Assis Brasil, era considerado um dos maiores nomes do piano no país, foi professor durante muitos anos na Escola de Música Villa-Lobos

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João Carlos Assis Brasil, um dos maiores nomes do piano, músico versátil e sem preconceitos

 

Músico Assis Brasil também foi professor de escola no Centro do Rio

 

 

João Carlos Assis Brasil, pianista era considerado um dos maiores nomes do piano no país, foi professor durante muitos anos na Escola de Música Villa-Lobos. O professor e músico estudou piano clássico desde a infância, chegando a conquistar prêmios internacionais. Aprimorou-se na música popular americana, como nas trilhas de clássicos do cinema e do jazz, e retornou ao Brasil como um fenômeno do piano.

 

Aos 15 anos, João Carlos Assis Brasil começou a tocar piano junto com orquestras e se dedicou aos instrumentos ao longo de sua infância. Ele foi aluno de Jacques Klein e estudou música em Londres, Paris e Viena.

 

Músico versátil e sem preconceitos, ele dedicou-se tanto ao chamado universo erudito quanto à música brasileira. Mostrou, assim, como a fronteira entre esses dois mundos é menos rígida do que se imagina. E deixou gravações de referência de autores como Ernesto Nazareth e Villa-Lobos, centrais na nossa percepção do repertório nacional.

 

Assis Brasil começou sua trajetória dentro dos moldes do pianista clássico. Em 1965, foi o terceiro colocado no Concurso Internacional Beethoven de Viena, na Áustria. Na cidade, aproveitou para se aperfeiçoar com os professores Richard Hauser e Dieter Weber, tocando ainda com a Filarmônica de Viena.

 

A experiência na Áustria lhe abriu as portas para um circuito de apresentações em salas importantes, como o Wigmore Hall de Londres, a Sala Brahms de Viena ou o auditório da Família Meneghine em Milão. São apenas três dos teatros em que se estabeleceu como recitalista ao longo dos anos 1970.

 

Na década seguinte, no entanto, sua trajetória se tornaria ainda mais ampla. De volta ao Brasil, seu contato com a pianista Clara Sverner, ela também uma musicista afeita à combinação de repertório, fez com que ele começasse a interpretar sistematicamente autores brasileiros que, até então, eram vistos como capítulos menores da música do país.

 

Entre eles, um destaque importante foi Ernesto Nazareth. O olhar para sua obra na verdade foi uma porta de entrada para uma reavaliação de todo o período da chamada Belle Époque carioca, no início do século 20. Foi então que autores como Nazareth e Chiquinha Gonzaga não apenas estabeleceram elementos de uma escola de piano brasileira como mostraram as possibilidades de combinação entre o erudito e o popular, que pouco mais tarde influenciara compositores como Heitor Villa-Lobos.

 

Esse olhar amplo para a criação musical não se limitou à música brasileira. Em 1982, ele e Clara Sverner gravaram um álbum no qual uniam obras de Scott Joplin, compositor norte-americano responsável, entre outras coisas, pelo desenvolvimento do ragtime, e Erik Satie, autor de vanguarda francês cujas miniaturas propunham uma reavaliação do uso do piano dentro do contexto da primeira metade do século 20. Os dois colaboraram também em um álbum com obras de Gershiwn, Ravel e Fauré.

Ao mesmo tempo, Assis Brasil começou seu trabalho com o jazz. Em 1980, fundou, com Zeca Assumpção (baixo) e Cláudio Caribé (bateria), o João Carlos Assis Brasil Trio, que mais tarde contaria com a participação de David Chew (violoncelo) e Idriss Boudrioua (sax). Passou também a se apresentar com artistas como Maria Bethânia, Zizi Possi, Alaíde Costa, Olívia Byington e Ney Matogrosso. E foi solista em concertos com a Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, a Orquestra Sinfônica Brasileira, a Orquestra Sinfônica de Porto Alegre e a Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, sob a regência de Eleazar de Carvalho e John Neschling, entre outros maestros.

 

O artista tocou com grandes nomes da música, entre eles, Maria Bethânia, Zizi Possi, Alaíde Costa, Clara Sverter, Claudia Lira, Marcio Gomes, Ney Matogrosso, entre tantos outros. Em 2019, gravou no Auditório Guerra-Peixe seu álbum ‘João Carlos Assis Brasil Clássico’, com repertório de obras de compositores como Chopin, Liszt, Debussy, Tchaikovsky, dentre outros.

 

Sua discografia tem peças marcantes, como Todos os pianosVilla-Lobos por João Carlos Assis Brasil Self Portrait (com obras de seu irmão, Vitor Assis Brasil).
 

Também deu aulas no Conservatório Brasileiro de Música e no Conservatório de Niterói, na Região Metropolitana do Rio, onde morava desde o fim de 2020.

João Carlos Assis também se envolveu com a música popular, gravando com artistas como Ney Matogrosso, Zé Renato, Wagner Tiso, entre outros. Em 1988, gravou com Matogrosso, Tiso e participação de Jaques Morelenbaum e Jurim Moreira o disco “A Floresta Amazônica – Villa-Lobos”.

Assis Brasil faleceu em 6 de setembro de 2021, aos 76 anos, após ter sofrido um infarto em 3 de setembro.

 

(Fonte: https://g1.globo.com/rj/rio-de-janeiro/noticia/2021/09/06 – RIO DE JANEIRO / NOTÍCIA / Por G1 Rio – 

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/noticias/brasil – NOTÍCIAS / BRASIL / por João Luiz Sampaio / ESTADÃO Conteúdo – 06/09/2021)

(Fonte: https://www.msn.com/pt-br/tv/noticias – TV / NOTÍCIAS / Da Redação – CLÁUDIA – 06/09/2021)

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