O jornalista ficou conhecido como “O Poeta do Esporte”
Armando Nogueira (Xapuri, 14 de janeiro de 1927 – Rio de Janeiro, 29 de março de 2010), famoso jornalista e cronista esportivo acriano, responsável pela implantação do jornalismo da Rede Globo, onde criou programas como o Jornal Nacional e o Globo Repórter, e cobriu, presencialmente, todas as Copas do Mundo desde 1958.
Conhecido como “O Poeta do Esporte”, o jornalista Armando Nogueira deixou um legado de mais de dez livros sobre o futebol e o esporte em geral, contabilizando centenas de crônicas, obras feitas principalmente com base na cobertura de Copas do Mundo e de Olimpíadas. Como repórter, ele trabalhou em todas as edições destes eventos esportivos a partir de 1954 e 1980, respectivamente.
Armando Nogueira, que foi colunista do Diário LANCE!, nasceu no Acre e chegou ao Rio de Janeiro com 17 anos. Cursou a faculdade de direito, mas sempre quis trabalhar com o jornalismo. Trabalhou por 25 anos na Rede Globo e, a partir de 1954, esteve presente na cobertura de todas as Copas do Mundo. O jornalista Armando Nogueira, 83 anos, morreu na segunda-feira, 29 de março de 2010, após três anos sofrendo com um câncer.
Nascido em Xapuri, no Acre, Nogueira se mudou para o Rio de Janeiro aos 17 anos e estudou Direito.
Seu primeiro emprego como jornalista foi em 1950, na editoria de esportes do “Diário Carioca”, onde trabalhou por 13 anos. Foi repórter, redator e colunista.
Trabalhou ainda na “Revista Manchete”, como redator-principal, e na revista “O Cruzeiro”, foi repórter fotográfico.
Em 1959, entrou para o “Jornal do Brasil”, onde foi redator e colunista. Lá, de 1961 a 1973, assinou a coluna diária “Na Grande Área”.
Como repórter, fez a cobertura de todas as Copas do Mundo a partir de 1954 e de todos os Jogos Olímpicos desde 1980.
Começou no telejornalismo em 1959, na antiga TV-Rio. De 1966 a 1990 foi diretor da Central Globo de Jornalismo da Rede Globo de Televisão, onde dirigia também a Divisão de Esportes.
Em sua passagem pela Globo, Nogueira foi responsável pela implantação dos programas jornalísticos em rede nacional e pela criação dos programas “Jornal Nacional” e “Globo Repórter”.
O jornalista ainda trabalhou na TV Bandeirantes, no SporTV e na rádio CBN.
Como escritor e cronista, tinha a capacidade de encontrar e imortalizar momentos únicos, como o de um jogador uruguaio entristecido após a vitória contra o Brasil em 1950, evento que ficou conhecido como “Maracanazzo”. Este e outros episódios são relatados no livro “O Canto dos Meus Amores”.
“A Ginga e o Jogo” traz crônicas que são um verdadeiro bate-bola de Armando Nogueira com o seu leitor. Os textos apresentados nesta obra transcendem o ofício do cronista esportivo, trazendo pequenas confissões, comentários, histórias curiosas e engraçadas.
O jornalista cria aqui um universo de saques, voleios, dribles, toques e pênaltis. Tem o fascínio de uma Copa do Mundo, a raça do torcedor, a disputa dos clubes, a grandiosidade das olimpíadas.
Discute grandes ícones do futebol como Romário, Pelé, Garrincha e Ademir da Guia e relembra momentos cruciais de grandes atletas brasileiros – como Paula, Guga, Rodrigo Pessoa.
Os textos reunidos em “O Vôo das Gazelas” justificam o apelido de Armando conquistou. São simples e diretos, mas dotados de elegância, calor humano e diversos toques de humor.
São crônicas e poemas que atraem tanto aos aficionados por futebol quanto a quem aprecia um texto que revela o sentimento humano através do esporte.
Obra recheada de crônicas sobre as Olimpíadas, em “A Chama que Não Se Apaga” Armando Nogueira conta tudo que envolve as diversas modalidades olímpicas ao longo da história do esporte, assim como os bastidores e curiosidades.
Traz fatos curiosos, como o ocorrido na maratona das Olimpíadas de 1904, quando o americano Fred Lordz, que ganhara a prova, foi desclassificado por ter pego carona num automóvel. Ainda nesta prova, o competidor Lentauw foi atacado por dois cachorros irados, fazendo com que gastasse em 500 metros o fôlego que vinha economizando.
Em “A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar”, Armando Nogueira relembra, com Jô Soares e Roberto Muylaert, as Copas de 1950 e 1954. Os autores assistiram ao vivo 200 mil espectadores se calarem no Maracanã, no fatídico 16 de julho de 1950, e a derrota do Brasil na chamada “Batalha de Berna”, na Suíça, pela Copa seguinte.
Traz fatos curiosos, como o ocorrido na maratona das Olimpíadas de 1904, quando o americano Fred Lordz, que ganhara a prova, foi desclassificado por ter pego carona num automóvel. Ainda nesta prova, o competidor Lentauw foi atacado por dois cachorros irados, fazendo com que gastasse em 500 metros o fôlego que vinha economizando.
Em “A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar”, Armando Nogueira relembra, com Jô Soares e Roberto Muylaert, as Copas de 1950 e 1954. Os autores assistiram ao vivo 200 mil espectadores se calarem no Maracanã, no fatídico 16 de julho de 1950, e a derrota do Brasil na chamada “Batalha de Berna”, na Suíça, pela Copa seguinte.
