As principais conquistas nos transplantes cardíacos no Rio Grande do Sul

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Ari Zagar (1934-1984), primeiro transplante cardíaco no Estado completa hoje (02/06) 20 anos. Duas décadas trazendo esperança ao coração. Quando o primeiro transplante de coração foi realizado no Estado, em 2 de junho de 1984, o tempo de sobrevivência dos pacientes após a cirurgia era considerado uma loteria.
Apesar do sucesso cirúrgico, o primeiro receptor gaúcho, Ari Zagar, 49 anos, morreu cinco dias depois, em conseqüência de uma complicação renal. Mas o legado foi decisivo para o aumento da quantidade e da qualidade de vida dos cardíacos. Uma conquista possível a partir do avanço nas drogas que evitam a rejeição e nos equipamentos, como um novo aparelho que permite a sobrevivência de pacientes por dois a três meses, enquanto esperam por um doador.
– Aquele transplante mudou a história natural dos cardíacos – comemora Nesralla.
Além de assegurar uma alternativa a pacientes, os transplantes alavancaram aperfeiçoamentos em áreas como o controle de infecções. Houve avanços como a realização de cirurgias com corações artificial e elétrico. Outro marco foi o início dos transplantes cardíacos em crianças, que já somam 18 casos no Instituto de Cardiologia.
Naquela época, o transplante era quase um encontro com a morte. Hoje temos segurança – analisa o chefe da cardiologia da Santa Casa, Fernando Lucchesi, que participou do primeiro transplante.
Nos últimos cinco anos, novas drogas permitiram que a lista de candidatos a transplantes no Instituto de Cardiologia despencasse de 30 para oito. Hoje, a lista de espera da Central de Transplantes do Estado conta com 18 nomes (a Santa Casa e o Hospital de Clínicas também realizam transplantes de coração), e a média de espera na fila é de nove meses. Tempo de gestação para uma nova vida.

A EVOLUÇÃO

As principais conquistas nos transplantes cardíacos no Estado:

1984 – O primeiro transplante de coração é realizado no Instituto de Cardiologia.

1993 – Os médicos do Instituto de Cardiologia consideram o menino Filipe dos Santos Argenti, quatro anos, como o primeiro caso de um transplante cardíaco pediátrico bem-sucedido no Estado.

1995 – A Santa Casa faz seu primeiro transplante de coração. No mesmo ano, médicos do Instituto de Cardiologia reaproveitam a válvula do coração de um receptor transplantado e a colocam em um terceiro paciente.

1999 – Equipe do Instituto de Cardiologia coloca o primeiro coração artificial implantável do Brasil em um paciente de 46 anos de Parobé.

2000 – O gaúcho João Amaral, 57 anos, é o segundo brasileiro a receber um coração elétrico. O paciente morre depois de cinco dias.

(Fonte: Jornal Zero Hora – Porto Alegre, Quarta-feira, de 02 de junho de 2004 – Edição nº 14164 – ANO 41 – Por LETÍCIA DUARTE E LIA LUZ – SAÚDE)

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