Autor de um dos primeiros casos de biopirataria da história

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Autor de um dos primeiros casos de biopirataria da história

O homem que roubou a borracha do Brasil
Biografia mostra a vida de aventuras e infortúnios do inglês Henry Wickham, o pai da biopirataria

Wickham levou 70 mil sementes de seringueira em 50 cestos

Era madrugada quando um homem chegou ao Jardim Botânico de Kew, em Londres, à procura de seu diretor. Ele trazia uma carga roubada: 70 mil sementes de seringueira. Foi graças a essa encomenda surrupiada do Brasil que as colônias inglesas na Ásia tornaram-se as maiores produtoras de látex do mundo no início do século XX, enterrando o milionário ciclo da borracha na Amazônia. O ladrão se chamava Henry Wickham (1846-1926), um aventureiro inglês que morou em Santarém, Pará. Autor de um dos primeiros casos de biopirataria da história, sua trajetória de homem visionário, destemido e bastante teimoso é narrada com neutralidade – mas não sem paixão – pelo jornalista americano Joe Jackson no livro “O Ladrão no Fim do Mundo” (Objetiva).

O boom da borracha foi uma decorrência do crescimento urbano e dos principais meios de locomoção individuais – a bicicleta e o automóvel. Tentativas de se levar sementes da chamada Pará Fine (ou Hevea brasilienses), de onde se extraía o melhor látex do mundo, já haviam sido feitas. Outro espertinho inglês tentou contrabandeá-las dentro de dois crocodilos empalhados, mas todas chegaram secas à Europa. Wickham foi mais feliz em seu golpe. O sucesso de seu roubo não se deveu apenas à esperteza com que despistou a alfândega brasileira – ele argumentou que estava levando “espécies botânicas extremamente delicadas” para a rainha Vitória. Graças ao que aprendeu da população nativa, sabia onde buscar as sementes, qual a melhor época, e como evitar o seu bolor e a germinação.

De posse dos diários de Violet, mulher de Wickham, Jackson reconstitui em detalhes toda a operação do roubo – o aventureiro teria acondicionado os grãos em 50 cestos indígenas e forrado o conjunto com folhas de bananeira para evitar a formação de uma camada de cianeto. A embarcação da carga foi outro lance de suspense: a sorte colocou diante de Wickham um navio novinho, ainda na segunda viagem de Liverpool a Manaus, o SS Amazonas, cujo capitão se encontrava desolado por ter sido roubado e abandonado pela tripulação – a tramoia, embalada em gesto patriótico, veio a calhar. Apesar dos serviços à rainha, Wickham se viu frustrado em suas ambições de coordenar as plantações de borracha nas colônias asiáticas. Fora barrado pelo diretor do Jardim Botânico, que o julgava um picareta. Recebeu apenas 700 libras pelo feito e vagou pelo mundo como um condenado até ser abandonado pela esposa em Nova Guiné, numa região habitada por canibais. Três décadas e meia depois, quando as árvores nascidas das 2.900 sementes germinadas passaram a produzir a rica seiva, ele conseguiu, enfim, provar que estava certo. E virou cavaleiro da rainha, sir Wickham.
(Fonte: http://www.istoe.com.br – 31 de agosto de 2011 – ANO 35 – Nº 2181 – LIVROS/ Por Ivan Claudio – Pág; 138)

O caso de biopirataria que abalou fortemente o Brasil foi o contrabando de sementes da árvore de seringueira em 1876, pelo inglês Henry Wickham. Essas sementes foram levadas para a Malásia. Após algumas décadas, aquele país passou a ser o principal exportador de látex mundial.
O norte do Brasil tinha sua riqueza inteiramente produzida pela borracha extraída do látex. Com a ascensão da Malásia e outros países asiáticos, esta afluência acabou no País.

(Fonte: http://ambiente.hsw.uol.com.br – História de biopirataria)

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