Empresário foi um dos idealizadores e um dos ‘pais’ do Programa Nacional de Álcool (Proálcool)
Cícero Junqueira Franco, pioneiro na geração de bioeletricidade a partir da biomassa da cana-de-açúcar. O usineiro contribuiu para que o etanol brasileiro se tornasse referência mundial ao participar da criação do Programa Nacional do Álcool (Proálcool), considerado o maior programa de substituição de combustível fóssil por renovável no planeta.
Em 1973, o mundo passou pela primeira crise do petróleo, o preço do barril subiu em níveis altíssimos, gerando enormes prejuízos na economia de todo o mundo. O Brasil também sofreu as consequências desta crise, que impediu a continuidade do seu desenvolvimento econômico depois de cinco anos muito promissores.
Entre 1968 e 1973, o país viveu um momento muito positivo na economia, o chamado Milagre Econômico, que colocou o Brasil entre as economias mais desenvolvidas do planeta.
Receoso com o momento, o governo brasileiro resolveu lançar o Programa Nacional do Álcool, o Proálcool. Criado pelos engenheiros Lamartine Navarro Junior e Cícero Junqueira Franco e pelo empresário Maurílio Biagi, o programa contava com os projetos do físico José Walter Bautista Vidal (1934-2013) e do engenheiro Urbano Ernesto Stumpf (1916- 1998) que desenvolveram o motor a álcool.
O Proálcool foi instituído em 1975, durante o governo do presidente Ernesto Geisel (1907-1996), com objetivo de atender às necessidades do mercado interno e externo e da política de combustíveis automotivos.
Ao lado do empresário Lamartine Navarro Junior (1932-2001), Franco participou da elaboração do estudo intitulado “Fotossíntese como fonte de energia”, entregue ao Conselho Nacional de Petróleo em março de 1974, e que avalizou a implantação do Proálcool – a substituição em larga escala dos derivados de petróleo por biocombustível produzido à base de cana-de-açúcar.
Ao lado de outros empresários da indústria de cana-de-açúcar, Junqueira Franco assinou em 1973 o estudo “Fotossíntese como fonte energética”, que provava ser viável o uso do álcool como combustível. O setor enxergou uma oportunidade no primeiro choque do petróleo, quando a participação americana na Guerra do Yom Kippur levou produtores do mundo árabe a implementarem um embargo. Como resultado, o preço de barril de petróleo disparou de US$ 3 para US$ 12.
O programa foi entregue em 1975 ao então Ministro das Minas e Energia, Shigeaki Ueki, e serviu como base para, em novembro daquele ano, na Granja do Torto, o presidente Ernesto Geisel avalizar a criação do Proálcool.
No final dos anos 70, a produção alcooleira atingiu um pico de 12, 3 bilhões de litros e o Proálcool foi fundamental para que a nova crise mundial do petróleo tivesse um impacto menor no Brasil.
O ressurgimento do álcool combustível, o etanol, aconteceu com o desenvolvimento da tecnologia flex, ou seja, carros aptos a rodar tanto com etanol quanto com gasolina, e com a mistura em qualquer proporção dos dois combustíveis.
Nos últimos anos Junqueira Franco se dedicava às fazendas Barreiro e Diamante, onde, além de cana-de-açúcar, criava gado caracu, cavalos mangalarga e mangalarga marchador e jumento brasileiro.
Junqueira Franco morreu em 13 de maio de 2016, aos 84 anos, em São Paulo.
O empresário estava internado há 203 dias no hospital Sírio-Libanês após ter sofrido fratura na coluna cervical quando caminhava no pomar de sua fazenda em Orlândia (SP). A causa da morte foi parada cardíaca em decorrência de uma septicemia.
O empresário deixa quatro filhos, entre eles o presidente da União dos Produtores de Bioenergia (UDOP), Celso Torquato Junqueira Franco.
(Fonte: http://g1.globo.com/sp/ribeirao-preto-franca/noticia/2016/05 – RIBEIRÃO E FRANCA – Do G1 Ribeirão e Franca – 14/05/2016)
(Fonte: http://www.canalrural.com.br/noticias/noticias/idealizador-proalcool- NOTÍCIAS – CANA – MEMÓRIA – 14 de Maio de 2016)
(Fonte: http://oglobo.globo.com/economia – ECONOMIA – RIO DE JANEIRO/ POR RENNAN SETTI / RAMONA ORDOÑEZ – 14/05/2016)
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