Pivô de escândalo financeiro, ex-empresário foi pivô do escândalo Coroa-Brastel
Assis Paim Cunha (nasceu em dia 12 de outubro de 1928, em Vassouras – faleceu em Vassouras, interior do Rio de Janeiro), empresário foi dono da maior cadeia de lojas de eletrodomésticos do país nos anos 70 e 80, ex-dono da corretora Laureano e do grupo Coroa-Brastel.
Assis Paim Cunha, nascido em Vassouras em outubro de 1928, iniciou sua trajetória como vendedor na rede Ponto Frio. Compreendendo as nuances dos mercados das classes B e C, fundou, na década de 70, a Brastel. A fusão das lojas Cobrás e Telegeo deu origem a um conglomerado que, em uma década, se tornou um dos maiores do país, faturando US$1 bilhão por ano. No entanto, a ascensão meteórica de Paim encontrou seu declínio com a intervenção do Banco Central em 1983.
O empresário Assis Paim Cunha, dono da antiga rede de eletrodomésticos Brastel ganhou notoriedade com o escândalo Coroa-Brastel. Em 1983, o empresário tinha mais de 200 milhões de dólares com a rede de eletrodomésticos Brastel e a corretora Coroa. Pivô do escândalo, Paim perdeu a fortuna, mas jurava inocência.
O escândalo
O caso Coroa-Brastel foi aberto pela Justiça em 1985, quando uma denúncia chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra o empresário e contra dois ministros, Delfim Neto (Planejamento) e Ernane Galvêas (Fazenda).
Os ex-ministros eram acusados de desviar irregularmente recursos públicos na liberação de empréstimo da Caixa Econômica Federal ao empresário em 1981.
O empréstimo de, na moeda da época, cruzeiros – Cr$ 2,5 bilhões -, seria utilizado no reforço de capital de giro do grupo e no plano de expansão da Brastel. Segundo a denúncia, o dinheiro teria servido para quitar dívidas junto ao Banco do Brasil e ao Banespa.
O caso foi a julgamento em 94. A denúncia contra Galvêas foi rejeitada. Já a acusação contra Delfim, então deputado pelo PPR-SP, não chegou a ser examinada. A Câmara negou licença ao STF para processá-lo.
Versão de Paim Cunha
Paim Cunha costumava dizer que passou mais de 20 anos tentando limpar o seu nome, apontando para funcionários do governo federal que o teriam obrigado a comprar um corretora em dificuldades, a Laureano, o que teria contribuído para a ruína da sua rede de eletrodomésticos, a Brastel , e o braço financeiros do grupo, a corretora e o banco de investimentos Coroa.
Na versão de Paim, ele teria sido obrigado a comprar a Laureano, que estava em dificuldades, para ficar livre de limitações impostas ao financiamento de compras a prazo na Brastel, que, então, seria a maior rede de eletrodomésticos do país em volume de vendas. Na época, início dos anos 80, o regime militar já dava sinais de exaustão.
A liquidação do grupo empresarial Coroa-Brastel se prolongou por mais de duas décadas, enquanto Paim passou levar uma vida modesta, primeiro no Rio de Janeiro, e depois em Miguel Pereira.
Ele contava que sobrevivia graças uma pensão da previdência social e a renda do aluguel de três imóveis. Os 34 mil investidores prejudicados na quebra do Coroa-Brastel jamais tiveram seu dinheiro de volta.
O caso Coroa-Brastel é considerado um dos maiores escândalos financeiros do regime militar (1964-85). Cunha foi acusado de, nos anos de 1981 a 1983, ter feito desenfreada emissão de letras de câmbio sem lastro, provocando lesão no mercado financeiro, à época, da ordem de Cr$ 231 bilhões (hoje, cerca de US$ 500 milhões). Cerca de 35 mil pessoas foram lesadas com a operação.
Com muitas dívidas, o grupo Coroa-Brastel quebrou. Em junho de 83, o governo decretou a intervenção extrajudicial do grupo –a falência judicial foi determinada em janeiro de 93.
Em 1998, o empresário foi condenado por gestão fraudulenta de instituição financeira a oito anos e três meses de prisão em regime semi-aberto, mas não chegou a ir para a cadeia.
A ordem de prisão encontrou o empresário num hospital, vítima de acidente automobilístico. A pena de reclusão foi transformada em prisão domiciliar (trabalhava de dia e era obrigado a ficar em casa à noite).
Paim Cunha sempre se declarou inocente e disse que suas perdas ocorreram devido à compra de uma corretora quebrada à beira da intervenção federal. Ele tentou recorrer da decisão que o condenou e moveu uma ação contra o governo por perdas e danos morais.
Pivô de um dos maiores escândalos financeiros do regime militar, conhecido como caso Coroa-Brastel, o empresário Assis Paim Cunha faleceu em Vassouras, interior do Rio de Janeiro. Ele tinha 80 anos e foi dono da corretora Laureano e do grupo que de nome ao escândalo.
Cunha foi acusado de, nos anos de 1981 a 1983, ter feito desenfreada emissão de letras de câmbio sem lastro, provocando lesão no mercado financeiro de Cr$ 231 bilhões (hoje, cerca de R$ 1,1 bilhão). Cerca de 35 mil pessoas foram lesadas com a operação.
Com muitas dívidas, o grupo Coroa-Brastel quebrou e sofreu intervenção do governo. Em 1998, o empresário foi condenado por gestão fraudulenta, e mantido em prisão domiciliar. Ele sempre se declarou inocente e disse que suas perdas ocorreram devido à compra de uma corretora falida.
Paim Cunha completou 80 anos no dia 12 de outubro.
(Fonte: Zero Hora – Ano 45 – Nº 15. 750 – MEMÓRIA / TRIBUTO – 23/10/2008 – Pág: 53)
(Fonte: https://m.folha.uol.com.br/mercado/2008/10 – MERCADO / Com informações da Folha de S.Paulo – DA FOLHA ONLINE – 22/10/2008)
(Fonte: https://g1.globo.com/Noticias/Rio – NOTÍCIAS/ RIO DE JANEIRO/ Do G1, no Rio, com informações da TV Globo – 22/10/08)
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Cunha, de 70 anos foi o pivô do caso Coroa-Brastel, o golpe financeiro que, em 1983, lesou 34 000 investidores em 2 bilhões de reais em valores. Foi condenado dia 30 de setembro, no Rio de Janeiro, a oito anos e três meses de prisão em regime semi-aberto.
(Fonte: Revista Veja, 7 de outubro de 1998 – ANO 31 – Nº 40 – Edição 1567 – DATAS – Pág: 69)