Cientistas criam o primeiro macaco quimérico do mundo

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Cientistas usam células-tronco para criar o primeiro macaco quimérico do mundo

 

Cientistas criam o primeira macaco quimérico, que é meio verde fluorescente (Imagem: Cao et al., 2023/Cell) Foto: Canaltech

Cientistas criam o primeiro macaco quimérico, que é meio verde fluorescente (Imagem: Cao et al., 2023/Cell)
Foto: Canaltech

 

Experimento chinês gerou o primeiro macaco quimérico do mundo. Para rastrear as células alienígenas no animal, elas foram marcadas com tinta verde fluorescente

(Foto: Travel-photography/Freepik / Canaltech)

 

 

Até então, a ciência tinha conseguido criar outras espécies de animais quiméricos, como ratos e camundongos, mas nunca um macaco — considerado mais complexo por sua proximidade com os humanos.

Por que criar uma quimera?

Cabe explicar que uma quimera é definida como um indivíduo que contém dois ou mais tipos distintos de DNA em seu corpo. No caso do macaco criado na China, ele foi composto por células-tronco originárias de dois embriões geneticamente distintos da mesma espécie de macaco.

A criação desse animal quimérico tem inúmeras finalidades práticas. Por exemplo, poderá ampliar os estudos na área de engenharia genética, o que, um dia, culminará na criação de órgãos humanos em outras espécies para doações — pesquisas nesse sentido já são feitas com porcos.

As quimeras também podem ser usadas como modelos em pesquisas sobre doenças neurológicas. Em outra frente, poderão ser usadas em estudos para desenvolver novas terapias a partir das células estaminais.

Entenda o uso de células-tronco

Inicialmente, os pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências coletaram células de embriões de macacos com sete dias, com o objetivo de criar linhas de células-tronco. Elas se desenvolveram por um período em laboratório, e as mais promissoras seguiram em uso no estudo.

No grupo selecionado, os cientistas usaram uma proteína verde fluorescente como marca, o que permitiria identificar para onde essas células iriam parar no animal após o nascimento. É um marcador de expressão gênica.

Na segunda etapa, a equipe injetou essas células-tronco selecionadas em embriões de quatro a cinco dias. A “mistura” foi implantada em macacos fêmeas, resultando em 12 gestações e seis nascidos vivos.

Macaco verde fluorescente

A partir das análises, os cientistas descobriram que apenas um macaco quimérico nasceu vivo — continha os dois tipos de DNA. Além desse espécime, um feto que sofreu aborto espontâneo poderia se encaixar na definiação.

Como as partes “alienígenas” do animal tem a coloração verde fluorescente, a equipe descobriu que essas células foram usadas, por exemplo, nos tecidos da face e também dos dedos do macaco. Além disso, foram rastreadas no cérebro, coração, rim, fígado, trato gastrointestinal e testículos, comprovando que é, de fato, uma quimera.

Em outra pesquisa, cientistas dos EUA conseguiram criar uma quimera misturando células de macaco com células humanas. Só que, devido aos inúmeros problemas éticos envolvidos, os embriões foram destruídos antes de completarem 20 dias.

(Direitos autorais: https://www.terra.com.br/byte/ciencia – BYTE/ CIÊNCIA/ Por: Fidel Forato – 10 nov 2023)

Fonte: Cell

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