Existe um mundo dos fenômenos, perceptível aos sentidos humanos, e um outro mundo, intangível e transcendente, do qual só vemos a representação, mas do qual eventualmente podemos nos aproximar por meio da arte. Esse é, a grosso modo, uma síntese possível do pensamento do alemão Arthur Schopenhauer (1788 -1860), filósofo das contradições – e cujas ideias se refletiram nas obras de inúmeros outros luminares da cultura ocidental, de Wagner a Freud, de Tolstoi a Jung, de Wittgenstein a Nietzsche.
Schopenhauer é considerado um grande pessimista – para ele, a humanidade está condenada à insatisfação eterna, por ser escrava de seus desejos individuais, vivendo em um mundo de injustiça e violência. A arte, em especial a música, ofereceria uma possibilidade de transcender os conflitos da existência. Inspirado no budismo, o filósofo também acreditava que os indivíduos estão separados apenas na aparência – ou seja, que tudo e todos são um.
A grande obra de Schopenhauer é o livro “O Mundo como Vontade” e como Representação, publicado em 1818 e reeditado em 1844, com ainda uma nova versão editada por Thomas Mann em 1948. Nesse livro está a frase reproduzida: “Toda criança é, de certo modo, um gênio. E todo gênio é, de certo modo, uma criança”.
(Fonte: Zero Hora – ANO 49 – N° 17.151 – Almanaque Gaúcho Postado – Frase do dia: Schopenhauer/ por Luís Bissigo – 21 de setembro de 2012)