Arnaldo Cesar Coelho (1943- ), carioca de Copacabana. Iníciou e aventurou-se na sua carreira de árbitro nas peladas que tinham como palco, as praias de Copacabana, aos 16 anos. Comentarista da Rede Globo desde 1990 e colunista do jornal carioca O Dia, lançou o livro, A Regra É Clara. O bordão que virou livro foi apresentado na Bienal de 2002, em São Paulo. Nele, Arnaldo conta histórias de sua experiência como árbitro, disseca alguns lances polêmicos e explica as regras do esporte sempre de forma didática, como na televisão.
É irmão do deputado federal Ronaldo Cesar Coelho. Apesar de ser formado em Educação Física, o árbitro obteve sucesso fora dos campos de futebol com a Liqüidez, uma corretora de investimentos que fundou em 1985.
Já dentro das quatro linhas, o reconhecimento veio bem antes, mais especificamente em 1968, quando ingressou no quadro de árbitros da Fifa. Mas o ápice profissional veio em 1982, durante a Copa do Mundo da Espanha. Após apitar em mundiais Sub-20 e na Copa da Argentina, em 1978, o brasileiro era um dos 46 árbitros escalados pela Fifa para o evento. Trabalhou como bandeirinha na primeira fase e como árbitro no jogo Inglaterra e Alemanha, na segunda rodada.
Arnaldo tinha certeza de que o belíssimo futebol apresentado pela Seleção de Telê Santana avançaria na competição e chegaria até a final. Com o Brasil jogando o fino da bola, achei que fosse virar turista. Comprei ingresso, bandeira e camisa para ver a final com minha mulher, lembra. Nunca imaginou que o Brasil perderia aquele jogo para a Itália, lamenta.
Mas a derrota brasileira o fez ser escalado para a decisão. O fato é que o brasileiro tornou-se o primeiro árbitro não europeu a apitar uma final de Copa do Mundo, naquele 3 X 1 da Itália contra a Alemanha. Sete anos depois encerrou a carreira no Maracanã, após apitar o clássico Vasco x São Paulo.
Arnaldo atingiu o limite de idade para a profissão, que são 46 anos.
Voltou para a Copa do Mundo de 2002, mas como comentarista. Otimista, confiou no bom desempenho da seleção de Luís Felipe Scolari, e deu pé quente, voltamos com a Taça de Penta Campeão do Mundo.
(Fonte: IstoÉ Gente N°146 Ano III 20 de maio de 2002 Profissão Copa 2002 – Tiago Ribeiro Pág; 36/37)