Cobriu guerras no Oriente Médio e importantes episódios da política nacional
Assis Valdir Hoffmann (Santiago, RS, 30 de setembro de 1941 – Porto Alegre, 3 de fevereiro de 2015), foi um dos fotógrafos que registraram os principais momentos do levante em 1961, assistiu reviravoltas políticas, fenômenos musicais e horrores da guerra através da lente, começou a carreira no fotojornalismo nos anos 1960, como correspondente do Última Hora em Caxias do Sul.
Passaria ainda pelos jornais Zero Hora e Correio do Povo, além de ter fotos suas publicadas em revistas como Veja, Isto É, Realidade, Placar, o veículo francês Le Monde e o americano The New York Times.
Nascido em Santiago em 30 de setembro de 1941, Assis foi, aos 20 anos, um dos principais fotógrafos a registrar o movimento pela Legalidade da posse de João Goulart em 1961.
Nos anos 1970, foi editor de fotografia do Correio do Povo, da Folha da Manhã e da Folha da Tarde.
Fotografou a Copa do Mundo de 1974 na Alemanha e fez registros da jovem e promissora Elis Regina em Porto Alegre. Seus créditos apareceram inúmeras vezes na seção de política: acompanhou o retorno de Jango ao Brasil e foi autor de fotos expressivas do Movimento da Legalidade. Assis cobriu ainda as guerras dos Seis Dias e do Yom Kipur.
Algumas das principais imagens da Legalidade foram registradas por um jovem de 20 anos que, na época, começava a carreira como repórter fotográfico no jornal Última Hora. Entre elas está a clássica fotografia de um grupo de manifestantes na subida da rua Caldas Júnior, em direção à Praça da Matriz, segurando a faixa com os dizeres “Contra o golpe, todos à Assembleia”.
Assis Hoffmann, passou aqueles dias “entrincheirado” no Piratini ou na Catedral Metropolitana. Nascido em Santiago, é considerado pelos seus colegas um dos maiores fotojornalistas do Rio Grande do Sul.
Embora tenha participado da cobertura de duas Copas do Mundo e de conflitos no Oriente Médio, na década de 1970, considera até hoje que a Legalidade foi seu trabalho mais importante. “O momento mais marcante foi a reunião do Brizola com o comandante do III Exército“, recordou Hoffmann, lembrando o célebre encontro do dia 28 de agosto de 1961, que ele fotografou.
Apesar do clima tenso e da presença de homens armados por todo o lado, o fotógrafo manteve-se firme registrando os principais episódios do movimento. “Quem está no jogo é para jogar“, justifica. Sem as facilidades de hoje, os negativos tinham de ser enviados à redação por um office boy, já que ele praticamente não saía do Palácio. O fotógrafo ainda foi escalado para cobrir a volta de Jango ao Brasil, tendo sido enviado a Montevidéu. Voltou a Porto Alegre no mesmo avião do presidente.
Assis Hoffmann faleceu em Porto Alegre, onde morava, em 3 de fevereiro de 2015, aos 73 anos, de insuficiência cardiorrespiratória.
(Fonte: Correio do Povo – A lente do entrincheirado –