Celso Antônio de Sousa e Silva, ex-embaixador em Moscou e Londres e diretor do Jornal do Brasil (1962-1966)

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Celso Antônio de Sousa e Silva (Rio de Janeiro, então Distrito Federal, em 28 de setembro de 1924 – Rio de Janeiro, 1º de março de 2000), ex-embaixador em Moscou e Londres

 

Em 36 anos de carreira diplomática (1948-1984) e quatro como diretor do Jornal do Brasil (1962-1966), Souza e Silva criou uma reputação de homem equilibrado, porém contundente em suas críticas. Como as que fazia à televisão brasileira, cuja programação considerava de baixo nível cultural.

 

Formou-se em direito diplomático e consular pela Escola de Altos Estudos do Instituto de Direito Comparado da Pontifícia Universidade Católica (PUC) do Rio de Janeiro em 1948. Também nesse ano concluiu o curso de preparação à carreira de diplomata no Instituto Rio Branco, tornando-se cônsul de terceira classe. Nessa época esteve à disposição da comitiva do diretor-geral do Bureau Internacional do Trabalho, em visita ao Brasil, atuando ainda como secretário da Comissão Mista Brasil-Países Baixos para a Elaboração do Acordo sobre Migração e Colonização. Em 1949 concluiu o curso de aperfeiçoamento de diplomatas no Instituto Rio Branco e o curso Rui Barbosa do Instituto Geográfico Brasileiro, bacharelando-se ainda pela Faculdade de Direito da PUC-Rio. Em 1950 tornou-se auxiliar do secretário-geral do Itamarati, atuando no ano seguinte como assessor do representante do Brasil à VII Sessão da Comissão de Questões Sociais da Organização das Nações Unidas (ONU), realizada em Genebra, na Suíça.

 

Também em 1951 passou a servir na delegalação brasileira permanente junto à Organização Internacional do Trabalho (OIT), em Genebra, e integrou a delegação do Brasil à XXXIV Sessão da Conferência Internacional do Trabalho, realizada nessa cidade. Foi ainda observador do Brasil à XIII Sessão do Conselho Econômico e Social (Ecosol) da ONU, também em Genebra, e secretário da delegação brasileira à Conferência Mundial de Migração, realizada em Nápoles, na Itália, e em Bruxelas, na Bélgica. Em 1952 foi designado secretário da delegação brasileira à V Assembléia da Organização Mundial de Saúde (OMS), realizada em Genebra, integrando também a delegação brasileira às II, III e IV sessões do Comitê Intergovernamental Provisório para os Movimentos Migratórios na Europa, realizadas em Washington e em Genebra. Fez parte da delegação brasileira à Conferência Intergovernamental sobre Direitos do Autor, realizada em Genebra, e, ainda nesse ano, ficou encarregado da delegação brasileira permanente junto à OIT, função que exerceu até 1953. Neste último ano tornou a atuar como secretário da delegação brasileira à VI Assembléia da OMS, também em Genebra, sendo promovido posteriormente a segundo-secretário.

Em 1954 foi secretário da delegação brasileira à VII Sessão do Comitê Intergovernamental para Migrações Européias (CIME), realizada em Genebra. Ainda em 1954 tornou-se segundo-secretário da embaixada brasileira em Caracas, na Venezuela, permanecendo no posto até o ano seguinte. Foi removido então para El Salvador, onde exerceu a função de encarregado de negócios até 1956. Permaneceu nessa cidade até 1957, integrando nesse ano a delegação brasileira às VI e VII sessões do conselho do CIME, realizadas em Genebra. Ainda em 1957 tornou-se chefe do gabinete da diretoria executiva do Instituto Nacional de Imigração e Colonização (INIC). Entre 1957 e 1958 integrou a Comissão Permanente de Direito Social do Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio. Nomeado em 1958 oficial-de-gabinete do ministro das Relações Exteriores, ocupou esse cargo até o ano seguinte. Ainda em 1958 foi designado auxiliar do chefe do Departamento de Administração, integrando também delegações brasileiras à XLII Sessão da Conferência Internacional do Trabalho e à XIII Sessão da Assembléia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque. Participou da delegação brasileira às reuniões do Comitê dos 21 do conselho da Organização dos Estados Americanos (OEA), realizadas em Washington em 1958 e em Buenos Aires em 1959.

Em outubro deste último ano foi promovido a primeiro-secretário, tornando-se chefe de gabinete do Ministério das Relações Exteriores. Também em 1959 integrou a delegação brasileira à V Reunião de Consulta dos Chanceleres Americanos, realizada em Santiago do Chile. Em 1960 participou do grupo de trabalho para o estudo do sistema de formação e aperfeiçoamento do diplomata, atuando também como conselheiro da delegação brasileira ao terceiro período de sessões da comissão especial organizada para estudar a formulação de novas medidas de cooperação econômica. Ainda nesse ano serviu como primeiro-secretário na embaixada brasileira em Paris, onde permaneceu até 1962.

