Carlos Luiz Guedes, General-de-Divisão do Exército, participou no movimento revolucionário de 1964.

Carlos Luiz Guedes, General-de-Divisão do Exército, participou no movimento revolucionário de 1964.

Pelo telefone, o General Guedes é informado de que o Presidente João Goulart deseja um entendimento com o Governador Magalhães Pinto e os chefes militares de Minas Gerais. Afirma-se que o Sr. João Goulart chegou a propor uma mediação “para resolver o impasse surgido entre a administração federal e o governo mineiro”. O General Guedes se recusa a manter conversação com o Chefe da Nação. Idêntica é a atitude do Governador Magalhães Pinto.

No QG da ID-4, a satisfação é geral. O General Guedes recebe dez pilotos civis que se colocam à disposição para qualquer eventualidade. Várias companhias de aviação põem suas aeronaves a serviço do Governador Magalhães Pinto.
Durante todo o desenrolar da crise, o Sr. Magalhães Pinto permaneceu no Palácio da Liberdade, cercado pelo seu “staff” e em permanente contato com os Generais Carlos Luís Guedes. Comandante da ID-4 (sediada em Belo Horizonte) e Olímpio Mourão Filho, Comandante da 4.ª Região Militar (Juiz de Fora) e fazendo ligações para outros chefes militares e vários Governadores de Estado. Foi o autor do livro “Tinha que ser Minas”. Guedes morreu no dia 25 de junho de 1976, de um atropelamento a que se seguiram complicações pulmonares, em Londres. A seu velório, no Palácio da Liberdade, em Belo Horizonte, compareceram o governador Aureliano Chaves, o senador Magalhães Pinto e antigos companheiros do general no movimento.

(Fonte: Veja, 7 de julho, 1976 – Edição n° 409 – DATAS – Pág; 96)
(Fonte: www.memoriaviva.com.br – O Cruzeiro – 10 de abril de 1964)

O GOLPE DE 31 DE MARCO DE 1964 FOI UMA OPERAÇÃO TRAMADA POR UM GRUPO DE FARDADOS E CIVIS, MAS NA HORA DO DESENLACE APENAS DOIS GENERAIS QUE SE DETESTAVAM ESTAVAM À FRENTE DO MOVIMENTO. TODOS OS OUTROS CONSPIRADORES, DO ALTO DE SUA IMPORTÂNCIA, RECEBERAM COM ASSOMBRO A NOTÍCIA DE QUE TROPAS SE MOVIMENTAVAM E ALGUNS DELES QUISERAM PARÁ-LAS. UM DOS GENERAIS QUE ACENDERAM A ESPOLETA DO GOLPE, OLYMPIO MOURÃO FILHO, COMANDAVA A 4ª REGIÃO MILITAR, COM SEDE EM JUIZ DE FORA. TINHA FAMA DE SER UM POUCO DOIDO E MUITO VAIDOSO. MORREU EM 1972, CONVENCIDO DE QUE A QUALQUER MOMENTO SERIA CHAMADO PARA “SALVAR O BRASIL NOVAMENTE”. O OUTRO GENERAL ERA CARLOS LUIS GUEDES, COMANDANTE DA IV INFANTARIA DIVISIONÁRIA, COM SEDE EM BELO HORIZONTE.

MOURÃO FILHO E LUIS GUEDES TERMINARAM A CARREIRA EM DESGRAÇA. IMPLANTADO O GOLPE MILITAR, FORAM CASSADOS MANDATOS DE GOVERNADORES, PREFEITOS, SENADORES, DEPUTADOS, JOVENS LIDERES ESTUDANTIS, CANTORES, COMPOSITORES, ÍDOLOS POPULARES, MUITOS EXPULSOS DO PAÍS, A MAIOR PARTE DELES SEM DIREITO DE DEFESA. ALGUNS DELES, ARTISTAS FAMOSOS, PRESOS E DEMITIDOS DA RÁDIO NACIONAL COMO: ENIO SANTOS (ATOR), HEITOR DOS PRAZERES (CANTOR E COMPOSITOR), DINAH SILVEIRA DE QUEIROZ (NOVELISTA), DIAS GOMES (NOVELISTA), NORA NEY (CANTORA), JORGE GOULART (CANTOR), JONAS GARRET (ATOR), GIUSEPPE GHIARONI (NOVELISTA), ZEZÉ MACEDO (COMEDIANTE), PAULO ROBERTO (MÉDICO E PRODUTOR DE PROGRAMAS DE RÁDIO), JORGE VEIGA (CANTOR), HERIVELTO MARTINS (COMPOSITOR), MÁRIO LAGO (NOVELISTA E COMPOSITOR), JOSÉ LUIZ RODRIGUES-JARARACA (COMEDIANTE), PAULO GRACINDO (ATOR), EDMO DO VALE (NOVELISTA) E TANTOS OUTROS. 45 ANOS DEPOIS, CABE A PERGUNTA: VALEU A PENA TANTO SACRIFÍCIO E, PRINCIPALMENTE, TANTAS VIDAS PERDIDAS?

(Fonte: www.cassimirofarias.zip.net – 01/04/2009)