Referência do jazz californiano
Músico fez parte do lendário quarteto de Gerry Mulligan e Chet Baker nos anos 50
Chico Hamilton (Los Angeles, em 20 de setembro de 1921 – Manhattan, 25 de novembro de 2013), fez parte do lendário quarteto de Gerry Mulligan e Chet Baker nos anos 50, baterista foi referência do jazz que, segundo o jornal The New York Times, ajudou a colocar a Califórnia no mapa do jazz.
O baterista, que “ajudou a colocar a Califórnia no mapa do jazz”, costumava tocar jazz no colégio com alguns colegas de escola, entre eles Dexter Gordon, Illinois Jacquet e Charles Mingus. Fez parte do lendário quarteto de Gerry Mulligan e Chet Baker nos anos 50, alternando as baquetas com Dave Bailey e Larry Bunker.
Durante suas apresentações, o baterista demonstrava vigor de um jovem de 20 anos. “Quando comecei, ainda criança, tocava clarineta”, ele lembrou, em entrevista exclusiva ao Estado por telefone. “Meu irmão costumava brincar com uma bateria e eu comecei a experimentar, e não parei mais”, contou.
Tocou, ao longo da carreira, com gente como Duke Ellington, Charles Mingus, Lena Horne, Count Basie, Nat King Cole, Ella Fitzgerald, Sarah Vaughan, Billy Eckstine e Sammy Davis Jr., Ilinois Jacquet, Lester Young e Lionel Hampton. “Todos eles eram grandes, porque eram todos diferentes”, ele disse.
Nascido Foreststorn Hamilton em Los Angeles, em 20 de setembro de 1921, Hamilton era muito celebrado por músicos e participou de filmes de Hollywood como A Embriaguez do Sucesso (1957), com Burt Lancaster e Tony Curtis. Mas sempre teve menos destaque na mídia especializada do que alguns colegas do instrumento.
Seu nome está presente em inúmeras gravações de Billie Holiday como Jazz At the Philharmonic e At Carnegie Hall (ambas de 1956). “Uma pessoa muito distinta, uma cantora excepcional, foi muito bom ter tocado com ela”, ponderou o baterista, em reportagem do jornal Estado de S.Paulo, tempos depois.
Hamilton tocou no Free Jazz com a banda Euphoria, com a qual gravou havia pouco tempo, mas cujos músicos já tinham grande intimidade com ele. O grupo era formado na época por Cary DeNigris (guitarra), Eric Lawrence (sax), Evan Schwam (sax tenor e flauta) e Paul Ramsey (contrabaixo). Em discos recentes, Hamilton e a Euphoria gravaram com inúmeros convidados especiais. O repertório do show no Brasil foi centrado no disco Foreststorn, que lançou naquele ano pelo selo Koch Jazz.
Suas músicas passeavam tanto pela bossa nova (em That Boy with That Long Hair) quanto pelo blues mais tradicional (Im Gonna Move to the Outskirts of Town). Ele gravou, entre outros, com Eric Person, Buddy Collette (1921-2010), John Pisano, Archie Shepp, Gabor Szabo e outros mitos do jazz, e foi um dos responsáveis por ter apresentado o jazz a gigantes como Eric Dolphy, Jim Hall e Charles Lloyd.
Em 1993, gravou sem banda Dancing to a Different Drummer, um disco acústico no qual exercitava todas suas sutilezas rítmicas, ele que era tido como um grande melodista – pela experiência juvenil com a clarineta. O disco virou documentário sob o mesmo nome, dirigido por Julian Benedikt em 1994.
Hamilton era muito celebrado por músicos e participou de filmes de Hollywood, como A Embriaguez do Sucesso (Sweet Smell of Success, de 1957), com Burt Lancaster e Tony Curtis. Mas sempre teve menos destaque na mídia especializada que alguns colegas do instrumento, como Art Blakey, Max Roach e Elvin Jones.
Seu nome está presente em inúmeras gravações de Billie Holiday, como Jazz At the Philharmonic e At Carnegie Hall (ambos da Verve, de 1956). “Uma pessoa muito distinta, uma cantora excepcional, foi muito bom ter tocado com ela, assim também como foi uma honra ter tocado com Lena Horne e Ella Fitzgerald”, ponderou o baterista, que não era de falar muito.
Hamilton tocou no Free Jazz com a banda Euphoria, com a qual grava há pouco tempo, mas cujos músicos já têm grande intimidade com ele. Era formada na época por Cary DeNigris (guitarra), Eric Lawrence (sax), Evan Schwam (sax tenor e flauta) e Paul Ramsey (contrabaixo). Em discos recentes, Hamilton e Euphoria gravaram com inúmeros convidados especiais, tais como Eric Schenkman (guitarrista dos Spin Doctors, aluno de Chico), John Popper (dos Blues Traveler) e Charlie Watts (dos Rolling Stones). O repertório do show foi centrado no disco Foreststorn, que lançou naquele ano pelo selo Koch Jazz, com participações do trombonista Steve Turre e do baterista Charlie Watts, dos Stones.
Hamilton demonstrou estar bem atento para a evolução do jazz dentro da música moderna. “Não concordo que todos os grandes bateristas do jazz sejam veteranos, uma raça em extinção”, afirmou. “Há grandes nomes nas novas gerações, como Louis Nash – já o ouvi e sei que é excepcional, mas não sei de onde é nem me lembro bem de outros, porque minha cabeça não é boa para nomes.”
Suas músicas passeavam tanto pela bossa nova (em That Boy with That Long Hair) quanto pelo blues mais tradicional (I’m Gonna Move to the Outskirts of Town). Ele gravou, entre outros, com Eric Person, Buddy Collette, John Pisano, Archie Shepp, Gabor Szabo e outros mitos do jazz, e foi um dos responsáveis por ter apresentado o jazz a gigantes como Eric Dolphy, Jim Hall e Charles Lloyd.
Em 1993, pela Soul Note, gravou sozinho, sem banda, Dancing to a Different Drummer, um disco acústico no qual exercitava todas suas sutilezas rítmicas, ele que era tido como um grande melodista – pela experiência juvenil com a clarineta. O disco virou documentário sob o mesmo nome, dirigido por Julian Benedikt em 1994.
Sua última vinda ao Brasil foi em 2001, no Free Jazz Festival.
Chico Hamilton morreu em 25 de novembro de 2013, aos 92 anos.
(Fonte: Zero Hora – ANO 50 – 27/11/2013 – TRIBUTO / MEMÓRIA)
(Fonte:https://cultura.estadao.com.br/noticias/musica – NOTÍCIAS / MÚSICA / CULTURA / Por Jotabê Medeiros, O Estado de S. Paulo – 26 de novembro de 2013)