Chiquinho de Moraes, genial arranjador da música brasileira, o “maestro herói da MPB”.
Manoel Francisco de Moraes Mello, o homem que acompanhou mais da metade da música brasileira feita entre as décadas de 1960 e 1970.
Chiquinho de Moraes começou foi tocando piano para Celly Campello em Banho de Lua e Estúpido Cupido, em 1959. Veio depois sua primeira fase com Elis Regina, como orquestrador do programa O Fino da Bossa, da TV Record, e seu encontro com Roberto Carlos, com quem ficou de 1970 a 1977.
Em meados dos 70, voltou também a fazer arranjos para discos de Elis e ainda Chico Buarque, Edu Lobo, Milton Nascimento, Simone, Emílio Santiago e uma lista que não caberia aqui.
Os músicos cariocas o consideram o especialista das cordas. Os paulistas falam de sua habilidade com os metais. Alguns o chamam de o maestro herói da MPB.
Eu nasci na religião católica, mas meus pais viraram Testemunhas de Jeová. Com 13, 14 anos, eu fazia conferências públicas que duravam uma hora.
Tinha que sair todo domingo batendo de casa em casa pra dizer que o mundo iria acabar. Eu morria de medo de Jeová, dos exércitos, de seus castigos e para tirar isso da cabeça de uma criança não é fácil. Fui parar no psiquiatra. Eu queria ser advogado, mas minha mãe, quanto ignorância, falou que Direito era profissão de vagabundo. E então, depois de me ver segurando um galho de árvore para imitar um maestro que regia um grupo no coreto da minha cidade, Tietê, ela decidiu que eu seria músico.
Comecei como arranjador e pianista de Celly Campello em Banho de Lua e Estúpido Cupido. Não precisava arranjar nada. Era só sentar e tocar, mas eu fiquei dias pensando em um arranjo para aquelas músicas.
(Fonte: http://www.estadao.com.br/noticias/arteelazer – Notícias > Cultura – Julio Maria – O Estado de S. Paulo – 8 de dezembro de 2013)