Carlos Gardel, monstro sagrado, pai do Tango passou maior parte da vida na Argentina.
(Fonte: Veja, 15 de julho de 1992 - ANO 25 - N° 29 - Edição 1243 - MEMÓRIA - Pág; 82)
Carlos Gardel e sua música; gênero musical mais popular da Argentina, e de seu símbolo máximo
(Fonte: Veja, 28 de setembro de 1994 – ANO 27 – Nº 39 – Edição 1359 – LIVRO/ Por José Lino Grünewald – Pág: 117)
Pai do Tango passou maior parte da vida na Argentina, mas teria nascido em Toulouse
Carlos Gardel (Toulouse, 11 de dezembro de 1890 – Medellín (Colômbia), 24 de junho de 1935), lendário cantor de tangos.
Descoberto documento que confirma que Carlos Gardel nasceu na França
Um grupo de pesquisadores encontrou um documento que confirma que o lendário cantor de tangos Carlos Gardel, cuja nacionalidade é foco de disputas há décadas, nasceu na França.
“Encontramos a certidão de nascimento original de Gardel, da prefeitura de Toulouse, na França”, disse dia 19 de setembro de 2012 em entrevista à Agência Efe o argentino Juan Carlos Esteban, que junto com os franceses Georges Galopa e Monique Ruffié acaba de editar o livro “El padre de Gardel” (ainda sem título em português), com novas revelações da misteriosa vida do cantor.
Esteban assegura que a tese do “Gardel francês” não é totalmente “uma surpresa”, já que ele mesmo encontrou anos atrás documentos que indicavam que o cantor, falecido em um acidente de avião em Medellín (Colômbia) no dia 24 de junho de 1935, tinha nascido em Toulouse.
“No testamento de Gardel de 1933, que foi depositado em um cofre de um banco, aparecem os certificados de nascimento de Gardel como Charles Romuald Gardés, nascido em 11 de dezembro de 1890 em Toulouse”, afirmou o pesquisador argentino.
Além disso, em um expediente sobre a herança aberto no Uruguai em 1937, um juiz desse país declarou a mãe do cantor, a francesa Berthe Gardés, como única herdeira dos bens de Charles Romuald Gardés, que, segundo consta também nesse documento, nasceu na França.
Com apenas dois anos e três meses de idade, Gardel chegou a Buenos Aires junto com sua mãe solteira. Ele se naturalizou argentino em 1923, quando já estava consagrado como ator e cantor de tangos e sua fama internacional começava a crescer fortemente.
Sua morte inesperada, no topo da carreira, o tornou uma lenda no mundo artístico. Mas sua figura tornou-se eixo de polêmicas a partir de 1967, quando foi divulgado um documento segundo o qual o Uruguai outorgava ao artista um certificado que o declarava como nascido naquele país, na cidade de Tacuarembó, em 1887 e com sobrenome Gardel, e não Gardés.
O cantor utilizou esse certificado uruguaio para tramitar depois documentação na Argentina.
“Isso ocorre porque Gardel não estava documentado na Argentina como francês por ter idade para o serviço militar durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918). E para viajar à França, se tivesse ido como francês, teria sido declarado desertor”, explicou Esteban.
Gardel teve que comparecer à embaixada francesa em Buenos Aires e se registrar, mas não o fez. Dois anos depois que a guerra acabou, em 1920, registrou-se na embaixada uruguaia com o certificado que lhe havia sido dado, e com ele solicitou a nacionalidade argentina.
O livro, que demandou cinco anos de pesquisas, se centra na história do francês Paul Jean Lassere, apontado, segundo diversos testemunhos, como o suposto pai de Gardel.
De acordo com Esteban, Lassere foi detido e condenado em 1892 em Paris por roubo. Ele foi posto em liberdade em 1894 e, quatro anos depois, se casou.
Paul Jean Lassere, que morreu em 1921, deixou um testamento no qual reconhece unicamente suas duas filhas naturais, às quais deixou uma fortuna de 200 mil francos.
