“Ciro disse que ia cobrar contribuição previdenciária de empresas que automatizaram sua produção. Grosso modo, seria cobrar colaboração previdenciária de robôs.” Luís Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, para Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista (debate da Rede Bandeirantes, agosto)

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Eleições entre aspas

Frases que marcaram o primeiro turno da campanha eleitoral

 

Em 45 dias de campanha, cada candidato apareceu quarenta vezes no horário eleitoral da televisão, participou de dezessete entrevistas e quatro debates, como o da Rede Record (setembro) – (Foto: Antonio Milena)

PANCADARIA NA TV

“Ciro disse que ia cobrar contribuição previdenciária de empresas que automatizaram sua produção. Grosso modo, seria cobrar colaboração previdenciária de robôs.”

Luís Inácio Lula da Silva, candidato do PT à Presidência da República, para Ciro Gomes, candidato da Frente Trabalhista (debate da Rede Bandeirantes, agosto)

 

 

“Os senhores produziram 11 milhões de desempregados. Por que se deve acreditar que vão criar emprego agora?”

Ciro Gomes, para José Serra, candidato do PSDB (debate da Rede Record, setembro)

“O Lula vai lá no Tocantins, desce o porrete na oligarquia que domina o Estado, depois senta com o Sarney, que é a oligarquia que domina o Maranhão. Quer dizer que oligarquia boa é a que apóia o PT?”

Anthony Garotinho, candidato do PSB à Presidência, criticando as alianças de Lula (debate da Rede Record, setembro)

“Serra é um chorão. Ele quer o bônus da máquina fazendo campanha para ele, mas não quer o ônus de ser candidato do governo.”

Lula, para Serra, depois que o tucano reclamou que todos os candidatos se uniam para atacá-lo (após o debate da Rede Record, setembro)

“A maior parte das coisas que você diz é mentira. Você é um especialista nisso.”

José Serra, para Ciro Gomes (debate da Rede Record, setembro)

“Isso é o que dá colocar alguém que não entende no Ministério da Saúde. O Serra acha que eu ia acabar com a dengue vacinando mosquito.”

Anthony Garotinho, culpando o ex-ministro Serra pelo surto de dengue no Estado do Rio de Janeiro (debate da Rede Record, setembro)

ATAQUES E PROVOCAÇÕES

“Ciro Gomes: mudança ou problema?”

Slogan do programa de televisão da campanha do tucano José Serra

“Agora é Lula!”

Adesivo, frase de outdoor e refrão de música da campanha do PT

“Serra promete fazer em quatro anos o que não fez em oito.”

Frase de Garotinho no programa de televisão de sua campanha

“Já estou sentindo o cheiro gostoso da vitória.”

Ciro Gomes, em agosto, ao ultrapassar Serra e antes de desabar nas pesquisas

“Não planejei nem pedi para ser musa da campanha do meu pai. Mas gostei da ideia. Toda mulher precisa ter auto-estima e se sentir bonita.”

Clarissa Matheus, filha do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho, e de Rosinha, candidata ao governo do Estado do Rio (setembro)

Clarissa Matheus, filha do candidato do PSB à Presidência, Anthony Garotinho (Foto: Oscar Cabral)

LULINHA PAZ E AMOR

“A lua está linda, olha só. Eu dedico essa lua a todos os homens e mulheres apaixonados do Tocantins e do Brasil.”

Luís Inácio Lula da Silva, durante comício em Palmas (agosto)

“Tome vergonha. Isso é uma eleição presidencial.”

Roberto Freire, presidente do PPS, criticando o slogan “Lulinha quer paz e amor”, sobre a fase light do candidato petista (setembro)

“Me pergunto se é apenas discurso eleitoral ou se o leão passou a comer verdura.”

José Serra, pegando carona nas críticas ao candidato petista (setembro)

“A campanha presidencial de Lula está parecendo dieta de cardíaco. Não tem sal nem açúcar.”

Ronaldo Caiado, deputado federal do PFL-GO (setembro)

“Isso é deserção de sua missão republicana.”

Ciro Gomes, referindo-se ao comportamento doce de Lula na campanha (setembro)

O DESTEMPERADO

“Vai aprender a fazer pergunta, pra deixar de ser burro.”

Ciro Gomes, ao ouvinte de uma rádio baiana que lhe fez uma pergunta (junho)

“Só porque ele é um negro lindo tem de dar o microfone pra ele?”

Impedindo um militante negro de fazer-lhe uma pergunta durante debate na Universidade de Brasília (agosto)

“O mercado que se lixe.”

Em jantar com banqueiros e empresários paulistas (agosto)

“Não serei levado pelo cabresto dos barões de São Paulo.”

Atacando o empresariado paulista (setembro)

“A minha companheira tem um papel fundamental: ela dorme comigo.”

