Antonio Dias, artista plástico estudou com Oswaldo Goeldi (1895-1961) no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes

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Ele foi um dos principais artistas que mudaram o panorama da arte brasileira com obras de caráter político, nos anos 1960

 

 

O artista plástico Antonio Dias – (Foto: Camilla Maia / Agência O Globo)

 

O paraibano Antônio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as primeiras técnicas de desenho

 

 

Antônio Manuel Lima Dias (Campina Grande (PB), em 1944 – Rio de Janeiro, 1° de agosto de 2018), artista plástico paraibano, foi um dos principais nomes da pintura em atividade desde os anos 1960.

 

 

O paraibano Antônio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as primeiras técnicas de desenho, ainda em Campina Grande. Aos 14 anos, o artista deixou a Paraíba rumo ao Rio de Janeiro. No final da década de 1950, ele trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico.

 

 

Em 1965, ele fazia primeira de suas viagens internacionais. Foi para Paris com uma bolsa de estudos, onde ficou três anos antes de seguir para Milão. O ciclo europeu terminou no início dos anos 1970, quando Antônio Dias foi para os Estados Unidos. Em 1971, editou o disco Record: The Space Between e inicia a série The Illustration of Art. Recebeu, em 1972, bolsa da Simon Guggenheim Foundation para trabalhar em Nova York.

 

 

Antonio Dias começou sua carreira nos anos 1960, tendo estudado com o gravador Osvaldo Goeldi no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes, em 1959 , no Rio de Janeiro. Esse aprendizado foi essencial na formação do pintor, que participou ativamente da resistência à ditadura militar instaurada no Brasil em 1964, produzindo uma obra de caráter político que denunciava o arbítrio do regime. Convivendo com  os artistas do Grupo Frente, sua arte mudaria de rumo nos anos seguintes, incorporando a abstração.

 

 

Nascido em Campina Grande (PB), em 1944, Antonio Manuel Lima Dias aprendeu com o avô as técnicas elementares do desenho. Vivendo no Rio de Janeiro, onde trabalhou como desenhista de arquitetura e gráfico no fim da década de 1950, estudou com Oswaldo Goeldi (1895-1961) no Atelier Livre de Gravura da Escola Nacional de Belas Artes (ENBA).

 

Em 1965, Dias recebeu uma bolsa para estudar em Paris, onde permaneceu até 1968. Depois, viveu em outras cidades no exterior, como Milão, Nova York e Berlim. Em 1977, em uma viagem para a Índia e o Nepal, estudou técnicas de produção de papel, posteriormente utilizadas em séries que usam como suporte o papel artesanal. Em 1992, tornou-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburg (Áustria) e, no ano seguinte, da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe (Alemanha).

 

Além de participações na 39ª Bienal de Veneza (1978) e na 16ª Bienal Internacional de Arte de São Paulo (1981), Dias teve individuais em países como França, Holanda, Alemanha, Itália, Bélgica, Suíça, Argentina, Áustria e Taiwan.

 

 

 

Antonio Dias em uma exposição sua em São Paulo: obras icônicas Foto: Masao Goto Filho/Estadão

Antonio Dias em uma exposição sua em São Paulo: obras icônicas (Foto: Masao Goto Filho/Estadão)

 

 

 

Valorizado no mercado nacional e internacional, Antonio Dias sempre prezou a independência em sua obra. “A lei do mercado diz: ‘Fez verde e vendeu? Faça mais verde’. Para mim, uma vez que fiz verde, acaba o verde. É engraçado, mas acabei sendo um contraponto do mercado. Se estão querendo isso, eu faço aquilo. É uma maneira de manter as rédeas comigo. Ora, eu sou artista para ser independente”, declarou o artista em uma entrevista ao GLOBO, em 2013.

 

 

Após participar da histórica mostra Opinião 65, foi descoberto pelo crítico francês Pierre Restany (1930-2003), que o convidou a participar da Bienal de Paris. Era o começo de uma carreira internacional de sucesso (ele é um dos poucos artistas brasileiros a ter cotação internacional). Em 1971 recebeu uma bolsa da Fundação Guggenheim e deu início a uma série hoje canônica, The Illustration of Art. Fragmentos dela serão exibidos na exposição individual do artista que a galeria Nara Roesler abre no dia 25 com curadoria do crítico Paulo Sérgio Duarte. A mostra traz ainda uma obra inédita de Dias que se encontrava no seu ateliê italiano.

 

 

A busca por novas técnicas levou o artista para a Índia e o Nepal, onde a partir de 1977 se dedicou ao estudo de produção de papel. Publicou em Katmandu o álbum Tramas, de xilografias. No final dos anos 1980, o artista fixou novamente residência na Europa. Primeiro em Berlim, na Alemanha, como bolsista do Deutscher Akademischer Austausch Diens. Em 1992, torna-se professor da Sommerakademie für bildende Kunst, em Salzburgo, Áustria, e, no ano seguinte da Staatliche Akademie der bildenden Künste, em Karlsruhe, Alemanha.

 

Antônio Dias fez mais de cem exposições individuais em galerias do Brasil e do mundo.

 

Antonio Dias morreu em 1° de agosto de 2018, na Clínica São Vicente, Zona Sul, por complicações de um tumor no cérebro. Ele tinha 74 anos.

Em 2011, ele havia sido diagnosticado com um tumor no pulmão. Em junho de 2017, foi detectado um outro câncer, na cabeça. Ele chegou a ser submetido a uma cirurgia em julho, em Milão.

(Fonte: Zero Hora – ANO 55 – N° 19.156 – 2 de agosto de 2018 – TRIBUTO / MEMÓRIA – Pág: 27)

(Fonte: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/viver/2018/08/02 – VIVER / Por: Agência Brasil – 02/08/2018)

(Fonte: https://cultura.estadao.com.br/noticias/artes – NOTÍCIAS / ARTES / CULTURA / Por Antonio Gonçalves Filho, O Estado de S. Paulo – 01 Agosto 2018)

(Fonte: https://oglobo.globo.com/cultura/artes-visuais – CULTURA / ARTES VISUAIS / POR O GLOBO – 01/08/2018)

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