Apolinho, comentarista e apresentador, foi considerado um dos maiores comunicadores do esporte brasileiro, atuou também nas rádios Globo e Nacional, em dupla com José Carlos Araújo, o Garotinho

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Apolinho, radialista e ex-técnico do Flamengo

Washington Rodrigues, o Apolinho: “Bom humor não tira credibilidade”

Grande nome da história do jornalismo brasileiro; o radialista Washington Rodrigues, o Apolinho

 

 

 

Washington Rodrigues (nasceu em 1° de setembro de 1936, no Rio de Janeiro, Rio de Janeiro – faleceu em 15 de maio de 2024), era comentarista e apresentador, conhecido como Apolinho, foi considerado um dos maiores comunicadores do esporte brasileiro.

Um dos maiores nomes da história da comunicação brasileira, Apolinho foi um dos maiores propagadores de sorrisos da história da comunicação.

Além de consagrado jornalista que marcou gerações com seus comentários nas rádios Globo e Tupi, Washington era muito Flamengo.

Criador de diversos bordões com uma linguagem popular que conquistou ouvintes no rádio carioca ao longo de décadas, o comentarista Washington Rodrigues fez dupla marcante com o Garotinho, na Rádio Globo, e Luiz Penido, na Rádio Tupi.

Apolinho também ficou marcado por uma “previsão” feita durante a transmissão da Super Rádio Tupi da final do Campeonato Carioca de 2001, em 27 de maio daquele ano. Antes de Petkovic cobrar a falta e marcar o golaço que garantiu o tricampeonato do Flamengo sobre o Vasco, Apolinho afirmou:

– E acaba de chegar São Judas Tadeu.

 

A aventura no comando do Flamengo é a passagem mais marcante de Washington Rodrigues longe do jornalismo. Ele contou ao jornalista Vinícius Castro, do UOL, em 2015 como virou treinador:

– Estava jantando com o Vanderlei Luxemburgo, e o Kleber Leite me convidou para encontrá-lo em um restaurante. Imaginei que queria conselhos sobre o momento do time e fui preparado para sugerir a contratação do Telê Santana. Ninguém queria pegar o Flamengo. O papo varou a madrugada. Até que por volta das 3h30 havia um prato virado na mesa e sem uso.

– O Kleber me disse que tinha um nome e pediu para que virasse o prato. Quando vi que era o meu tomei um susto e perguntei se ele estava brincando. Pensei rápido e aceitei, já que o Flamengo é uma convocação. Foi uma correria. Tinha que me desligar da rádio, TV, jornal. Tudo para evitar conflito.

Foram 26 partidas, 11 vitórias, oito empates e sete derrotas. O time do Ataque dos Sonhos de Sávio, Romário e Edmundo não reagiu no Campeonato Brasileiro e terminou no 21º lugar. Na Supercopa dos Campeões da Libertadores, entretanto, a campanha foi boa. O Flamengo venceu sete dos oito jogos disputados, mas acabou derrotado na decisão em duas partidas com o Independiente.

Além da aventura à frente do Flamengo em 1995, Washington, novamente “convocado” por Kleber Leite, voltou ao clube três anos depois para assumir o cargo de diretor de futebol.

Washington Carlos Nunes Rodrigues nasceu no Rio de Janeiro em, no dia 1º de setembro de 1936. Desde cedo, virou um amante do futebol e sempre se orgulhou em dizer que organizava saídas da escola para frequentar o Maracanã. Foi bancário na juventude.

O apelido Apolinho foi dado para o seu microfone pelo locutor Celso Garcia, em alusão aos equipamentos usados pelos astronautas da missão à Lua Apollo 11. Não demorou para virar a sua marca.

Apolinho trabalhava na Super Rádio Tupi. No último mês de fevereiro, o Show do Apolinho completou 25 anos.

Nascido no Rio de Janeiro, Apolinho costumava contar que desde a infância era um amante do futebol e costumava organizar saídas da escola para frequentar o recém-inaugurado Maracanã.

Foi bancário, jogou futebol de salão e começou na profissão mandando boletins esportivos para a Rádio Guanabara, onde trabalhou anos mais tarde.

O comunicador atuou também nas rádios Globo e Nacional, em dupla com José Carlos Araújo, o Garotinho. Escreveu para jornais e trabalhou também em emissoras de TV. Na Super Rádio Tupi, onde estava há mais de duas décadas, ficou famoso com o popular Show do Apolinho e formou dupla com Penido, que nesta quarta falou sobre o amigo, aos prantos.

“Ele parte deixando um legado, entrando na história do rádio nesses mais de 60 anos de atividade. A dor é muito profunda, Apolinho”, disse. “Ele morreu com o Flamengo em vantagem. Ele morreu com o Flamengo ganhando o jogo e se classificando. Parte para a vida eterna”.

Araújo disse que o radialista foi um grande parceiro de sua vida profissional e amigo além da latinha. “Não existe palavra para expressar o tamanho do vazio que fica com a sua despedida”, lamentou.

A CBF divulgou nota sobre a morte e chamou Apolinho de lenda da comunicação brasileira.

“Neste momento de dor, a CBF presta solidariedade aos familiares e fãs pela partida deste grande jornalista e apaixonado pelo futebol”, disse o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, que está em Bangkok, na Tailândia, participando do Congresso da Fifa.