Perguntado sobre qual é o papel de Patrícia Pillar em sua campanha (setembro)

Patrícia Pillar, mulher de Ciro Gomes (Foto: Nana Moraes)

FORA DO AR

“O PT é Talibã total. Nós temos de bombardear Cabul.”

Nizan Guanaes, publicitário até então responsável pelos programas de TV da governadora do Maranhão, Roseana Sarney (janeiro)

“Não vamos botar o depois antes do antes.”

Marco Maciel, vice-presidente da República (PFL-PE), sobre a negociação de ministérios num futuro governo Serra em troca de apoio aos tucanos nas eleições (junho)

“De boas intenções se pavimenta o caminho do inferno.”

Mário Bernardini, vice-presidente da Federação das Indústrias de São Paulo, antes de “lular”, duvidando da viabilidade do programa de governo do PT, que junta crescimento de 5% ao ano com aumento de salário e redução da jornada de trabalho (julho)

“O presidente Luís Inácio Lula da Silva, quero dizer, presidente do PT.”

Aécio Neves, candidato tucano ao governo mineiro, num comício em Diamantina, Minas Gerais, onde recebeu apoio do candidato petista à Presidência (setembro)

Aécio Neves, candidato tucano ao governo mineiro (Joedson Alves/AE)

“A estabilidade é do interesse nacional brasileiro e está acima dos partidos.”

Armínio Fraga, presidente do Banco Central, justificando suas conversas com todos os candidatos (julho)

“No debate faltou um candidato que de fato conhecesse uma vaca.”

Antônio de Salvo, presidente da Confederação Nacional da Agricultura, depois do debate que a entidade promoveu com os candidatos à Presidência (agosto)

“Collor, eu nunca tinha ouvido falar. Esse do Nordeste, Ciro, a gente só sabe por causa da Patrícia Pillar.”

Raymundo Faoro, escritor, membro da Academia Brasileira de Letras, sobre o surgimento dos mitos no Brasil (setembro)

“Não tem trégua ao Lula. Quer acabar com o MST? É só fazer uma reforma agrária decente.”

João Paulo Rodrigues, líder dos sem-terra (setembro)

O ex-presidente Collor (Foto: Leo Caldas)

O ex-presidente Collor abraça as massas alagoanas: com o governador Ronaldo Lessa, a campanha mais baixa do país

“Seus desvios de comportamento não me interessam em nada.”

Fernando Collor, candidato a governador de Alagoas pelo pequeno PRTB, ao agredir seu adversário Ronaldo Lessa, do PSB (setembro)

“Minha campanha tem mantido o nível. Eu não estou preocupado, por exemplo, com quem a mulher dele anda dormindo.”

Ronaldo Lessa, respondendo a Collor (setembro)

ELAS ENTRARAM NA CAMPANHA

“A chapa Serra-Simon seria tão feia que nem as moscas teriam coragem de pousar nos cartazes.”

Wellington Moreira Franco, ex-governador do Rio, apoiando a escolha da bela Rita Camata para vice do candidato tucano, em vez do senador Pedro Simon (maio)

“O PFL não embarca no Titanic nem se o timoneiro for uma bela loira.”

José Thomaz Nonô, deputado federal (PFL-AL), afastando a hipótese de apoiar a chapa José Serra-Rita Camata (maio)

“Ela é uma mulher mal-amada, que varre para debaixo do tapete a corrupção do governo federal.”

Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, vice de Ciro Gomes, agredindo a ministra-chefe da Corregedoria-Geral da União, Anadyr de Mendonça Rodrigues, que reprovou a prestação de contas da Força Sindical no período em que ele foi presidente (setembro)

“De salto alto e maquiagem, só eu.”

Rita Camata, vice na chapa do tucano José Serra à Presidência, conclamando o partido a se unir na campanha (maio)

“Sempre fui muito extrovertida. Não só para falar no palanque como para desfilar.”

Lívia Gomes, filha do candidato da Frente Trabalhista à Presidência, Ciro Gomes, lembrando seus dotes de cabo eleitoral do pai e de modelo eventual (setembro)

Lívia Gomes, filha do candidato à Presidência, Ciro Gomes (Foto: Antonio Milena)

CAPITAL E TRABALHO

“Por enquanto, não estou comendo criancinha, mas estou à esquerda do Lula.”

José Alencar, senador (PL-MG) e empresário, então um possível vice na chapa do petista à sucessão de FHC (fevereiro)

“É como cruzamento de cavalo com vaca: não puxa carroça nem dá leite.”

Milton Temer, deputado federal petista, criticando uma possível chapa entre PT e PL (fevereiro)

“Somos como Romeu e Julieta: já declaramos amor profundo. Só dependemos da decisão de nossos pais.”

