Antônio Galloti, advogado e empresário, ex-presidente da Light, cuja venda negociou em 1979 com o governo brasileiro em nome da Brascan Limited, multinacional canadense que era dona da empresa. Uma das mais afáveis figuras da sociedade brasileira, foi o maior repositório do conhecimento da história de como se fizeram – e foram desfeitos – todos os governos recentes do país. Pertenceu ao IPES, a organização de empresários que conspirou para depor João Goulart em 1964. Integralista na juventude, dizia que ninguém deve tentar explicar por que abandona certas convicções políticas: “Isso soa idiota. É como tentar explicar por que uma paixão arrebatadora chegou ao fim”. Comparado, certa vez, aos chefes da máfia descritos no romance de Mario Puzo, O Poderoso Chefão, reagiu irônico: “Não gosto de ser comparado a alguém que morreu crivado de balas. Eu costuro por dentro. Galloti morreu no dia 4 de novembro de 1986, aos 77 anos, de câncer, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 10 de dezembro, 1986 Edição 853 Datas Pág; 115)