Bárbara Virgínia, foi a primeira mulher a apresentar um filme no Festival de Cannes, em 1946

0
Powered by Rock Convert

A primeira diretora portuguesa de cinema

Bárbara Virgínia (Foto: Publico/Divulgação)

Bárbara Virgínia (Foto: Publico/Divulgação)

Bárbara Virgínia (Lisboa, 15 de novembro de 1923 – São Paulo, 8 de março de 2015), foi a primeira mulher a apresentar um filme no Festival de Cannes, ‘Três Dias Sem Deus’ em 1946

Bárbara Virgínia, que também foi atriz e locutora de rádio, era o nome artístico de Maria de Lourdes Dias Costa, nascida em Lisboa, a 15 de novembro de 1923. A cineasta frequentou o Conservatório Nacional e, “aos 15 anos, já fazia parte das vozes promissoras da então Emissora Nacional”.

Bárbara Virgínia chegou a atuar como bailarina clássica, no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, e colaborou na revista Modas e Bordados, dirigida por Maria Lamas.

Estreou-se como atriz cinematográfica em 1945, em “Sonho de Amor”, de Carlos Porfírio, dois anos depois do exame final do Conservatório, em julho de 1943, em que se cruzou com Maria Barroso, no palco do Teatro da Trindade, e que levaria o Diário Popular, à época, a escrever “nasceram duas atrizes”.

Com apenas 22 anos, Bárbara Virgínia tornou-se na primeira mulher portuguesa a assumir a direção de um filme, função que acumulou com a representação.

O filme, intitulado “Três dias sem Deus”, estreou-se nas salas de cinema, em agosto de 1946, e conta a experiência de uma professora primária, numa remota aldeia do interior, onde enfrenta a desconfiança e as superstições dos aldeões.

Produzido pela Invicta Filmes, o filme foi selecionado para a primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Cannes, em 1946, a par de “Camões”, de Leitão de Barros.

Bárbara Virgínia ainda teve um projeto de outro filme, uma adaptação de um texto de António Nobre, mas não chegou a ser concretizado, com a realizadora a viajar para o Brasil, em 1952, onde se manteve até morrer.

Ainda como atriz de cinema, fez parte do elenco de “Aqui Portugal”, (1947), de Armando de Miranda, filme onde também se cruzou com Maria Barroso, e prosseguiu carreira como atriz, locutora de rádio e declamadora.

Fez parte da companhia teatral de Alves da Cunha, do elenco da opereta “Sua majestade o amor”, de Silva Tavares, e participou no popular programa radiofónico “Comboio das seis e meia”, realizado por Igrejas Caeiro.

No fim de um recital no Teatro S. Luiz, em Lisboa, um empresário brasileiro convenceu-a a dar o salto até ao Brasil, onde assinou contrato com a TV Tupi, que foi pioneira da televisão naquele país, e foi lá que continuou a trabalhar sempre com êxito.

Bárbara de 92 anos, morreu em São Paulo, em 8 de março de 2015.

(Fonte http://www.rtp.pt/noticias/cultura – NOTICIAS – CULTURA – LUSA -12 Mar, 2015)

© 2016 – Rádio e Televisão de Portugal. Todos os direitos reservados –

Powered by Rock Convert
Share.