Jornalista e comentarista esportivo
Antero Greco, comentarista da ESPN e ex-editor do Estadão
Parceria com Paulo Soares, o Amigão, marcou época na TV
Antero Greco (nasceu em 2 de junho de 1954 – faleceu em 16 de maio de 2024, em São Paulo (SP)), jornalista e comentarista esportivo.
Antero Greco foi um dos jornalistas mais respeitados da crônica esportiva brasileira. Formado pela Universidade de São Paulo (USP), ele passou pelo Diário Popular, Diário de S. Paulo, Estadão, Folha de S. Paulo, Grupo Bandeirantes, entre outros veículos.
Nascido em 2 de junho de 1954, filho de imigrantes italianos e paulistano do bairro do Bom Retiro, onde passou toda a sua vida, Antero Greco poderia ter sido padre. Mas o então adolescente rejeitou a batina e, a contragosto da mãe, Ernestina, e do pai, João, foi estudar Jornalismo na ECA-USP. Sua escolha estava certa, já que foi um dos mais brilhantes jornalistas esportivos, com uma escrita fina e primorosa.
Antero dedicou 44 de seus 69 anos ao Estadão, no qual começou a sua carreira, como revisor de anúncios em madrugadas de fim de semana, em 1974.. Na editoria de Esportes, foi repórter, chefe de reportagem, repórter especial, editor assistente, editor e colunista, cargo que ocupou até novembro de 2018, quando encerrou sua “parceria de vida” com a empresa, como escreveu quando deixou o jornal. Camisa das redações esportivas, ele jogou em todas, com elegância, profissionalismo e maestria.
“Por mim, a ESPN terá de me aturar muito tempo ainda, da mesma forma que o Estadão, porque não largo o osso tão facilmente. Só quando ficar velhinho, desde que a gastrite e dores várias deixem. Assim como minha mulher carregará este fardo (leve, vai) por pelo menos mais uns 40 anos. Amém e obrigado”, escreveu o jornalista, em uma de suas centenas de colunas, em 2014.
Sensível, gentil, inteligente, altivo e bem-humorado, Antero também trabalhou no Diário Popular e teve breve passagem pelo extinto Popular da Tarde, além da Folha de S.Paulo e da Band, em cujas transmissões comentava o Campeonato Italiano. À época, Antero era um dos que mais conhecia o futebol da Itália no Brasil. Mas as ligações mais fortes do palmeirense Anterito, como era chamado por Paulo Soares, foram mesmo com o Estadão e com a ESPN.
Antero amava literatura e escreveu dois livros: ‘Seleção Nunca Vista’ e ‘A Goleada’. Ele chegou a estudar Letras, também na USP, mas não concluiu a graduação porque quis focar no Jornalismo. Em sua casa, tinha uma coleção de mais de 10 mil exemplares. Cobriu 10 edições de Copa do Mundo, a primeira delas na Espanha, em 1982.
Sua última coluna no Estadão, entre as quase 2 mil escritas, foi publicada em 14 de novembro de 2018. O texto era sobre a iminência do décimo título brasileiro do Palmeiras, do qual era torcedor, ainda que não gostasse que sua paixão pelo time alviverde viesse à tona. Discreto, ele se incomodou por muito tempo quando associavam sua imagem ao Palmeiras, mesmo que fosse um dos milhões de palestrinos.
“O cara que me lê ou me ouve vai concordar ou discordar comigo porque o que eu falei não está correto ou está, não porque eu sou palmeirense, corintiano, são-paulino ou santista”, explicou no ano passado. “Da mesma forma, quero saber do repórter de economia se o que ele escreveu é embasado. Isso é o que importa, não misturar o gosto da gente”.
Em sua derradeira coluna, Antero se emocionou ao se despedir do jornal em que trabalhou por mais de quatro décadas. “Cai uma lágrima, claro, pois não se rompe uma relação de vida inteira sem aperto no coração”, escreveu.
Palmeirense discreto, Antero Greco contava com a simpatia de torcedores de outros clubes pela maneira como conduzia os seus comentários.
