Barbara Kent, uma das últimas estrelas do cinema mudo

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A atriz Barbara Kent se destacou em Hollywood. (Imagem: Divulgação)

 

Barbara Kent (Alberta, Canadá, 16 de dezembro de 1907 – Califórnia, 20 de outubro de 2011), uma das últimas estrelas do cinema mudo. Ela nasceu no Canadá, mas se destacou em Hollywood, onde participou de filmes como “A Carne e o Diabo” (1926), “Lonesome” (1928), “Haroldo Trepa-Trepa” (1930), “Emma” (1932), “Indiscreta (1931), “Oliver Twist” (1933) e “Triunfoàs Avessas” (1927).

Barbara nasceu em Alberta no Canadá e mudou com a família para a Califórnia nos anos 1920. Morena e pequenina, de cabelos curtos e rosto de criança, começou a atuar logo após se formar no colegial e vencer um concurso de beleza. Era tão linda que não precisou sequer fazer teste para entrar em Hollywood. De fato, apesar do corte de cabelo, só mesmo o sem noção Harold Lloyd, no enredo de uma de suas comédias, seria capaz de confundi-la com um garoto.

Aos 17 anos, assinou contrato com o estúdio Universal, que lhe pagou aulas de interpretação sem saber se ela tinha algum talento para o cinema. Na época, os únicos requisitos para uma atriz emplacar em Hollywood eram juventude e beleza, atributos que não lhe faltavam. Fez sua estreia aos 19, no western “Prowlers of the Night” (1926), no qual tinha o único papel feminino e foi dirigida por Ernst Laemmle, sobrinho do dono da Universal Pictures.

Em “A Carne e o Diabo” (Flesh and the Devil, 1926), seu segundo filme, viu-se frente a frente com um dos maiores mitos do cinema, Greta Garbo num de seus famosos papéis de devoradora de homens. A pobre Barbara não era páreo para a vamp na disputa pelo amor de John Gilbert. Mas no ano seguinte já seria alçada a condição de símbolo sexual, graças a uma pequena indiscrição. O filme “No Man s Law” (1927), que trazia Oliver Hardy – antes de virar o Gordo da dupla O Gordo e o Magro – , mostrava Barbara aparentemente nua, numa cena de natação.

Depois de uma série de comédias, ela estrelou a derradeira obra-prima do cinema mudo, “Solidão” (Lonesome, 1928), de Paul Fejos, romance urbano sobre dois trabalhadores da classe baixa que passam um dia juntos no parque de diversões de Conney Island. Tragicamente, por insistência da Universal, o filme incluiu algumas sequências faladas, captadas por um sistema rudimentar de gravação, em que a voz da atriz surgiu pela primeira vez… e estridente.

Com medo de seguir o destino de muitos astros da era silenciosa, que não conseguiram transitar para os talkies, Barbara foi tomar lições de empostação vocal. E encontrou mais sucesso que nunca, como namorada de Harold Lloyd nos dois primeiros filmes falados do famoso comediante – “Harold Encravado (Welcome Danger, 1929) e “As Loucuras de Harold” (Feet First, 1930). Em ambos os filmes, ela tem sua identidade confundida por Lloyd e aproveita para deixar o rapaz desnorteado.

O cinema falado lhe abriu também uma diversificação de gêneros. Ela estrelou “The Shakedown” (1929), drama tocante de William Wyler que chegou a ser considerado perdido – foi recentemente redescoberto e restaurado – sobre uma garota (Kent), um lutador premiado e um garoto órfão.

No thriller “A Última Façanha” (Night Ride, 1930), interpretou uma recém-casada cujo marido era raptado por Edward G. Robinson. Em “Indiscreta” (Indiscreet, 1931), de Leo McCarey, viveu a irmã mais nova de Gloria Swanson, num triângulo com um cafajeste. Ainda teve papel de destaque nas primeiras adaptações faladas de “Vanity Fair” (1932) e “Oliver Twist” (1933). Mas em poucos anos decidiu encerrar a carreira.

Ao perceber que seus papéis se tornavam cada vez menores, Barbara sentiu-se ultrapassada. Seu último filme foi lançado em 1935. Para a antiga Hollywood, a garota-revelação de 1927 já não possuía mais o frescor da juventude. Mas a atriz só tinha 28 anos de idade.

Sua vida pós-Hollywood foi reclusa e raramente rendeu notícias. Nas poucas vezes que atendeu autores interessados em escrever sobre o cinema mudo, menosprezou sua carreira cinematográfica, dizendo que nunca gostou do que acontecia no showbusiness. Ela faleceu num retiro para idosos, mas a lembrança eternizada em nitrato de prata é a da jovem bela e eterna. Morena de um sorriso tão meigo, que nem precisava falar para brilhar nas telas.

Barbara Kent morreu em 20 de outubro de 2011 na Califórnia. Ela tinha 103 anos de idade.

(Fonte: http://pipocamoderna.com.br/barbara-kent-1907-2011/121045 – CINEMA/ Por Marcel Plasse – 22 de outubro de 2011)

(Fonte: https://cinema.uol.com.br/noticias/redacao/2017/06/23 – ENTRETENIMENTO – Filmes e séries/ Por André Nery /Colaboração para o UOL – 23/06/2017)

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