Cientistas registram em vídeo pela primeira vez a formação de um embrião
O experimento pode ajudar o meio médico a entender como defeitos congênitos são formados durante a gravidez
Cientistas australianos conseguiram capturar em vídeo de forma inédita a formação de um embrião ainda nos primeiros estágios da gravidez. No vídeo, é possível ver as células se organizando para formar as primeiras versões de um coração, espinha vertebral, cérebro e um sistema neural primitivo.
Para os especialistas, a captura é importante para tentar estudar com mais profundidade algo que até hoje é um grande mistério do mundo médico — como defeitos congênitos e anomalias estruturais que surgem durante a gravidez ocorrem.
Para fazer a gravação, os cientistas da Universidade de Queensland, na Austrália, utilizaram uma operação inovadora. Proteínas foram iluminadas com material fluorescente, permitindo a visão das células que formam o pequeno embrião.
A experiência foi conduzida em um embrião de codorna — que possui diversas similaridades com o humano em seus primeiros estágios de desenvolvimento. O objetivo agora é monitorar as movimentações que levam a uma anomalia congênita para tentar evitar que o mesmo aconteça em gestações humanas.
Atualmente, cerca de 3% dos bebês nascem com algum tipo de defeito congênito — sendo o coração o órgão mais afetado — e o único tratamento conhecido que são cirurgias feitas após o nascimento. Em alguns casos, transplantes são necessários.
A experiência
Os cientistas criaram um embrião de codorna geneticamente modificado que se formou ao redor de uma proteína fluorescente chamada Lifeact, que foi introduzida no embrião por meio de uma injeção nas células embrionárias.
Segundo Melanie White, uma das responsáveis pela descoberta, embriões de aves são excelentes para estudar o desenvolvimento humano, já que os primeiros estágios de formação são muito similares. Além disso, os embriões de codorna são mais fáceis de serem capturados em vídeo, já que é possível utilizar tecnologia para visualizar sobre a casca fina do ovo sem danificá-la.
Já em seres humanos, é difícil acompanhar o desenvolvimento de um embrião após a implantação no útero da mãe.
(Créditos autorais: https://epocanegocios.globo.com/ciencia-e-saude/noticia/2024/07 – Época Negócios/ CIÊNCIA E SAÚDE/ NOTÍCIA – 04/07/2024)
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