Ava Gardner, um dos poucos símbolos da sedução e da beleza que Hollywood construiu e não conseguiu destruir. Viveu seu período de glórias nas décadas de 40 e 50 quando, interpretando papéis de mulheres sensuais, se tornou mito das telas em todo o mundo. Dona de um cropo escultural e uma voz rouca que lhe dava uma aura ainda mais atraente, Ava brilhou mais pelo seu talento físico do que por ser uma grande atriz. Ao contrário de outras musas teve um ocaso tranquilo e soube envelhecer com dignidade. “Jamais tentei me suicidar, nunca fui parar na cadeia e não ando correndo de dois em dois minutos para o analista. Acho que isso, nos dias que ocorrem, não é pouco”, disse certa vez. Seu primeiro teste na Metro foi um fiasco – errou todas as falas e riu quando tinha que chorar. Fez mais de sessenta filmes entre 1942 e 1985, como As Neves do Kilimanjaro, de 1952, e A Condessa Descalça, de 1954, seu filme mais famoso, em que atuou com outro monstro do cinema, Humphrey Bogart. “Sei que não sou a melhor atriz do mundo”, costumava dizer ela. “Mas atuar é a única coisa que sei fazer.” Para o cineasta e poeta francês Jean Cocteau, Ava era simplsmente “o animal mais belo do mundo”. Ava morreu dia 25 de janeiro, 1990, aos 67 anos, em Londres, na Inglaterra, de pneumonia.
(Fonte: Veja, 31 de janeiro, 1990 Edição 1115 Datas Pág; 78)