Charles S. Dubin (1919-2011), diretor de várias séries produzidas entre as décadas de 1960 e 1980
Um de seus principais trabalhos é a série “M*A*S*H”, produção que introduziu diversas experiências estéticas e narrativas, que são comumente utilizadas atualmente.
Charles Samuel Dubronevski nasceu no dia 1 de fevereiro de 1919, em Nova Iorque, filho de pais russos. Sonhando em se tornar cantor de ópera, ele chegou a atuar como cantor comediante em apresentações na Filadélfia. Depois de atuar na Broadway, Charles mudou-se para Los Angeles onde foi contratado pela rede ABC como assistente de direção e depois como diretor de séries e teleteatros.
Dubin dirigiu episódios de séries como “As Enfermeiras”, “Os Defensores”, “Big Valley”, “Tarzan”, “O Homem de Virgínia”, “Judd”, “Medical Center”, “Cannon”, “Kung Fu”, “Têmpera de Aço”, “Havaí 5-0″, “As Panteras”, “Lou Grant”, “Hotel”, “Na Mira do Tira”, “Longe dos Olhos, Perto do Coração” e “Matlock”, entre outras. Mas foi com “M*A*S*H” que Dubin deixou sua marca, ao dirigir cerca de 44 episódios da série.
A carreira do diretor foi interrompida quando em junho de 1958 quando foi convocado para se apresentar diante do Comitê de Ações Anti-Americanas, que na época investigava os bastidores de Hollywood. O diretor declarou que não era comunista, mas recusou-se a responder perguntas do Comitê. Mesmo assim, Dubin foi dispensado pela rede NBC, com a qual tinha contrato na época. Segundo Dubin, a NBC considerou sua atitude inaceitável. O diretor pediu ajuda ao The New York Civil Liberties Union, que intercedeu a seu favor, mas Dubin não conseguiu seu emprego de volta.
Nos quatro anos seguintes, Dubin teve dificuldades de conseguir emprego, o que o levou a buscar trabalhos como diretor de comerciais. Ele retornou à TV em 1961, com episódios de “Os Defensores” e “O Homem de Virgínia”. Em 1965, foi indicado ao Emmy pela direção do especial musical “Cinderella”, estrelado por Lesley Ann Warren.
Ele voltaria a ser indicado ao prêmio com três episódios de “M*A*S*H”, série na qual ele refletiu sua experiência com o McCartismo. No episódio “Are You Now, Margaret?”, exibido em 1979, a personagem Margaret é acusada de ser comunista e convocada para depor diante de um comitê, no qual ela é questionada sobre a identidade de outros comunistas da Unidade.
O episódio “Point of View”, que ele dirigiu em 1978, se tornou um clássico ao mostrar a rotina de trabalho da Unidade Mash a partir dos olhos de um soldado ferido na garganta, o que o deixava incapaz de pronunciar uma palavra. Com a câmera reproduzindo a visão do personagem, o episódio ganhou uma estética de docudrama, tão utilizada atualmente. Assim, temos os atores se dirigindo à câmera para conversar com o personagem/público.
Dubin foi casado com Daphne Elliott, entre 1946 e 1975. A união terminou em divórcio. Mais tarde ele se casou com a escritora Mary Lou Chayes, com quem ele ainda vivia no momento de sua morte.
Charles S. Dubin faleceu no dia 5 de setembro, vítima de causas naturais, aos 92 anos de idade.
(Fonte: http://veja.abril.com.br/blog/temporadas/tag/frances-bay – Fernanda Furquim – Nova Temporada – 02/10/2011)