Carl Sagan, pesquisador, célebre astrônomo e divulgador de ciência.

0
Powered by Rock Convert

Gênio do cosmo

Carl Sagan: que fez da ciência um tema popular

Carl Sagan (Nova York, 9 de novembro de 1934 – Seattle, 20 de dezembro de 1996), pesquisador, célebre astrônomo e divulgador de ciência.
O mais importante divulgador da ciência no século XX. Professor da Universidade Cornell durante três décadss e conselheiro da Nasa, a agência espacial americana, Sagan tinha uma qualidade rara nos cientistas: a simplicidade com que expunha ideias e conceitos. Essa virtude o tornou uma figura popular, cujas explicações sobre temas complexos como a estrutura do átomo ou os buracos negros eram facilmente compreendidas mesmo por pessoas leigas no assunto.

Sagan popularizou a astronomia, o seu campo predileto, tanto quanto o francês Jacques Cousteau tornou acessível ao grande público a oceanografia. Nascido em novembro de 1934, no bairro do Brooklyn, em Nova York, filho de imigrantes pobres europeus, ele escreveu mais de vinte livros e centenas de artigos científicos sobre temas que iam da atmosfera em Vênus aos riscos da guerra nuclear. Sua obra mais popular, a série Cosmos produzida para a televisão nos anos 80, foi vista por mais de 500 milhões de pessoas – quase um décimo do total da população do planeta.

Vida fora da terra – Como todo bom cientista, Sagan odiava os ufólogos e toda a literatura barata sobre aparecimento de discos voadores e extraterrestres. Mas era apaixonado pela ideia de que formas de vida inteligente teriam surgido em outras regiões do universo. Passou boa parte de sua carreira tentando provar cientificamente essa tese. Para isso, ajudou a criar uma entidade chamada Sociedade Planetária, que, entre outros objetivos, contribui financeiramente com um projeto na Califórnia destinado a detectar eventuais sinais de rádio emitidos por civilizações em outros planetas. “Eu sonhei com isso a minha vida inteira”, disse Sagan ao jornal The Washington Post. “Eu odiaria morrer sem saber se existe alguém lá fora.”

O último livro de Sagan, lançado em dezembro de 1996 no Brasil, chama-se O Mundo Assombrado pelos Demônios – A Ciência Vista como uma Vela no Escuro. Nele, Sagan faz uma defesa apaixonada da ciência e da racionalidade humanas numa época em que o esoterismo, a superstição e o charlatanismo estão em alta. Pesquisas recentes mostram que 95% dos americanos acreditam em astrologia, discos voadores, fantasmas, terapia de vidas passadas, cristais, águas mágicas ou algum outro tipo de superstição. Há mais de 10 000 adivinhos, bidus e empulhadores de toda espécie em atividade nos Estados Unidos. Sua clientela inclui gente famosa, como o ex-presidente Ronald Reagan e a ex-primeira-dama americana, Hillary Clinton. Uma organização liderada pelo guru Maharishi Mahesh Yogi fatura 3 bilhões de dólares prometendo dar a cada um de seus seguidores o poder de atravessar paredes, tornar-se invísível e voar – tudo pela meditação transcendental.

Lixo e crendices – O livro de Sagan investe contra o lixo pseudocientífico usado como arma a racionalidade. Num dos exemplos, ele lembra que há mais de 10 000 anos, quando os seres humanos ainda eram caçadores e coletores, uma pessoa vivia no máximo trinta anos. Essa ainda era a expectativa de vida na Europa ao final da Idade Média. Só chegou aos quarenta anos em 1870. Hoje, um americano médio já vive o dobro, cerca de oitenta anos. Tudo isso se fez com pesquisa científica e não com feitiçaria ou curandeirismo. “A descoberta dos antibióticos e a das vacinas são das maiores conquistas da ciência em todos os tempos”, diz Sagan no livro.

A culpa pela proliferação das crendices, na opinião de Sagan, é do próprio ensino de ciências. Muitas vezes, a clientela dos adivinhos e curandeiros é formada por pessoas inteligentes e talentosas, que nunca tiveram estímulo ou informação suficiente para se interessar pela ciência. “A pseudociência é adotada na mesma proporção em que a verdadeira ciência é mal compreendida”, escreve Sagan. “A ciência está longe de ser um instrumento perfeito de conhecimento, mas é o melhor que temos.” No livro, Sagan também conta como começou a se interessar pela pesquisa científica. Foi em 1939, aos 5 anos, quando seus pais o levaram para visitar a Feira Mundial de Nova York. “Ali, percebi que o mundo continha maravilhas que eu jamais imaginaria”, lembra.

A ciência perdeu dia 20 de dezembro de 1996, aos 62 anos, sofrendo de uma forma rara de câncer no sangue o astrônomo Carl Sagan, morreu de pneumonia no hospital Fred Hutchinson, em Seattle, nos Estados Unidos.

(Fonte: www1.folha.uol.com.br/ciência – REINALDO JOSÉ LOPES / EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE – 24/11/11)
(Fonte: www.caras.uol.com.br – 28 de junho de 2006 – Edição nº 660 – Citações)
(Fonte: Veja, 25 de dezembro, 1996 – ANO 29 – Nº 52 – Edição n° 1476 – Astrônomia/ Por Laurentino Gomes – Pág; 218)

Powered by Rock Convert
Share.