Foi na televisão que o jornalista ficou popular conduzindo a apresentação do programa “Sportscenter”, da ESPN Brasil, ao lado de Paulo Soares, o Amigão. O bom humor da dupla chamava atenção no noticiário noturno, que teve grande audiência.
Antero Greco foi um dos primeiros contratados da emissora, ainda em 1994. Nos últimos anos, com a evolução da doença, o jornalista diminuiu as aparições no canal, restringindo apenas a participações pontuais em programas da casa.
Biografia
Antero era formado em jornalismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Começou sua carreira profissional no início dos anos 70, no Estadão, onde foi editor de Esportes.
Também atuou como editor e colunista no então Diário Popular. No início dos anos 90, foi comentarista de futebol na Rede Bandeirantes.
O jornalista teve uma passagem marcante pela ESPN Brasil. A dupla que formava com Paulo Soares, a quem se referia como “Paulo Amigão”, ficou conhecida pelo entrosamento e risadas marcantes no programa de fim de noite “SportsCenter”.
Relembre a trajetória de Antero Greco
Greco começou sua carreira como jornalista em 1974, no jornal “O Estado de S. Paulo”. Ele passou por publicações como “Popular da Tarde”, “Folha de S.Paulo” e “Diário Popular” antes de chegar, em 1983, à TV Band.
A carreira como comentarista esportivo na ESPN começou em 1994, quando a emissora ainda era TVA Esportes. Em 2000, Greco ganhou grande notoriedade ao assumir a bancada do “Sportscenter” ao lado de Soares, o Amigão, com quem protagonizou momentos hilários ao vivo.
Em 2022, o jornalista teve um mal súbito ao vivo e foi diagnosticado com um câncer maligno no cérebro. Apesar disso, ele retornou à bancada do “Sportscenter” em 2023, já em tratamento.
Parceria com o Amigão
Figura muito conhecida no jornalismo esportivo, Antero formou com Paulo Soares, o Amigão, uma das parcerias mais duradouras e célebres da televisão brasileira. Ao longo de mais de 20 anos, os inseparáveis parceiros informaram as notícias ao telespectador dos canais ESPN de uma forma irreverente e descontraída sem abrir mão do profissionalismo.
Era comum terem crises de riso ao vivo, por diferentes motivos – como uma palavra que virava uma piada fálica – que acabavam se tornando virais e divertiam quem os assistia. O telejornal do fim de noite, por essa descontração, profissionalismo e harmonia da dupla, virou marca registrada da ESPN. Os dois brincavam e caíam na gargalhada, mas sem passar do limite. Foram 30 anos de Antero na ESPN, que se chamava TVA Esportes quando o jornalista começou na emissora, em 1994, como um dos primeiros membros a lá trabalhar.
“A gente percebe que as pessoas nos curtem pela nossa imagem sincera e verdadeira. A gente não faz gênero. Não criamos personagens. Somos nós lá”, afirmou Antero, ao Estadão, em 2021. Ele dizia tomar o cuidado de conferir leveza à notícia sem ser leviano. “O jornal é 99,9% sério. O 0,1% que tem a leveza, a brincadeira, que é algo natural nosso, não é programado. Tem de ser espontâneo. Não somos atores”.
Fez história ao lado do Amigão ao entrar todas as noites nas casas dos telespectadores. Não só mantinha acordados quem os assistia, mas, com o parceiro de duas décadas, ao vivo, Antero informava e divertia como poucos. Daí o sentimento, para muitos, de que se perde hoje alguém próximo, um amigo tão longínquo.
Antero Greco faleceu na madrugada da quinta-feira, em São Paulo (SP), aos 69 anos. Ele estava internado no hospital Beneficência Portuguesa, na capital paulista, tratando um tumor no cérebro, onde passou por duas cirurgias nos últimos anos.
Jornalista tratava de um tumor no cérebro desde 2022. No dia 12, ele foi internado no Hospital Beneficência Portuguesa, na capital paulista. Ele faleceu na madrugada desta quinta (16).
(Créditos autorais: https://www.estadao.com.br/esportes/futebol – ESPORTES/ FUTEBOL/ Por Marcos Antomil e Ricardo Magatti – 16/05/2024)
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