Carmen Costa, cantora que lançou clássicos como “Cachaça não É Água”, “A Outra” e “Está Chegando a Hora”

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Carmen Costa, cantora de outros Carnavais

 

 

Carmelita Madriaga (Trajano de Moraes, 5 de janeiro de 1920 – Rio de Janeiro, 25 de abril de 2007), conhecida como Carmen Costa, cantora que lançou clássicos como “Cachaça não É Água”, “A Outra” e “Está Chegando a Hora” (versão da canção mexicana “Cielito Lindo”).

 

Carmen nasceu no interior do Estado do Rio e foi descoberta aos 15 anos, por seu patrão “ela era então empregada doméstica”, o cantor Francisco Alves, que, numa festa, a fez cantar para os convidados, inclusive Carmen Miranda. Agradou tanto que foi para o programa de calouros de Ary Barroso.

 

Venceu e, durante sete anos, apresentava-se em dupla com Henricão (Henrique Felipe da Costa). Seu primeiro sucesso, “Está Chegando a Hora”, veio no início dos anos 40. No fim da década, casou-se com um norte-americano e mudou-se para os Estados Unidos.

De volta ao Rio, nos anos 50, conheceu o compositor Mirabeau Pinheiro, com quem viveu um romance por cinco anos ” ele é pai de sua única filha, Silésia.

A parceria rendeu também sucessos, como a marcha “Cachaça não É Água” (“você pensa que cachaça é água/cachaça não é água não…”), o samba “Obsessão” (“você levou meu sossego/você roubou minha paz…”).

Outro sucesso seu, do compositor Ricardo Galeno, é o samba-canção “A Outra” (“ele é casado/eu sou a outra na vida dele…”), que retratava uma situação que ela nunca escondeu.

“Fui a outra por cinco anos. Não me arrependo de nada”, disse a um jornal de São Paulo em 2003, quando foi tombada como patrimônio cultural do país, uma iniciativa do deputado federal Edson Santos (PT-RJ).

Ao contrário de outras cantoras que não conseguiram passar do rádio para a televisão, Carmen Costa nunca parou de se apresentar.

Há nove anos, com Dona Ivone Lara, Leci Brandão, Áurea Martins e Jovelina Pérola Negra (também já falecida) fez o show “Damas Negras do Samba”, no Teatro João Caetano, no Rio, com enorme sucesso.

O espetáculo teve várias récitas no Rio nos anos seguintes. Carmen vivia em Jacarepaguá, com a filha, dois netos e quatro bisnetos e viajava muito fazendo shows. Mas gravava pouco. Seu último disco, que levava seu nome, saiu em 1998 e sua última gravação foi no DVD de Elymar Santos, em 2005.

Carmen Costa, cantora fluminense nascida em 5 de julho de 1920 – e batizada com o nome de Carmelita Madriaga, sugestivo de intérprete espanhola que nos anos 1950 chegou ao sucesso alcançado pelos lacrimejantes sambas-canção Eu sou a outra (Ricardo Galeno, 1953) e Quase (Mirabeau Pinheiro e Jorge Gonçalves, 1954).

Embora identificada com o melodrama desses sambas-canção, Carmen Costa também sabia brincar o Carnaval com sambas e marchas. Lançada em janeiro de 1953, seis meses antes do samba-canção Eu sou a outra, a marcha Cachaça (Mirabeau Pinheiro, Lúcio de Castro, Héber Lobato e Marinósio Filho) amplificou a voz de Carmen na folia e nos cordões. Tanto que, em janeiro de 1955, a cantora voltou ao tema ao lançar outra marcha de alto teor etílico, Tem nego bebo aí (Mirabeau Pinheiro e Aírton Amorim).

Carmen viveu o auge artístico nos anos 1950 e 1960. Mas iniciou a carreira em meados da década de 1930, formando logo em seguida, em 1938, dupla com o cantor e compositor paulista Henrique Felipe da Costa (1908 – 1984), o Henricão, então marido da cantora debutante.
Foi de Henricão a (boa) ideia de transformar Carmelita Madriaga em Carmen Costa. A dupla Henricão e Carmen Costa durou até 1942, ano em que a cantora iniciou discografia solo.
Em abril desse ano de 1942, a artista lançou o primeiro disco solo com gravação do samba Está chegando a hora, composto por Henricão e Rubens Campos a partir da canção mexicana Cielito lindo. O sucesso chegou com esse primeiro disco solo, um 78 rotações, cujo lado B trazia o samba-choro Só vendo que beleza, também de autoria da dupla e popularmente conhecido como Marambaia.
Nos anos 1950, o auge do sucesso de Carmen Costa coincidiu com a união afetiva e musical da artista com o baterista e compositor capixaba Mirabeau (1924 – 1991), autor dos maiores sucessos da cantora.

A partir dos 1980, Carmen Costa amargou fase crepuscular como todas as cantoras da era do rádio. Mas gravou discos até a segunda metade da década de 1990, cabendo destacar nesse período o caprichado álbum Tantos caminhos (1996), de tom retrospectivo.

A artista Carmen Costa faleceu, aos 87 anos, sofreu insuficiência renal e parada cardíaca no Hospital Lourenço Jorge, do Rio de Janeiro.

(Fonte: http://www.otempo.com.br – DIVERSÃO – PUBLICADO EM 26/04/07)

(Fonte: https://g1.globo.com/pop-arte/musica/blog/mauro-ferreira/post/2020/02/24 – POP & ARTE / MÚSICA / Por Mauro Ferreira – 24/02/2020)

Jornalista carioca que escreve sobre música desde 1987, com passagens em ‘O Globo’ e ‘Bizz’.

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