Colocado à disposição do governo de Minas Gerais de 1964 a 1965, passou em 1964 a conselheiro, sendo promovido em 1965 a ministro de segunda classe. No ano seguinte atuou como delegado do Brasil à XXI Sessão da Assembléia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque, passando a ministro-conselheiro da missão brasileira junto a essa organização. Em 1967 foi novamente delegado à XXII Sessão da Assembléia Geral da ONU, realizada em Nova Iorque, participou da delegação do Brasil à VI Sessão do Subcomitê Legal sobre Usos Pacíficos do Espaço Extraterrestre, em Genebra, foi delegado suplente à V Sessão Especial da Assembléia Geral da ONU sobre as questões do Sudoeste africano e o financiamento das operações de paz, em Nova Iorque, e ainda membro da delegação do Brasil às sessões da Conferência do Comitê das 18 Potências sobre Desarmamento, realizadas em Genebra.

Em 1968 integrou a delegação brasileira à reunião do Subcomitê Jurídico do Comitê do Espaço Extraterrestre, realizada em Genebra. Em 1969 foi delegado suplente do Brasil às sessões da Conferência do Comitê das 18 Potências sobre Desarmamento e delegado à VIII Sessão do Subcomitê Jurídico do Comitê do Espaço Extraterrestre, ambas em Genebra. Foi ainda delegado à III Sessão do Comitê sobre os Fundos Marinhos e Oceânicos e respondeu pela chefia da missão brasileira junto à ONU, em Nova Iorque. Em 1970 integrou a delegação brasileira à Conferência do Comitê de Desarmamento e à sessão do Subcomitê Jurídico do Espaço Extraterrestre, ambas em Genebra, além da delegação do Brasil à XXV Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque. Foi mais uma vez encarregado da missão do Brasil junto à ONU. No ano seguinte representou o Brasil na X Sessão do Subcomitê Jurídico do Comitê para Usos Pacíficos do Espaço Extraterrestre, voltando a chefiar ainda uma vez a missão junto à ONU. Em 1972 atuou como delegado suplente do Brasil à XXVI e à XXVII sessões da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque, Respondendo novamente pela chefia da missão brasileira junto à ONU.

Em 1973 foi promovido a ministro de primeira classe e tornou-se chefe do Departamento de Organismos Internacionais do Itamarati, cargo que ocuparia até 1974. Ainda em 1973, participou da reunião do Conselho de Segurança, realizada no Paraná, integrando a seguir a delegação do Brasil à XXVIII Sessão da Assembléia Geral da ONU, em Nova Iorque. Representou também em 1973 o Ministério das Relações Exteriores junto à Comissão Brasileira de Atividades Espaciais. Em 1974 chefiou a delegação do Brasil à reunião do Grupo de Trabalho sobre Teledetecção de Recursos Naturais por Satélite, em Nova Iorque, voltando a representar o Ministério das Relações Exteriores junto à Comissão Brasileira de Atividades Espaciais.

Ainda em 1974 tornou-se embaixador do Brasil na União Soviética, em substituição a Ilmar Pena Marinho. Com a posse do presidente João Batista Figueiredo em março de 1979, foi o primeiro diplomata designado embaixador especial junto ao Comitê de Desarmamento da ONU, em Genebra, na Suíça, criado no ano anterior. Deixou então o posto em Moscou, sendo substituído por João Batista Pinheiro. Durante sua permanência em Genebra, de 1979 a 1986, chefiou a delegação brasileira na Conferência da ONU sobre Proibições e Restrições do Uso de Certas Armas Convencionais que Possam ser Consideradas Causadoras de Ferimentos Excessivos ou Indiscriminados, em 1979, participou como delegado na XXXIV e na XXXV sessões da Assembléia Geral da ONU, em 1979 e 1980, chefiou também a Conferência de Avaliação da Convenção de Proibição de Armas Biológicas, em 1980, e foi delegado nas XXXVI, XXXVII e XXXVIII sessões da Assembléia Geral da ONU, de 1981 a 1983. Foi, ainda, presidente da Comissão do Desarmamento da ONU, em Nova Iorque, em 1983, e da Primeira Comissão sobre Política e Segurança da Assembléia Geral da ONU, em 1984, bem como da Conferência do Desarmamento, em Genebra, em 1986.

Em 1986 foi designado embaixador em Londres, na Inglaterra, onde permaneceu até dezembro de 1989. De volta ao Brasil, entrou para o quadro especial do Ministério das Relações Exteriores, aposentando-se logo em seguida.

 

Souza e Silva faleceu em 1.º de março de 2000 vítima de câncer, no Rio de Janeiro, aos 76 anos.

(Fonte: https://www.terra.com.br/istoegente/32/tributo – TRIBUTO / Por Cesar Taylor – 13 de março de 2000)

(Fonte: http://www.fgv.br/cpdoc –  CPDOC | FGV • Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil)

FONTES: INF. BIOG.; INF. Maria Sousa e Silva; Jornal do Brasil (24/3/79); MIN. REL. EXT. Anuário (1975); Perfil(1974).

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