Carlos Zéfiro, o mais popular autor de histórias pornográficas em quadrinhos do país. Zéfiro era o pseudônimo de Alcides Aguiar Caminha, funcionário público carioca, que temia perder seu emprego e a aposentadoria caso viesse a público sua outra profissão. Durante trinta anos, Caminha manteve em segredo sua quase que diária transformação no escandaloso Zéfiro. A identidade do desenhista pornográfico só foi revelada em 1991, por Juca Kfouri, diretor editorial da revista Playboy, que saiu em seu encalço seguindo uma pista de Moacy Cirne, professor de história em quadrinhos da Universidade Federal Fluminense. Entre o final dos anos 50 e o início da década de 70, Zéfiro fez cerca de 900 histórias. Os protagonistas das histórias de Zéfiro eram, em geral, cidadãos comuns, que, por obra do destino, acabavam topando com mulheres em brasa, dispostas a tudo. “Ele retratava as fantasias sexuais da classe média baixa do país, o meio em que viveu, e por isso foi tão popular”, avalia o antropólogo Roberto DaMatta. Zéfiro morreu dia 5 de julho de 1992, aos 70 anos, de derrame cerebral, no Rio de Janeiro.
(Fonte: Veja, 15 de julho, 1992 Edição 1243 Datas – Pág; 81)