“O Canto dos Meus Amores” é uma seleção de crônicas redigidas ao longo da carreira de Armando Nogueira. Os textos passeiam por modalidades esportivas tão distintas quanto o vôlei, o automobilismo, a natação, o tênis, a corrida e, como não poderia deixar de ser, o futebol.
Além de escrever sobre vários atletas e competições, o jornalista fala da sua própria experiência como desportista na crônica “Bolas de Minha Vida”. O autor também conta sobre uma passagem curiosa ocorrida após a derrota da seleção brasileira na final da Copa de 1950, envolvendo um jogador do Uruguai que acabou ficando triste.
Escrito no Chile, durante a Copa do Mundo de 1962, “Drama e Glória dos Bicampeões” narra de forma vibrante os principais acontecimentos de bastidores e de palco da gloriosa conquista do futebol brasileiro.
Solto e leve como o futebol que se jogava naquela época, o livro faz desfilar os dribles maravilhosos de Garrincha, os passes em curva de Didi, a fúria avassaladora de Vavá e Amarildo e o drama vivido por Pelé, que culminou com uma distensão da virilha durante a partida com a Tchecoslováquia.
“Na Grande Área” contém 41 crônicas, todas antológicas, publicadas pelo autor entre 1964 e 1966. É um livro pequeno, de 137 páginas, onde o autor consegue expor todos os sentimentos de alegria, paixão e desespero do torcedor de futebol.
“Tudo acontece na grande área”, ele afirma no primeiro texto. Vale a pena ler um trecho do prefácio do companheiro de trabalho Otto Lara Resende.
“Bola na Rede” é uma edição dos textos do cronista, selecionados e comentados por Ivan Cavalcante Proença. Ele encontrou no material publicado na imprensa tudo o que precisava para fazer uma obra paradidática.
O livro é dividido em capítulos nos quais o autor se detém sobre os craques, sobre o social e o lírico, sobre o humor e a bola. Fala também dos sofredores, em crônicas já consideradas clássicas na literatura esportiva brasileira.
“O Homem e a Bola” é uma obra do final dos anos 80 na qual Armando Nogueira constrói uma ponte entre a poesia e a crônica.
O livro é perpassado por textos levíssimos onde o autor parece brinca com palavras de um repertório não só profissional como também afetivo. Aqui ele ajuda o leitor a desvendar os mistérios que envolvem a relação do homem com a bola.
“Bola é magia, bola é movimento. Brincar com ela é descobrir a harmonia e o equilíbrio do universo,” conta na obra.
Por último, temos “Bola de Cristal”, uma obra imprescindível na trajetória do cronista, que se revela um verdadeiro diário da Copa de 86, no México. O livro traz 138 páginas de texto, ilustradas com desenhos do artista plástico Rubens Gerchman.
1927: Armando Nogueira nasceu no dia 14 de janeiro, em Xapuri, no Acre, filho de Rodovaldo e Maria Soares.
1944: Chegou ao Rio de Janeiro, onde logo começou a trabalhar. Antes de concluir o curso de Direito, foi ensacador de pacotes e revisor do Diário Oficial do Governo do Acre. No entanto, desde já sonhava em ser jornalista.
1950: Começou a carreira de jornalista no Diário Carioca, onde foi trabalhou como repórter, redator e colunista.
1954:Foi testemunha ocular do atentado ao também jornalista e político Carlos Lacerda. No dia seguinte, Armando fez história no jornalismo brasileiro ao assinar um artigo escrito em primeira pessoa com seu relato do fato algo nunca feito antes.
No mesmo ano, cobriu sua primeira Copa do Mundo, na Suíça. Lá, flagrou uma briga entre o técnico da Seleção, Zezé Moreira, e o ministro de Esportes da Hungria. Deste então, participou da cobertura dos 13 Mundiais seguintes.
1957: Após passagem pela extinta “Manchete”, trabalhou como repórter-fotográfico da revista “O Cruzeiro”. Lá ficou por dois anos, transferindo-se depois para o Jornal do Brasil, onde foi redator e colunista.
1966: Foi para a Rede Globo, tendo papel fundamental no desenvolvimento do telejornalismo da emissora e do Brasil.
1980: Participou pela primeira vez da cobertura de uma Olimpíada, em Moscou. Voltou aos Jogos outra seis vezes. Sua única ausência deste então aconteceu neste ano, em Pequim, por problemas de saúde.
1990: Deixou a Rede Globo após 26 anos. Após a saída da emissora, passou a se dedicar exclusivamente ao esporte.
2008: Recebeu a medalha de Honra da Ordem ao Mérito de Comunicações das mãos do ministro Hélio Costa. Armando foi homenageado pelos 60 anos de serviços prestados ao jornalismo brasileiro.
O jornalista Armando Nogueira morreu no Rio de Janeiro, em 29 de março de 2010, aos 83 anos. Ele morreu em casa, na Lagoa, vítima de um câncer no cérebro, diagnosticado em 2007.
Bibliografia:
Ao longo da carreira, Armando Nogueira escreveu dez livros, todos eles sobre esporte. Confira a bibliografia do jornalista:
1) “Drama e Glória dos Bicampeões”
2) “Na Grande Área”
3) “Bola na Rede”
4) “O Homem e a Bola”
5) “Bola de Cristal”
6) “O Voo das Gazelas”
7) “A Copa que Ninguém Viu e a que Não Queremos Lembrar”
8) “O Canto dos Meus Amores”
9) “A Chama que não se Apaga”
10) “A Ginga e o Jogo”
(Fonte: msn.lancenet.com.br/noticias)
(Fonte: http://www1.folha.uol.com.br/folha/livrariadafolha – LIVRARIA DA FOLHA – 29/03/2010)
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