Os pesquisadores o chamam de “suposto” pai porque não encontraram provas documentais do vínculo, mas sim vários testemunhos que classificam Lassere como pai biológico de Gardel.
(Fonte: http://br.noticias.yahoo.com – EFE Natalia Kidd – Buenos Aires, 19 de setembro de 2012 – (EFE).)
A origem do famoso cantor de tangos Carlos Gardel foi, durante décadas, motivo de debate entre argentinos, uruguaios e franceses. Depois de dez anos de investigações, o argentino Juan Carlos Esteban e os franceses Georges Galopa e Monique Ruffié lançaram o livro O pai de Gardel, no qual revelam a provável identidade do pai dele, o francês Paul Jean Lassere, e confirmam: Gardel nasceu em 11 de dezembro de 1890, em Toulouse – tendo sido registrado como Charles Romuald Gardés.
O rei do tango chegou a Buenos Aires quando tinha apenas 2 anos e 3 meses com a mãe, Berthe Gardés. Os pesquisadores encontraram, em Toulouse, uma senhora de 93 anos, fruto de outro relacionamento de Lassere, que disse ter um filho disposto a fazer o exame de DNA para provar o parentesco com Gardel.
O nome de Lassere já tinha sido mencionado em outros trabalhos sobre a vida de Gardel, mas o livro traz depoimentos inéditos. O relacionamento entre Lassere e Berthe é descrito como um romance escandaloso, nunca aceito pela família dela. Os pesquisadores também divulgaram a certidão de nascimento de Gardel – que já fora mencionada no livro Arquivo Gardel, de 2010, que contém cartas, documentos e fotos pessoais do cantor encontrados numa mala que passou por várias mãos até chegar ao Centro Gardeliano de Buenos Aires.
Segundo o pesquisador Juan Carlos Esteban, a confusão entre franceses e uruguaios surgiu pela decisão de Gardel de inscrever-se no consulado do Uruguai em 1920, quando foi convidado para realizar uma série de apresentações na Espanha. Na época o cantor não tinha documentos, já que nos anos anteriores evitara ir ao consulado francês por temer ser convocado pelo Exército durante a Primeira Guerra Mundial. Sem papéis argentinos ou franceses, Gardel optou pelo Uruguai porque as leis do país facilitavam a obtenção da cidadania para uruguaios residentes no exterior. Com esse objetivo, registrou-se como uruguaio, nascido em Tacuarembó, em 11 de dezembro de 1887.
– Foi uma documentação apócrifa. Com isso ele conseguiu um certificado provisório por um ano, como uruguaio, mas essa documentação não aparece em lugar algum. Tampouco existe certidão de nascimento, a certidão é de Toulouse – disse.
A versão mais famosa entre os uruguaios aponta que Gardel efetivamente nasceu em Tacuarembó, no interior do país, e que sua mãe chamava-se Maria Oliva. A mulher teria engravidado do cunhado, Carlos Escayola, e depois entregue o bebê a uma francesa que o criou.
Anos depois de forjar a nacionalidade uruguaia, o cantor foi ao Ministério do Interior argentino e obteve seu certificado de nacionalidade argentina. Também é narrada a história triste de sua mãe, sua grande companheira, expulsa da família na França por ser mãe solteira. Eles chegaram sozinhos a Buenos Aires, onde os primeiros anos foram de muito sacrifício. Depois vieram os momentos de glória na música e no cinema – e o inesperado acidente de avião que matou Gardel na Colômbia, em 24 de junho de 1935.
(Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura – CULTURA – BUENOS AIRES 19 de setembro de 2012)
Carlos Gardel na telas
Artista ícone do tango contracenava com Imperio Argentina em “Melodia de Arrabalde”, um dos filmes em exibição na cidade de São Paulo há 80 anos.
(Fonte: http://acervo.estadao.com.br – Acervo > O ESTADO DE S. PAULO: PÁGINAS DA EDIÇÃO DE 21 DE Janeiro DE 1934 – PAG. 26)