Entrevista com o Vampiro’
Anne Rice (Nova Orleans, Luisiana, 4 de outubro de 1941 – 11 de dezembro de 2021), escritora norte-americana, ficou conhecida por seus livros de terror e fantasia, em especial seu best-seller Entrevista com o Vampiro
Rice escreveu mais de 30 romances góticos, alguns deles editados no Brasil pela Editora Rocco. Sua obra mais aclamada, Entrevista com o Vampiro, publicada em 1976, foi adaptada ao cinema e estrelada por Tom Cruise e Brad Pitt. No Brasil, o livro foi traduzido por Clarice Lispector.
Nascida em Nova Orleans, a romancista conquistou leitores pelo mundo afora com suas histórias sobre vampiros, com destaque para a novela Crônicas Vampirescas, que deu origem ao seu livro best-seller. Foram 12 livros publicados como parte da série, entre o primeiro, em 1976, e o último, em 2015.
A romancista começou a escrever após a perda da filha, de cinco anos, vítima de leucemia, e não parou até o fim de sua vida. A última obra, lançada no Brasil em 2018, foi Comunhão do Sangue.
A vida e obra de Anne Rice
Sua escrita acompanhou suas mudanças pessoais: Rice se tornou uma devota católica e, tempos depois, renunciou a qualquer religião organizada e deixou a Igreja. Na transição, mudou de vampiros e bruxas até passar a escrever sobre anjos.
Em entrevista ao Estadão em 2011, ela contou que, apesar disso, sua fé em Deus era o “centro de sua minha vida” e que, graças a seus personagens – anjos, vampiros, bruxas e outros seres sobrenaturais – ela conseguia “respostas para as questões cósmicas que a rodeavam”.
“Minhas tramas são mais complexas que as tradicionais histórias de ação, pois envolvem questões cósmicas como a relação entre o homem e Deus”, resumiu à época.
Sua intenção, a partir do sobrenatural, era tratar de questionamentos comuns, envoltos pela cosmologia, como “por que estou neste planeta?”. “Meus vampiros eram metáforas para os forasteiros, os perdidos, os errantes na escuridão que se lembravam do calor da luz de Deus, mas não conseguiam encontrá-lo. Daí essas tramas serem tão poderosas e atraentes”, afirmou.
A proximidade com seus leitores também sempre lhe foi comum. Ela interagia com eles em sua página do Facebook, que acumula mais de um milhão de seguidores, e suas sessões de autógrafos eram shows excêntricos que atraíam dançarinos e fãs fantasiados.
A romancista era casada com o poeta Stan Rice, que morreu em 2002. Eles tiveram dois filhos, Michelle, que morreu aos 5 anos de leucemia, e Christopher.
Christopher, que seguiu os passos dos pais da escrita, escreveu dois romances de terror histórico com sua mãe. “Como escritora, ela me ensinou a desafiar os limites dos gêneros e a me render às minhas paixões obsessivas”, disse Rice.
Anne Rice faleceu em 11 de dezembro de 2021, aos 80 anos.
A informação foi confirmada por seu filho, Christopher Rice, pelas redes sociais, que informou que a romancista morreu por “complicações resultantes de um derrame”.
“Ela nos deixou quase dezenove anos depois que meu pai, o marido dela, Stan, morreu”, escreveu Christopher na página de sua mãe no Facebook.
“Em suas horas finais, sentei-me ao lado de sua cama de hospital admirado com suas realizações e sua coragem, inundado de memórias de uma vida que nos levou das colinas enevoadas da área da baía de São Francisco às ruas mágicas de Nova Orleans e vistas cintilantes do sul da Califórnia ”, disse seu filho nas redes sociais.
Rice foi enterrada em uma cerimônia privada no mausoléu da família em Nova Orleans, informou seu filho.
(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/entretenimento/noticias – ENTRETENIMENTO / NOTÍCIAS / ESTADÃO CONTEÚDO / por Maria Isabel Miqueletto – 12/12/2021)
(Fonte: GAÚCHAZH – ANO 58 – N° 20.203 – 13 DE DEZEMBRO DE 2021 – MEMÓRIA / TRIBUTO – Pág: 23)