Powered by Rock ConvertBlecaute (1919-1983), nome artístico do cantor e compositor popular brasileiro Otávio Henrique de Oliveira. Com inconfundível voz grave e um enorme sorriso, formava com Emilinha Borba e Braguinha o triunvirato do Carnaval brasileiro nos anos 50 e 60. Nesse período, gravou mais de 200 canções, transformou em sucesso dezenas delas, como Piada de Salão e Maria Candelária e participou, sempre como carnavalesco, de vinte filmes. Em 1950, ao lançar sua marcha mais popular, General da Banda, acabou por criar o personagem que encarnou até o fim da vida. Envergando um inseparável uniforme coberto de galões e fitas de veludo vermelho, era aclamado como o general da banda em suas apresentações, nos bailes de Carnaval que animava e na Escola de Samba da Mangueira, onde deixou de desfilar em 1979, devido a problemas cardíacos. Nascido em Pinhal, no interior de São Paulo, Blecaute ganhou a vida como engraxate e mecânico antes de ser descoberto no programa de calouros Peneira de Ouro, da Rádio Tupi, em São Paulo.
Foi apelidado de Blecaute (corruptela de black-out, em inglês, “escuridão”) pelo radialista Capitão Furtado, da Rádio Difusora, que, durante a II Guerra Mundial, durante os frequentes cortes de energia impostos à população, apresentou-o aos ouvintes como “o blecaute do samba”. Herdeiro de um Carnaval mais espontâneo, que criava sua própria constelação de estrelas do disco, também cultivava a irreverência e a ironia. Em 1952, convidado a se apresentar para o presidente Getúlio Vargas, surpreendeu a plateia interpretando Maria Candelária, uma sátira à estrutura do funcionalismo público. Passada a tensão inicial, cantor e presidente confraternizaram em boas gargalhadas. Viveu uma velhice difícil ao lado de Maria de Lourdes, sua segunda mulher. Aposentado, recebia um salário mínimo e parcos direitos autorais sobre suas canções. Desde 1979 não participava do Carnaval, pois adoecia justamente a suas vésperas e tinha de ser internado. Blecaute morreu no dia 9 de fevereiro de 1983, aos 63 anos, de insuficiência renal e cardíaca, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 16 de fevereiro, 1983 Edição 754 DATAS – Pág; 55)
Powered by Rock Convert