Luís Inácio Lula da Silva, antes do anúncio de seu vice, o senador José Alencar (junho)

BATEU, LEVOU NOS ESTADOS

“Foi uma atitude discriminatória, uma postura stalinista, uma atitude que não se faz nem com os adversários.”

Tarso Genro, prefeito de Porto Alegre, queixando-se do governador gaúcho Olívio Dutra, seu adversário na prévia do PT que escolheria o candidato do partido a governador, pela supressão de sua imagem na televisão estatal durante o fórum social (fevereiro)

“Precisamos nos unir contra o picolé de chuchu.”

Paulo Maluf, candidato do PPB ao governo paulista, referindo-se ao governador Geraldo Alckmin, que concorre com ele à reeleição (março)

“Maluf é um fujão da Justiça.”

Geraldo Alckmin, criticando Maluf (março)

“Tenho certeza de que o pai dele lhe dará umas palmadinhas nos fundilhos.”

Jaime Lerner, governador do Paraná, reagindo a críticas a seu governo feitas pelo deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ), filho do prefeito carioca Cesar Maia (abril)

“Os fracos se foram, os traidores saltaram do barco e os divisicionistas estão do lado de fora.”

Newton Cardoso, vice-governador mineiro, depois de sua indicação oficial para concorrer ao governo do Estado pelo PMDB, numa referência ao governador Itamar Franco, que deixou o partido para apoiar o tucano Aécio Neves (junho)

“Brasília tem cinco erres: Ronaldo, Ronaldinho, Rivaldo, Roberto Carlos e Roriz.”

Joaquim Roriz, em faixas que mandou colocar nas ruas de Brasília para comemorar o pentacampeonato da seleção brasileira e fazer promoção pessoal com a Copa (julho)

Rosinha Matheus, a favorita no Rio: lipoaspiração, dieta, novo corte de cabelo e muito voto (Foto: Antonio Milena)

“Existe algo mais acintoso do que a utilização descarada da mulher para servir aos propósitos eleitorais do marido?”

Marta Suplicy, prefeita de São Paulo, referindo-se à candidatura de Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, ao governo do Estado do Rio de Janeiro (agosto)

“Estou à disposição dos propósitos eleitorais do meu marido. Pior é quando a mulher usa o marido para seus propósitos políticos e depois o descarta.”

Rosinha Matheus, respondendo a Marta com uma referência à sua separação do marido, o senador Eduardo Suplicy, que a introduziu na política (agosto)

O SEDUTOR FHC

“Fernando Henrique é um encantador de serpentes.”

Inocêncio Oliveira, líder do PFL na Câmara dos Deputados, para quem o presidente foi um recordista na aprovação de projetos na Casa “utilizando apenas a lábia” (maio)

“Não é que eu goste do Serra. Eu tenho mesmo é paixão por Fernando Henrique.”

Siqueira Campos, governador do Tocantins (PFL), que defendeu o apoio de seu partido ao candidato do PSDB (maio)

“O vencedor vai suceder Fernando Henrique, estadista brilhante, para dirigir um país que não pode ser descrito como mais um da América Latina, mas como um continente dentro de um continente.”

Do jornal espanhol El País, sobre as eleições presidenciais (junho)

Enquanto assiste à sua sucessão, o presidente FHC recebe a rainha e as princesas da Festa do Peão (julho) – (Foto: Dida Sampaio/AE)

“Posso assistir de camarote.”

Fernando Henrique Cardoso, presidente da República, sobre a briga por sua sucessão, (março)

ROSEANA FICOU DE FORA

“É a KGBnização da política no Brasil.”

Cesar Maia, prefeito do Rio (PFL), irritado com a ação da Polícia Federal, que encontrou 1,3 milhão de reais no escritório do marido de Roseana Sarney, o que inviabilizou sua candidatura à Presidência (março)

“O regime militar, que era tão condenado, deixou vivo o Aloysio, que foi assaltante de bancos e de trem.”

Antonio Carlos Magalhães, ex-senador (PFL), culpando o ministro da Justiça, Aloysio Nunes Ferreira, pela ação da Polícia Federal na empresa do marido de Roseana Sarney (março)

“É o direito de espernear. A polícia cumpriu mandado judicial, e não tinha de consultar ninguém.”

Marco Aurélio Mello, presidente do Supremo Tribunal Federal, sobre a reação à ação da Polícia Federal (março)

Roseana Sarney, governadora do Maranhão (PFL) – (Foto: Lula Marques/Folha Imagem)

“Isso é discriminação com a mulher brasileira.”

Roseana Sarney, governadora do Maranhão (PFL), condenando a ação da Polícia Federal na empresa de seu marido, Jorge Murad (março)

(Fonte: Veja, 9 de outubro de 2002 – ANO 35 – Nº 40 – Edição 1772 – Frases do primeiro turno/ Por Júlio Cesar de Barros – Pág: 108)

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