CHOCOLATE

Segundo o Guia dos Curiosos, o comentarista estava na cabine da Rádio Nacional e lembrou de um refrão do clássico “El Bodeguero”, do cubano Richard Egües (1924-2006), para falar sobre a vitória do Vasco por 4 a 0 contra o Internacional, em 25 de janeiro de 1981, em partida do Campeonato Brasileiro. Os vascaínos comemoraram a goleada como vingança para a derrota sofrida no final do campeonato de 1979.

“Toma chocolate. Paga lo que debes”, diz o refrão da canção que entrou para o repertório de Nat King Cole. “Assim, tomar um chocolate foi incorporado ao jargão futebolístico”, diz a publicação.

Em entrevista ao Museu da Pelada, o comunicador contou que o apelido surgiu na Rádio Globo, em uma época em que a emissora havia comprado equipamentos de comunicação que os astronautas da missão Apolo 11 utilizavam. “Lá vai o Washington Rodrigues com o seu “apolinho”, dizia o radialista Waldir Amaral sobre o microfone do colega. O apelido pegou.

Era conhecido pelos amigos pelo bom humor, além da paixão pelo Flamengo. Aos 82 anos, declarou em entrevista à ESPN que acataria qualquer convocação do clube. “Se chamar para ser goleiro, eu vou”, afirmou.

Apolinho faleceu na quarta-feira (15), aos 87 anos. A informação foi confirmada pela Super Rádio Tupi, onde ele atuava desde 1999.

“Para tudo, para o jogo, 4 a 0 para o Flamengo. Quero pedir desculpas aos ouvintes pela minha emoção. São 25 minutos do segundo tempo. Hoje, 15 de maio de 2024, acaba de falecer Washington Rodrigues, o Apolinho, supremo ídolo, depois de uma vida tão brilhante”, anunciou, chorando, o locutor Luiz Penido, durante a transmissão do jogo entre Flamengo e Bolivar pela Libertadores.

Apolinho estava internado no Hospital Samaritano, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, onde fazia tratamento contra um câncer.

“Em décadas de carreira, moldou a forma como vivemos o futebol. Criou expressões inesquecíveis -é impossível lembrar do gol do Pet, em 2001, sem lembrar do aviso que ‘acaba de chegar São Judas Tadeu’ na voz de Apolinho”, escreveu, em nota, a diretoria do Flamengo, clube em que foi treinador no ano do centenário e depois e diretor técnico.

Segundo o Flamengo, ele era admirado até pelas torcidas adversárias pelo carisma, imparcialidade e paixão pelo time.

“Ele nos deixou em uma noite em que o Flamengo venceu com chocolate -expressão inventada por ele para definir goleadas”, completa a nota.

O vice-presidente rubro-negro Rodrigo Dunshee de Abranches, Bruno Spindel (diretor executivo), Diogo Lemos (Conselho de Futebol) e o mandatário do clube, Rodolfo Landim, que colocou uma coroa de flores em homenagem ao ícone do rádio, estiveram no local para homenagear Apolinho.

– Vamos pensar em mais uma forma de homenagear. Ontem (durante o jogo com o Bolívar), a gente queria ter feito uma ação após o jogo, mas era data da Conmebol, e há uma série de restrições. Ficamos chateados de não poder fazer uma homenagem com a nossa torcida presente – afirmou Landim.

Todo rubro-negro terminou o jogo com uma mistura de sentimentos. Muito felizes com a vitória, mas também muito tristes em função da morte do Apolinho.
— Rodolfo Landim

Gerson, o Canhotinha de Ouro, ex-jogador do Flamengo, um dos maiores jogadores de todos os tempos e comentarista esportivo, também esteve no local. Outros históricos rubro-negros marcaram presença, como Evaristo de Macedo, um dos maiores atacantes de todos os tempos do clube e também ex-treinador, além do prata da casa Nélio, ex-ponta conhecido por sua raça dentro de campo.

Presidente responsável por contratar o radialista como treinador do Flamengo em 1995, Kléber Leite foi ao local prestar a última homenagem ao amigo.

Outro ícone do jornalismo brasileiro e igualmente rubro-negro, o professor Roberto Assaf foi um dos primeiros a chegar ao velório.

Os ex-treinadores Antônio Lopes, junto ao filho Lopes Júnior, Joel Santana e Alfredo Sampaio marcaram presença.

Normalmente, o Flamengo não permite que pessoas entrem no clube vestindo a camisa de rivais, porém foi autorizado excepcionalmente para o velório do radialista.

Torcedoras do Fluminense e do Vasco entraram uniformizadas na sede da Gávea para se despedirem de um dos ícones do jornalismo esportivo brasileiro.

Apolinho deixa três filhos e sete netos. O local do velório ainda não foi informado.

(Créditos autorais: https://www.msn.com/pt-br/esportes/futebol – Folha de S.Paulo/ ESPORTES/ FUTEBOL/ SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – História de CRISTINA CAMARGO – 16/05/2024)

(Créditos autorais: https://ge.globo.com/futebol/times/flamengo/noticia/2024/05/16 – FUTEBOL/ FLAMENGO/ NOTÍCIA/ Por Fred Gomes — Rio de Janeiro – 16/05/2024)

(Créditos autorais: https://ge.globo.com/futebol/noticia/2024/05/16 – FUTEBOL/ NOTÍCIA/ Por Redação do ge — Rio de Janeiro – 16/05/2024)

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