Bertold Brecht, poeta e dramaturgo alemão, autor de Vida de Galileu e Mãe Coragem e Seus Filhos.

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O bom camarada

Bertold Brecht (Augsburg, 10 de fevereiro de 1898 – Berlim, 14 de agosto de 1956), dramaturgo comunista. Bertold Brecht foi abatido com o Muro de Berlim. O império do mal se esfacelou, e o comunismo de Brecht tornou-se tão arcaico e inofensivo quanto o pacifismo de Aristófanes ou o mercenerismo de Molière. Lenin é como Alcibíades ou Luís XIV – história antiga, que não deve ser levada em consideração ao analisar uma obra de arte.

A abominável hierarquia soviética foi substituída por fiéis aliados do Ocidente, forças do bem, como a máfia moscovita e os traficantes de sucata nuclear. Dessa maneira, Brecht finalmente pode ser lido como um clássico do teatro satírico, ignorando seu percurso político.

QUATRO VIRTUDES – No 11º volume de Teatro Completo, é feito um resumo da carreira de Brecht, porque a coleção do clássico é cronológica e, o 11º volume corresponde à sua fase final. As primeiras obras testemunham o seu desenvolvimento político. O momento de glória dessa fase é A Ópera dos Três Vinténs, de 1928, seu maior sucesso popular.

Em 1933, com a instauração do regime nazista, Brecht foi obrigado a escapar da Alemanha, refugiando-se na Escandinávia, e, a seguir, por seis anos, na Califórnia, perto de Los Angeles, ao lado de outros ilustres emigrados alemães, como Thomas Mann, Adorno e Horkheimer.

Durante esse período, Brecht escreveu alguns se seus melhores trabalhos: Vida de Galileu (volume 6), Mãe Coragem e Seus Filhos (idem), A Alma Boa de Setsuan (volume 7) e O Sr. Puntila e Seu Criado Matti (volume 8).

Em 1947, acusado de atividades antiamericanas pelo tribunal macarthista, transferiu-se para Berlim oriental, onde permaneceu até a morte, em agosto de 1956, dirigindo a Berliner Ensemble, a sua companhia teatral permanente, financiada pelo regime comunista. É a fase de declínio criativo de Brecht, que dedicava mais tempo à direção dos espetáculos do que à criação de novas obras.

No 11º volume de Teatro Completo não inclui nenhuma peça original, mas apenas adaptações dos anos 50: O Preceptor, Coriolano e O Processo de Joana d”Arc em Rouen, 1341. Quando adapta textos de outros autores, ele elimina quase todo o ranço ideológico, e ficam mais evidentes as suas virtudes. Brecht tem inúmeras virtudes. Antes de tudo, um visceral antipsicologismo. Ele não dá atenção às pequenas atribulações da alma humana – prefere os grandes dramas coletivos. Em segundo lugar, tenta desmistificar o heroísmo. Nunca se sabe se seus heróis estão agindo de maneira correta ou não. Em terceiro lugar, manifesta uma profunda desconfiança em relação aos sentimentos, que levam inevitavelmente à desgraça. Em quarto lugar, Brecht possui um temperamento antidogmático – seus personagens precisam avaliar cada aspecto de uma ação pois os resultados são sempre ambíguos.

(Fonte: Veja, 22 de março de 1995 – ANO 28 – Nº 12 – Edição nº 1384 – LIVROS/ Diogo Mainardi – Pág; 102/103)

No dia 14 de agosto de 1956 – Morre o poeta e dramaturgo alemão Bertold Brecht.
(Fonte: Correio do Povo – Ano 114 – Nº 318 – Geral – Cronologia/ RENATO BOHUSCH – sexta-feira, 14 de agosto de 2009 – Pág; 24)

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