Betancur, o ex-presidente que governou a Colômbia em plena turbulência
Político enfrentou auge do narcotráfico no país, mas defendeu diálogo com grupos rebeldes
Belisario Antonio Betancur Cuartas (Amagá, 23 de fevereiro de 1923 – 7 de dezembro de 2018), ex-presidente colombiano (1982-1986) que enfrentou um dos períodos mais turbulentos do século XX devido ao conflito armado em seu país.
Responsável por iniciar negociações de paz com as guerrilhas na Colômbia, o ex-presidente comandou o país entre 1982 e 1986, um dos períodos mais conturbados da história colombiana por causa do conflito armado.
Natural de Amagá, no departamento de Antioquia, Betancur manteve-se fiel durante sua carreira política ao Partido Conservador Colombiano, que apoiou a eleição do atual presidente, Iván Duque, e de seus antecessores Juan Manuel Santos e Álvaro Uribe.
Durante seu governo, iniciou diálogos com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), o Exército Popular de Libertação (EPL), o Movimento 19 de Abril (M-19), com o Exército de Libertação Nacional (ELN) e com a Autodefesa Operária (ADO). Dessas guerrilhas, o governo do atual presidente, Iván Duque, ainda negocia com a ELN e se enfrenta com dissidentes das Farc.
Betancur não obteve, no seu mandato, o resultado esperado. Seu mandato acabou marcado pela tomada do Palácio da Justiça, em Bogotá, por guerrilheiros do M-19. A ação terminou no dia seguinte, deixando 94 mortos, entre eles os 11 juízes da Corte Suprema de Justiça.
No mesmo mês, o vulcão Nevado del Ruiz entrou em erupção, apagando do mapa o município de Armero, no centro do país. O fenômeno deixou cerca de 25 mil mortos.
No governo, Betancur enfrentou a tomada do Palácio de Justiça em pleno centro da capital Bogotá pela extinta guerrilha M19. O confronto deixou 99 mortos, no auge do narcotráfico.
Além disso, esteve no comando quando houve a avalanche causada pelo degelo de um vulcão coberto de neve que matou 25 mil habitantes da população andina de Armero.
Uma das últimas aparições públicas de Betancur ocorreu em 13 de novembro de 2018, quando assistiu à cerimônia de entrega das condecorações da Ordem de Isabel aos escritores colombianos Juan Gabriel Vásquez e Héctor Abad Faciolince, na Embaixada da Espanha em Bogotá.
Na cerimônia, o ex-presidente discursou de sua cadeira de rodas.
– Turbulência –
O político conservador, que governou entre 1982 e 1986, enfrentou a tomada do Palácio de Justiça em pleno centro da capital pela extinta guerrilha M19 – que deixou 99 mortos-, o auge do narcotráfico e de movimentos subversivos em todo o país.
Além disso, esteve no comando quando houve a avalanche causada pelo degelo de um vulcão coberto de neve que matou 25.000 habitantes da população andina de Armero (centro).
Em meio às dificuldades, foi o primeiro presidente a convocar ao diálogo as organizações rebeldes surgidas nos anos 1960 e assegurava que selar “a paz do país” era esse “algo” que gostaria de ter feito.
Contudo, foram necessários 30 anos, além da morte de muitas pessoas, antes que as Farc depusessem as armas em 2016 durante o governo do liberal Juan Manuel Santos.
Tentativa de diálogo
Em meio às dificuldades, Betancur foi o primeiro presidente a convocar ao diálogo as organizações rebeldes surgidas nos anos 1960. Ele dizia, posteriormente, que gostaria de ter selado a paz no país
Contudo, demorou décadas para que a Colômbia vivesse dias mais pacíficos. Somente em 2016, durante o governo do liberal Juan Manuel Santos, as Farc baixaram as armas.
– Intenções de paz –
Depois de saber a notícia do falecimento, diferentes personalidades do país recordaram o ex-presidente por suas contribuições à paz.
O ex-presidente e Nobel da Paz Juan Manuel Santos enviou as suas condolências por meio de uma declaração. “Grande patriota, grande amigo e grande exemplo de caráter, honestidade e humildade (…) A Colômbia, agradecida, o recordará para sempre”, escreveu o ex-presidente.
O líder opositor de esquerda Gustavo Petro, que militou na ex-guerrilha M-19, combatida pelo governo de Belisario Betancur, recordou o frustrado processo de paz empreendido pelo ex-presidente.
“Estive na Praça de Bolívar no dia da sua posse. Era do M19 e tinha 22 anos. Levantava um cartaz que dizia ‘Paz’ e tinha muitos sonhos. Quando acabou o seu governo, eu estava preso e havia sido torturado. A paz não havia sido mais que um desenho na parede”, sentenciou.
“Lamento profundamente a morte de um grande amigo, um grande colombiano, o ex-presidente Belisario Betancur. Seu legado na política, na nossa história, na cultura é um exemplo para todas as gerações futuras”, escreveu o presidente Iván Duque no Twitter.
(Fonte: https://istoe.com.br – EDIÇÃO Nº 2555 – MUNDO / Por AFP – 07/12/2018)
(Fonte: https://veja.abril.com.br/mundo – MUNDO / Por Da Redação – 7 dez 2018)
Entre as exigências da Fifa para aquele Mundial, segundo artigo do jornal El País (Espanha) na época, estava o número de sedes para o torneio: 12, todos com capacidades mínimas de 40 mil espectadores e excelente sistema de iluminação. As cidades deveriam contar com aeroportos e acessos via rodovias e ferrovias. O México recebeu o torneio em 12 estádios de 11 cidades.
A Colômbia acabou nem sequer disputando a Copa do Mundo de 1986. Eliminada na primeira fase em seu grupo (a Argentina garantiu vaga direta), a seleção colombiana foi para uma repescagem contra Paraguai, Chile e Peru. Os paraguaios eliminaram os colombianos na primeira fase da repescagem continental e passaram depois pelos chilenos, avançando à Copa.